Administração Penitenciária: Secretaria inaugura Enfermaria de Graves para presos

Secretário Furukawa inspeciona quartos da enfermaria

sex, 16/01/2004 - 17h22 | Do Portal do Governo

Foto: Edmílson MagalhãesA Coordenadoria de Saúde da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) inaugurou nesta quinta-feira, dia 15, a Enfermaria de Graves, no Centro Hospitalar anexo ao sistema prisional do Carandiru, em São Paulo. O espaço dispõe de 14 leitos para atendimento de presos enfermos que necessitam de assistência por 24 horas. A enfermaria é uma reivindicação antiga do sistema prisional do Estado, na área da saúde. O local foi reformado com verbas próprias da coordenadoria e abrigará presos que até agora ocupavam vagas em hospitais públicos. A intenção das autoridades e médicos é eliminar a necessidade de escolta e o constrangimento que isso acarreta aos usuários em unidades públicas de saúde.

À cerimônia de inauguração compareceram o secretário de Administração Penitenciária Nagashi Furukawa, a coordenadora de saúde Maria Eli Colloca Bruno e o juiz José Roberto Nalini, presidente do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo (Tacrim).

Hoje é hospital

A coordenadora Maria Eli explica que o nome da enfermaria (grave) é um jargão médico para explicar o local em que são alojadas pessoas que carecem de atendimento constante, mas que já passaram pela UTI e pela semi-intensiva. “No nosso centro hospitalar não dispomos de aparelhos sofisticados como nessas duas unidades mencionadas. Por isso, criamos a Enfermaria de Graves. Trata-se de um avanço e tanto para um local que no passado foi prisão”, observa a coordenadora.

Ela diz que o preso previamente atendido em hospitais públicos pode deixar o local antes e continuar o tratamento na nova enfermaria. Ele só fica no atendimento público se precisar de UTI ou de semi-intensiva. O novo espaço também servirá para os presos enfermos que já estão sendo assistidos no Centro Hospitalar. Atualmente, há 198 pessoas internadas no local, mas a capacidade é para atender até 320 pacientes. A maioria deles tem Aids, tuberculose ou problemas ortopédicos, os males mais comuns entre os presos doentes.

O secretário Furukawa, em breve reunião com médicos, funcionários e convidados, agradeceu o empenho do Centro Hospitalar em garantir a saúde dos detentos do Estado. Informou que em 1999 houve 522 mortes no sistema prisional paulista, sendo 405 por motivos naturais, numa população de 53.117 pessoas. Em 2003, o número caiu para 323 (292 naturais, 27 criminais e 4 suicídios) num total de 98.828 presos. O Centro Hospitalar do Carandiru, criado em julho de 2002, fica na Rua Dom José Maurício, 15, São Paulo.

Otávio Nunes – Da Agência Imprensa Oficial