A direção da Penitenciária Orlando Branco Filinto, de Iaras, encontrou na criação de animais uma boa alternativa para os presos do regime semi-aberto preencherem o tempo com uma atividade prazerosa. Nas cercanias da unidade há um grande lago com peixes, capivaras e patos. Em volta da água, emas, coelhos, perus, tartarugas, galinhas e também um pasto com vacas, cavalos, cabras e carneiros. “O trabalho com os animais desperta a afetividade nesses homens e os prepara para o retorno ao mundo lá fora”, justifica o diretor-geral Roberto Medina, autor da idéia.
Os animais domésticos já existiam no local. A maioria doada pela comunidade de Iaras, cidade pequena com aproximadamente 3 mil habitantes, localizada no km 290 da Rodovia Castelo Branco. No início de 2003, a Duke Energy International, grupo norte-americano que adquiriu usinas hidrelétricas da Cesp, no rio Paranapanema, doou 15 mil alevinos (filhotes de peixes).
Hoje, o lago, com 2,8 mil metros quadrados de área e três metros de profundidade, abriga matrinxãs, pacus, tambaquis, tilápias, carpas, curimbatás, surubins (pintados) e o mais famoso habitante da água doce brasileira, o dourado. Todos, bem-crescidos, alimentados pelos presos.
O diretor fez um projeto para criação de animais silvestres e o enviou para apreciação do Ibama de Bauru. Aprovado, o instituto providenciou alguns exemplares para Iaras. De acordo com a lei, os animais vieram de locais onde eram excedentes. As 12 capivaras, por exemplo, viviam no Parque do Taquaral, em Campinas, e as seis emas, no Parque Ecológico de Rio Claro.
Otávio Nunes – Da Agência Imprensa Oficial