O Encontro de Agroecologia, promovido pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), discutiu as bases para uma agricultura sustentável, que garanta o equilíbrio entre a produção e o ambiente. Realizado para comemorar os 36 anos da Cati, o evento teve debates, palestras, cursos e feiras – tudo sobre o tema agroecologia.
Como a maioria das cidades do Estado de São Paulo tem na agricultura a base da economia, secretários municipais de agricultura participaram do fórum em busca de novos padrões de agricultura e desenvolvimento sustentável. Foram analisados os aspectos tecnológicos ambientais, socioeconômicos e a política de infra-estrutura para a agricultura familiar. O produtor orgânico deve se preocupar com a conservação do solo, da água, da floresta e da fauna.
Várias palestras tiveram foco sobre alimentação, plantas medicinais, crédito para agroecologia e agroflorestas. Os agricultores familiares e técnicos puderam participar de vários minicursos que trataram do manejo agroecológico da propriedade rural, do equilíbrio do solo e da saúde por meio da alimentação.
A Vidalimento – Feira de Agroecologia reuniu mais de 20 expositores voltados para a produção de alimentos saudáveis produzidos por meio do sistema agroecológico. Os estandes apresentaram insumos, ferramentas, sementes orgânicas, brotos, publicações de produção e saúde, plantas medicinais e outros temas relacionados à produção orgânica.
José Augusto Maiorano, técnico da Cati, explica que o universo da agroecologia é muito amplo. Por isso, dividiram as atividades e palestras para que cada produtor procurasse o tema de seu interesse. “A Feira é uma forma de aproximar as empresas dos consumidores. Todo evento gera conhecimento”, completa.
Mudas de qualidade
A Feira do Verde ofereceu cerca de 10 mil mudas certificadas para o público, produzidas pelo departamento de sementes, mudas e matrizes da Cati. Todas respeitam critérios técnicos, que garantem plantas de qualidade genética e sanitária.
Eram mais de 270 espécies de frutíferas silvestres (pitanga, araçá, jatobá, acerola, amora e outras), frutíferas enxertadas (por exemplo, pêssego, nêspera, uva, nectarina, ameixa e abacate), arborização (como quaresmeira e ipê) e reflorestamento, proteção de rios e nascentes ou recomposição florestal (canjarana, bico de pato e aldrago). Algumas espécies ornamentais, como rosas e hortênsias, estavam à disposição dos visitantes.
O preço das mudas variou entre R$ 2,00 e R$ 12,00 dependendo da espécie. Técnicos da Cati deram informações sobre plantio, plantas adequadas para arborização, curiosidades e como cuidar das plantas.
Produção integrada
A Cati realizou, também, mesa redonda com cadeia de produção de frutas para exportação para representantes de várias localidades brasileiras. Aconteceram palestras sobre a produção integrada de frutas, com o coordenador de qualidade do Grupo Pão de Açúcar, representantes da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã, permissionários do Ceasa e Ceagesp, consumidores e exportadores.
A produção orgânica e a integrada são os sistemas que atendem aos padrões internacionais. A produção integrada é mais abrangente porque acompanha a produção desde o plantio até a comercialização. O produtor pode ter padronização da qualidade, oferecer produtos seguros ao consumidor, garantir que os recursos naturais sejam preservados e manter sua competitividade.
No Brasil, são 27 projetos, sendo 22 de produção integrada e 5 em defesa agropecuária. Mais de 460 produtores estão envolvidos, em área de 17.119 hectares, gerando produção total de 498 mil toneladas.
Desse total, São Paulo responde por 9 projetos (banana, caqui, manga, goiaba, figo, uva, lima ácida, maracujá azedo e laranja), todos em fase de adequação da produção, para integração de toda a cadeia produtiva.
O que é a Cati
A Cati, presente em mais de 600 municípios paulistas, é uma das coordenadorias da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento. Desenvolve ações para o produtor rural, como o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, Produção Integrada de Frutas, apoio a agricultura familiar e viabilidade da pecuária leiteira para a pequena propriedade.
Os objetivos da Coordenadoria são assegurar a conservação dos recursos naturais; adaptar, difundir e transferir tecnologia; capacitar profissionais, produtores e trabalhadores ligados ao setor rural e oferecer sementes e mudas certificadas. Os serviços e produtos estão à disposição dos agricultores e pecuaristas nas Casas da Agricultura, onde técnicos oferecem orientação para o desenvolvimento dos negócios agrícolas.
SERVIÇO
Cati – Avenida Brasil, 2.340 – Jardim Chapadão, em Campinas.
Site: www.cati.sp.gov.br.
Regina Amábile
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
