Agricultura: Brasil mantém posição no mercado internacional do café

País deverá vender entre 23 e 25 milhões de sacas em 2002, mantendo uma parcela de 23% das exportações mundiais

sex, 03/05/2002 - 15h37 | Do Portal do Governo

As exportações brasileiras de café (verde em grãos e equivalente a solúvel) alcançaram, no primeiro trimestre de 2002, cerca de 5,19 milhões de sacas, segundo dados do Instituto de Agronomia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria estadual da Agricultura e Abastecimento. O volume exportado no trimestre apresenta crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2001, mas o faturamento com as exportações continua caindo desde 1999. Neste ano, foram cerca de 22% menores que as de 2001, atingindo US$ 262,15 milhões. A queda na receita com as exportações deve-se a maior oferta do produto, especialmente de café conillon, tanto pelo Vietnã como também do Brasil.

A previsão é de que o país deverá vender entre 23 e 25 milhões de sacas em 2002, mantendo assim uma parcela de 23% das exportações mundiais de café. Estima-se que o país possa ampliar sua participação no mercado dos Estados Unidos depois de quase dois anos de contínua perda de market share – participação do Brasil no mercado americano.

As cotações médias mensais do café arábica no Brasil e do café robusta em Londres apresentaram, nos últimos 16 meses, até 19 de abril, fortes flutuações diárias. Após atingir os mais baixos níveis no final de 2001, vêm se recuperando lentamente de tal forma que as médias observadas em abril se assemelham àquelas registradas entre junho e julho de 2001. Esta situação indica que as cotações já chegaram a um patamar de queda máximo e devem entrar em recuperação.

Essa tendência de recuperação das cotações nas Bolsas de Nova Iorque e BM&F ainda não está definida, pois a colheita da safra brasileira, que inicia em maio, poderá limitá-la, uma vez que constitui-se na maior safra desde 1987. ‘Se os produtores contarem com recursos para retenção de parte da produção e, assim, regularem o fluxo de produto da nova safra para o mercado, os impactos na comercialização podem ser amenizados, o que permitirá uma manutenção das cotações médias observadas nos últimos meses’, afirma Nelson Batista Martin, coordenador do IEA.