Agricultura: Câmara setorial da carne bovina discute estratégias para ampliar exportações

Dentro de 10 dias, grupo formado pelos membros da Câmara apresenta relatório para o secretário de Agricultura

qui, 08/01/2004 - 17h26 | Do Portal do Governo

A Câmara Setorial Paulista da Carne Bovina esteve reunida na manhã desta quinta-feira, dia 8, na sede da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo para discutir estratégias de novos mercados para a carne bovina brasileira. Participaram da reunião todos os elos da cadeia produtiva, desde representantes da indústria de insumos, produtores, frigoríficos, indústria do couro e representantes do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o SIC – Serviço de Informação da Carne.

Dentro de 10 dias, um grupo formado pelos membros da Câmara apresenta um relatório para o secretário de Agricultura, Duarte Nogueira, com propostas de medidas necessárias na área comercial e sanitária e metas a serem alcançadas pelo setor.

Para o presidente da Câmara, Cesário Ramalho, o Estado de São Paulo precisa manter o status sanitário já alcançado. ‘Se mantivermos no mesmo padrão o que já fazemos para a sanidade de nosso rebanho, garantimos o mercado que detemos. Hoje, embarcamos 71% das exportações brasileiras de carne bovina’, afirma Ramalho.

O secretário de agricultura e abastecimento, Duarte Nogueira, compartilha da mesma opinião. ‘Na última campanha de vacinação contra a febre aftosa atingimos 99,42% de cobertura. São Paulo não registra nenhum foco da doença há oito anos’, diz Nogueira. Ele acrescenta ainda que precisamos ser mais agressivos na aproximação com os novos mercados. ‘Não basta apenas fazer, é necessário comprovar o que fazemos. Para isto, a vacinação, a garantia de sanidade é nosso maior trunfo’.

Outro ponto abordado na reunião é o controle dos animais importados. No Estado de São Paulo, eles são rastreados e acompanhados de acordo com as normas estabelecidas pelo MAPA em 2001. Pela norma, estes animais, quando terminada sua vida reprodutiva, são sacrificados e incinerados, por meio de solicitação formal de seus proprietários, acompanhado da coleta de material (tronco encefálico) para exames laboratoriais, como medida de vigilância para a BSE – encefalopatia espongiforme bovina ou mal da vaca louca.

Desde 1996 só se permite a importação de gado bovino de países onde não houve a ocorrência de casos autóctones, ou que não sejam considerados de risco para a BSE.

No Estado de São Paulo, 144 propriedades com animais importados estão cadastradas, com 2.717 cabeças. Destas, 1.629 estão vivas, sendo que 211 foram abatidas e 733 tiveram morte natural anteriormente ao rastreamento, e 144 foram sacrificadas ( nove foram abatidas dia 7 de janeiro no município de Porto Feliz), com acompanhamento oficial. Esses animais foram importados de 13 países (Argentina, México, Paraguai, Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido, Suíça e Luxemburgo). À exceção de México, Argentina e Paraguai, os demais países mencionados estão com importação de bovinos proibidas devido à ocorrência da BSE.

Para o secretário Duarte Nogueira, além da sanidade garantida, o investimento em marketing deve ser uma das armas na conquista de novos mercados. ‘O Brasil produz o boi verde, característica mais do que suficiente para sermos livres do perigo da vaca louca. É a nossa maior vantagem em relação a outros países exportadores’, afirma ele. Nogueira acredita que este esforço deve ser em conjunto com o MAPA, assim como os países produtores do Mercosul. ‘Hoje não basta garantirmos a nossa sanidade, mas sim a dos nossos vizinhos e trabalhar em blocos’.

Da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento

(AM)