Cana-de-açúcar e grãos avançaram sobre pastagens no Estado de São Paulo e devem crescer 271,4 mil hectares de área (ou 5,2%) nesta safra de 2002/03 em relação à anterior. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola (IEA), fruto de trabalho de campo feito em junho com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). Ambos os órgãos estão vinculados à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento.
Cana e grãos ocupam atualmente 5,45 milhões de hectares. Na safra de 2001/02, eram 5,18 milhões. Sozinha, a cana-de-açúcar deve somar 3,301 milhões de hectares no Estado, aumento de 5,9% sobre o período anterior. A área de grãos pode registrar acréscimo de 4,2%, para 2,151 milhões de hectares.
Geradora de emprego
‘A expansão da agricultura paulista, em espaços antes ocupados por pastagens, deve gerar maior volume de trabalho nas regiões agrícolas do Estado, principalmente em áreas de cana-de-açúcar, cultura que necessita de grande quantidade de mão-de-obra’, afirma o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira.
Além da expansão de área, ele destaca a produtividade de grãos e cana. ‘Parte do aumento obtido na produção pode ser atribuída ao rendimento das lavouras, que foram favorecidas este ano pelas boas condições climáticas.’
Somente a produção paulista de grãos, pelo levantamento do IEA, deverá atingir 7 milhões de toneladas, elevação de 8,9% sobre a safra anterior, de 6,435 milhões de toneladas. ‘Será a maior colheita de grãos dos últimos dez anos’, ressalta Nogueira.
Milho e trigo
Entre os grãos, destaque para o desempenho do milho safrinha e do trigo, com aumento de produtividade na ordem de 46,7% e 30,7%, respectivamente. A colheita do primeiro (produção de verão mais safrinha) deve alcançar 4,499 milhões de toneladas, com elevação de 10,27%.
‘Somente a safrinha de milho deve crescer 48,10%, para 1,047 milhão de toneladas, o que beneficiará produtores e as cadeias de aves e suínos, principais consumidores’, informa o secretário. Com a oferta do milho, as granjas paulistas, que devem consumir quase 6,5 milhões de toneladas este ano, diminuirão sua dependência em relação a outros estados.
O aumento de produtividade do trigo no Estado, somado ao crescimento de 39,5% na área plantada, poderá garantir safra de 110,79 mil toneladas. Isso significará acréscimo de 82,1% sobre a colheita anterior.
A soja deve atingir 1,664 milhão de toneladas, um acréscimo de 5,47% em relação ao 1,577 milhão do ano passado. O espaço de plantio foi estimado em 627,3 mil hectares, 8,72% acima do período anterior.
Açúcar e álcool
A produção paulista de cana foi estimada em 223,28 milhões de toneladas, representando acréscimo de 5% sobre a temporada passada, que foi de 212,70 milhões. O produto para a indústria registrou crescimento de produtividade de 2,4%, em comparação ao obtido no ano passado.
A cana é o principal item agrícola do Estado. No ano passado representou 28,26% do valor da produção agropecuária paulista, com R$ 20,9 bilhões. Em 2002, as exportações de cana e álcool atingiram US$ 1,57 bilhão, significando participação de 68,7% dos embarques brasileiros. A produção no Estado representou 68% de toda a cana moída no Brasil, 75% do açúcar e 61% do álcool.
Suco de laranja
A safra paulista de laranja, pelos estudos do IEA, poderá atingir 333,1 milhões de caixas de 40,8 quilos. O volume representa queda de 7,9% em relação ao ano passado, que foi de 361,74 milhões de caixas. A retração foi causada, de acordo com a secretaria estadual, pelo clima seco nas maiores regiões produtoras, ao longo do segundo semestre de 2002. Temperatura alta prejudica a florada. A área cultivada pelo fruto decresceu 0,3%. No ano passado, havia 661,29 mil hectares e este ano, 658,98 mil.
No ranking da produção agropecuária do Estado, a laranja detém a terceira posição. Perde somente para a cana e a carne bovina. No ano passado, São Paulo exportou US$ 1,034 bilhão do suco da fruta. O número representou 95,8% das vendas do País ao exterior e 21,1% acima dos US$ 854,22 milhões do período anterior.
Colheita de café
A safra paulista de café deve atingir 2,85 milhões de sacas de 60 quilos, queda de 39% sobre a colheita de 2002. A baixa é atribuída ao ciclo bianual da cultura (em um ano, as lavouras têm alta produtividade e no outro, redução no rendimento) e também ao clima desfavorável. A área cafeeira mostrou redução de 0,4%, com 249,33 mil hectares.
São Paulo é o maior exportador brasileiro de café verde. O Porto de Santos responde sozinho por mais da metade dos embarques. Além disso, o Estado é o principal mercado consumidor do produto, absorvendo quase 40% do café industrializado. A produção paulista ocupa a terceira posição no ranking nacional, atrás de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
