Adm. Penitenciária: Aparelho de raio X barra entrada de objetos ilícitos em duas penitenciárias

Secretário Nagashi Furukawa estuda a possibilidade de instalar o equipamento em outras unidades prisionais

ter, 26/10/2004 - 13h19 | Do Portal do Governo

Instalados na Penitenciária de Araraquara e no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Suzano, interior do Estado, os aparelhos de raios X impedem a entrada de facas, estiletes, serras, celulares e drogas. Utilizados na revista de objetos e alimentos trazidos por visitantes, reduziram as tentativas de entrada de material nesses locais. O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, estuda a possibilidade de instalar o equipamento em outras unidades prisionais ainda este ano.

Posto em prática em maio, no setor de visitas do CDP de Suzano, a máquina detectou objetos proibidos, permitindo que os funcionários, encarregados da revista, localizassem celulares, facas e brocas em amortecedores de tênis; serras camufladas nas capas de bíblias e dentro de sabonetes; drogas ocultadas no interior de aparelhos de barbear e entorpecentes em fundo falso de recipiente com alimentos.

Raios X e inspeção humana – O diretor do CDP, Ari Camargo Barbosa, informa que a lista de objetos que os visitantes tentavam entregar aos 1,2 mil presos era imensa. Ele diz que a quantidade diminuiu drasticamente quando os familiares e amigos dos presos perceberam que o aparelho revelava produtos mesmo quando escondidos em locais inesperados e inusitados.

‘O raio X é adequado para detectar objetos e veio em ótima hora. Além de inibir as tentativas de entrada de ilícitos, nos trouxe segurança, presteza e eficiência no atendimento aos visitantes. Agora tudo passa pela máquina, igual nos aeroportos,’ compara Barbosa.

Mesmo com o recurso do raio X, de um detector de metal e de um bloqueador de celular, Barbosa faz questão de reforçar que os servidores continuam a observar o interior dos ‘jumbos’ (mantimentos e produtos de higiene pessoal e de limpeza) e dos objetos trazidos para os detentos e dos materiais autorizados que chegam pelo correio.

Funcionários treinados – A diferença é que antes o serviço de revista era feito por dez empregados e, agora, por quatro ou cinco. Outra vantagem é que muitos objetos não autorizados que passavam pela revista humana estão sendo barrados pelo aparelho de raios X. Por isso, acrescenta Barbosa, 30 dos 150 funcionários foram treinados para operá-lo. A idéia é reunir um número de pessoas suficiente para fazer o atendimento com rodízio de equipes para evitar a cooptação dos responsáveis pela revista.

Visualização e exame – Instalado em setembro na Penitenciária de Araraquara, o aparelho custou R$ 110 mil e já evitou a entrada de drogas e, de pelo menos, 10 telefones celulares no presídio que abriga 1.094 detentos. Além do recente equipamento, o prédio dispõe de um detector de metal e de um bloqueador de celular.

Como em Suzano, o raio X está sendo usado para vistoriar as sacolas com ‘jumbo’ levadas para os detentos por parentes e monitorar os objetos enviados aos presos. O diretor da penitenciária, Roberto Medina, informa que é possível localizar qualquer anormalidade numa massa homogênea ou num espaço vazio.

Para cada tipo de objeto, ele indica uma cor diferente. Por exemplo: metal, o raio X visualiza o azul; material de baixa densidade, verde; o formato é observado pelos tons escuros (azul e preto). Em qualquer um dos casos, os funcionários inspecionam minuciosamente, já tendo noção do que encontrará.

Segurança e eficiência na inspeção

Entre as artimanhas que os visitantes usam para entregar material ilegal, o diretor-geral do presídio cita um estilete e um celular ocultos num violão, além de porções de maconha escondidas em sabonetes e em tubos de creme dental. Antes da chegada do raio X, sete funcionários revistavam as sacolas com ‘jumbo’. Com a utilização do equipamento, o serviço de inspeção passou a ser feito por dois.

O diretor disse que, por questão estratégica e administrativa, 30 empregados estão aptos a operar a novidade. Como benefícios, Medina cita que houve diminuição do número de servidores e aumento da segurança e eficiência da inspeção.

Claudeci Martins
Da Agência Imprensa Oficial