Capaz de substituir o petróleo tanto na composição de plástico e cosméticos como na lubrificação de equipamentos de alta precisão, o óleo retirado das sementes de mamona tem sido utilizado como uma alternativa ecologicamente estratégica para empresas de vários segmentos.
Por isso, o interesse pelo cultivo da planta voltou a crescer entre os agricultores do Estado de São Paulo que, de 1975 a 1980, chegou a ser um dos maiores produtores de mamona do País. ‘Como nas demais culturas, a de mamona também necessita de investimentos tecnológicos para ter boa rentabilidade’, afirma o engenheiro agrônomo Maurício Dutra Zanotto, do Departamento de Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), campus da Unesp em Botucatu.
Pequenos agricultores ainda sentem o problema da escassez de sementes de qualidade no mercado, que poderiam padronizar o produto e eliminar problemas que dificultam a colheita mecanizada, como a estatura irregular da planta e o amadurecimento desigual de seus frutos, exigindo, portanto, a contratação de muita mão-de-obra.
Para combater tais barreiras e garantir uma opção rentável de cultivo, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) está comercializando uma versão de semente aperfeiçoada geneticamente, do cultivar conhecido como Guarany Comum: O AL Guarany 2002.
A novidade, desenvolvida pela Cati do município de Bauru, com a supervisão de Zanotto, foi lançada com o objetivo de atender à crescente demanda por sementes de mamona no Estado, oferecendo ao agricultor um produto de qualidade superior aos normalmente encontrados no mercado. ‘Diferente dos diversos exemplares que chegam de outras regiões, as novas sementes garantem, de fato, maior produtividade’, afirma o docente da UNESP.
‘Elas foram especialmente desenvolvidas para que pudessem se adaptar às condições naturais encontradas aqui no Estado.’ As novas sementes de mamona possuem garantia de procedência. ‘Indo até a Cati de seu município o agricultor pode ficar tranqüilo ao adquirir suas sementes’, completa Zanotto.
O pesquisador conta que as características das plantas geradas a partir do novo cultivar podem assegurar ao pequeno agricultor alta produtividade na extração de óleo, cujo teor é acima da média, 48%, e dinamismo na hora da colheita.
Alguns mamoneiros chegam a ter quatro metros de altura, que inviabiliza a colheita mecanizada. O AL Guarany 2002 tem altura variando entre 1,60 a 2,60m. ‘Conforme a época de plantio e a tecnologia empregada, a produtividade média de grãos pode alcançar até 3,5 mil kg/ha’, afirma o agrônomo.
Os pedidos podem ser feitos em qualquer posto da Cati. Mais informações no Núcleo de Produção de Sementes de Bauru pelo telefone (014) 222-3850 ou pelo endereço nps.bauru@cati.sp.gov.br.
