Mesmo depois de identificada a presença da sigatoka negra no Estado de São Paulo, em meados de junho, os preços da banana mantêm-se estáveis tanto no atacado quanto no varejo, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Análise, realizada sobre o desempenho dos preços da fruta, nos mercados de atacado na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e varejista na cidade de São Paulo, de janeiro a setembro deste ano, demonstra que as alterações nas cotações da banana no Estado de São Paulo foram mínimas, em função da estabilidade na oferta.
De acordo com Nelson Martin, diretor do IEA, contrariando as especulações, os preços da banana nanica no mercado de atacado, não apresentam alterações expressivas desde o mês de abril, mantendo a cotação média de R$0,70 à dúzia. “No mesmo período, pode-se verificar queda nos preços da banana prata, tanto de São Paulo quanto de Minas Gerais, em função da oferta, além de uma leve redução na cotação da banana maçã”, aponta o pesquisador.
Em relação ao mercado de varejo, a banana prata, que apresentou altas expressivas até o mês de maio (R$2,60/dúzia), manteve-se abaixo da média de R$2,28 à dúzia, indicada para o período janeiro-setembro. Ainda em relação ao varejo, a indicação para o período, era de uma cotação média de R$1,79 à dúzia da banana nanica. “Houve, a partir de maio, uma redução da flutuação em torno deste preço e não se observou altas expressivas a partir de junho, mês em que foi identificada a presença da sigatoka no Vale do Ribeira”, avalia Martin.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira, afirma que a presença da sigatoka negra nos bananais paulistas não ocasionou alterações expressivas nos preços da fruta porque ainda não afetou a produção. “Os efeitos da doença na oferta da banana só poderão ser verificados nos próximos meses, quando, por conta do clima, a doença encontrará condições favoráveis ao seu desenvolvimento”, afirma.
A sigatoka negra é uma doença que ataca as folhas da bananeira e possui alta capacidade de disseminação. A doença é disseminada por esporos que são carregados pelo vento, pela chuva pelo transporte de frutas e mudas de regiões afetadas. A propagação pelo ar pode chegar a 60 km de distância de um foco.
De acordo com o secretário Duarte Nogueira, a secretaria tem se empenhado para oferecer a cadeia produtiva todo o tipo de informação, seja através de reuniões técnicas nas regiões, como na pesquisa de variedades mais tolerantes.
A produção de bananas do Estado de São Paulo é estimada em cerca de R$ 413 milhões. O Vale do Ribeira é responsável por 83% deste valor e a banana responde por 80% da produção agrícola da região.
Da Assessoria de Imprensa da Agricultura
M.J.
