Em reunião realizada nesta quarta-feira, dia 14, no Pólo Regional de Desenvolvimento do Vale do Ribeira, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira, apresentou a representantes de associações de bananicultores, prefeitos e lideranças regionais um relatório completo sobre as ações desenvolvidas pela Secretaria no combate à sigatoka negra, doença que vem atacando os bananais da região.
No encontro, que contou com a participação do corpo técnico da Secretaria, foram detalhadas as ações de monitoramento e controle, desenvolvidas na área de defesa sanitária vegetal, a assistência técnica e a produção de mudas, disponíveis aos produtores, os sintomas e as variedades do mal, as formas de controle, além de uma nova linha de financiamento do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), com recursos de R$ 2 milhões, destinada aos produtores que tiveram suas plantações afetadas.
O financiamento, no valor de R$36.486,00 por produtor, será utilizado para a renovação de até três hectares de bananais com cultivares tolerantes à doença. Segundo o secretário Nogueira a linha estará disponível aos produtores em, no máximo, 60 dias. ‘Nossos técnicos e pesquisadores trabalharão junto aos produtores, indicando variedades tolerantes à sigatoka negra e viáveis nos aspectos fitossanitário e econômico”, reforça.
Desde o aparecimento do primeiro foco da doença, no final do mês de junho em Miracatu, a Secretaria executou uma série de ações como o isolamento das áreas infectadas, as podas sanitárias e as varreduras num raio de 70 km de propriedades ao longo da Rodovia Régis Bittencourt (BR 116).
Segundo o secretário Duarte Nogueira a varredura ao longo da rodovia, para identificar as áreas livres da doença, deve acabar na próxima semana e será realizada, a partir daí,nas regiões de Avaré, Fernandópolis e Jales, grandes produtoras de banana. “O objetivo da secretaria é conseguir instrumentos legais junto ao Ministério da Agricultura para liberar o comércio da banana proveniente dessas regiões”, afirma.
Segundo levantamento realizado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a sigatoka negra já foi diagnosticada nos municípios de Barra do Turvo, Cajati, Tariri, Juquiá, Pariquera-Açú, Pedro de Toledo, Peruíbe, Registro, e Sete Barras.
Desde o dia 7 de julho, engenheiros agrônomos e técnicos da CDA, realizam o monitoramento da doença no Vale do Ribeira. As equipes visitam as propriedades e coletam amostras que são analisadas pelo Instituto Biológico, também da Secretaria. Já foram coletadas 100 amostras e a expectativa é que mais de 300 sejam coletadas para análise. O objetivo deste trabalho é apontar os locais e a proporção da sigatoka negra no Estado.
A sigatoka negra é uma doença causada por um fungo que possui alta capacidade de disseminação. A doença ataca as folhas da bananeira de maneira muito mais agressiva e destrutiva que a sigatoka amarela . Na ausência de controle da doença as perdas são de 100% pela redução da área fotossintética , com destruição total da planta em poucas semanas e perda dos cachos (maturação precoce). A doença é disseminada por esporos que são carregados pelo vento, pela chuva pelo transporte de frutas e mudas de regiões afetadas. A propagação pelo ar pode chegar a 60 km de distância de um foco.
A produção de bananas do Estado de São Paulo é estimada em cerca de R$ 420 milhões. O Vale do Ribeira é responsável por 83% deste valor e a banana responde por 80% da produção agrícola da região.
Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Agricultura
M.J.
