Com três anos de plantio direto no seu lote do assentamento Capão Alto, em Itapetininga, o agricultor Pascoal Viana da Silva, 44 anos, já percebe as vantagens.“ A cobertura de palha segura a umidade. Se não fosse isso, eu teria uma queda grande de produção este ano”, comenta.
O plantio direto é uma prática que envolve o não-revolvimento do solo, rotação de culturas e uso de culturas de cobertura para formação de palhada. Atualmente, três assentados do Capão Alto estão produzindo milho pelo sistema de plantio direto, o que significa algo em torno de 15 hectares do assentamento onde não se utilizam mais a aragem e gradagem.
O técnico da Fundação Instituto de Terras (Itesp) Cícero Santos Branco explica que a prática também ajuda na conservação do solo, evitando erosão e melhorando a fertilidade. O plantio é feito de forma mais rápida, já que é eliminada a etapa de preparo do solo, e o agricultor ainda pode reduzir o volume de herbicida utilizado na lavoura.
Pelos cálculos de Pascoal, o plantio direto lhe possibilitou uma redução de custos de produção de 30%. Ele descobriu a alternativa numa visita à região de Taquarituba. ‘Lá eu vi que ninguém mexia mais com arado e grade”, conta.
Apostando nessa técnica, Pascoal investiu R$ 9 mil na compra de uma semeadora usada para plantio direto. A falta de um equipamento próprio era um problema, pois ele dificilmente conseguia máquina na época certa para a semeadura.
Para este ano, a expectativa do assentado é colher 3 mil sacos de milho. Pascoal pretende fazer a rotação de cultura com triticale, um cereal obtido por meio do cruzamento do trigo com o centeio.
Exemplo de agricultor familiar bem-sucedido e empreendedor, ele ainda complementa a renda com outras atividades, como a suinocultura. No final de março, iniciou o plantio de 5 mil mudas de tomate em uma área de meio hectare do seu lote. O próximo projeto é a construção de uma granja.
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(LRK)
