Ação: Defesa Civil lança Operação Verão com planos preventivos para áreas de risco

Operação começa nesta segunda-feira, 1º de dezembro

seg, 01/12/2003 - 8h43 | Do Portal do Governo

Na Operação Verão 2003-2004, que começa nesta segunda-feira, dia 1º, a Defesa Civil do Estado coordenará ações que têm por objetivo identificar situações de risco iminente e remover moradores antes que ocorram inundações e deslizamentos de terra, comuns nesta época do ano. Os Planos Preventivos e de Contingência da Defesa Civil (PPDC) prevêem o monitoramento meteorológico e pluviométrico e vistorias de campo para verificar a situação de áreas vulneráveis.

A Defesa Civil aciona os PPDC para problemas específicos das regiões identificadas como mais vulneráveis: Baixada Santista e Litoral Norte (deslizamentos), Vale do Ribeira (inundações), Serra da Mantiqueira e Vale do Paraíba (deslizamentos e inundações), região de Campinas (deslizamentos e inundações). Este ano a Operação Verão terá dois novos planos de contingência específicos para deslizamentos de encostas, que serão operados em caráter experimental, nas regiões de Sorocaba e ABCD paulista.

O Centro de Gerenciamento de Emergências estará em atividade 24 horas por dia, emitindo boletins meteorológicos para cada uma das regiões, expedindo alertas quando necessário e monitorando índices pluviométricos, com o objetivo de orientar ações de remoção preventiva de moradores das áreas vulneráveis, em casos de risco iminente. A Defesa Civil do Estado dispõe de estrutura preparada para subsidiar as equipes municipais em eventuais situações de emergência, suprindo necessidades prementes e orientando ações.

Pioneirismo

Além desses coordenadores, a iniciativa envolve autoridades e profissionais da Defesa Civil dos municípios, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Civil, Departamentos de Trânsito e outros órgãos estaduais e municipais que desenvolvem ações de emergenciais e de prevenção. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Instituto Geológico (IG), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e principalmente a comunidade das regiões contempladas por PPDC, também participam das atividades preventivas. Em alguns casos, representantes de órgãos federais também tomam parte nas ações.

Nos últimos sete anos, apesar das fortes chuvas causadoras de deslizamentos, não foi registrada nenhuma morte na Baixada Santista e Litoral Norte. A região é pioneira na criação de um sistema de monitoramento. Em 1988 foi criado o Plano Preventivo de Defesa Civil específico para escorregamentos de terra na Serra do Mar. O êxito da ação fez com que o plano se tornasse modelo e referência para outras regiões com problemas semelhantes.

Instituição surgiu após grandes catástrofes

Nascida com a finalidade de promover ações preventivas, de socorro e assistência às vítimas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar a população e restabelecer a normalidade social, a Defesa Civil de São Paulo surgiu após grandes catástrofes causadas por chuvas e incêndios no Estado.

Em 1967, chuvas intensas em Caraguatatuba geraram inúmeras situações que exigiram providências de socorro urgente. Dois anos depois, chuvas fortes atingiram o interior e a capital, determinando a criação, pelo governo, da primeira Comissão de Defesa Civil. Em 1972, um violento incêndio irrompeu no Edifício Andraus. Em 1974, novo incêndio catastrófico. Dessa vez no Edifício Joelma, com muitas vitimas.

Nessa época, ainda não havia um organismo capaz de prevenir tais acontecimentos ou, diante de eventos imprevisíveis, minimizar as perdas humanas e materiais, além de atender aos necessitados e restabelecer a normalidade na área atingida. Foi criado, então, um grupo de trabalho para estudar a prevenção de incêndios em São Paulo. A Casa Militar concluiu que era necessário um plano mais abrangente, uma vez que outras calamidades ocorriam com maior freqüência. Surgiu assim a Defesa Civil do Estado.

Remoção preventiva

Mais de 30 anos depois, eventos desastrosos continuam acontecendo, mas a Defesa Civil adotou a prevenção como arma de combate. Com um trabalho intenso de convencimento, o órgão estadual desenvolveu a idéia de criação de sistemas municipais em quase todas as cidades paulistas. Hoje, dos 645 municípios do Estado, apenas 11 não contam com comissões próprias de Defesa Civil.

Outra medida preventiva são os treinamentos que o pessoal da Defesa Civil do Estado dá a seus pares do município. As equipes locais são orientadas a seguir o tripé da prevenção, recomendado para a estação mais quente do ano: fazer a leitura do pluviômetro (instrumento que mede a quantidade de chuva) para medir o acumulado das chuvas dos três últimos dias; analisar as previsões meteorológicas; e, caso a leitura desses dados mostre situação limite, fazer vistoria de campo. São as equipes locais de Defesa Civil que operam tecnicamente os planos preventivos, após mapeamento preliminar de riscos.

Quando algum município entra em estado de alerta, faz-se a remoção preventiva dos moradores das áreas em situação de perigo. Um geólogo do IPT ou do IG visita o local para examinar o local e verificar se há realmente riscos de deslizamentos.

No verão passado 2.501 pessoas foram removidas preventivamente de áreas de risco iminente, o que, apesar de ser impossível mensurar, deve ter contribuído para a redução das mortes no período. Embora o número de mortes tenha aumentado 4,3% no verão passado em relação ao anterior, o índice pluviométrico de dezembro a março foi aproximadamente 30% acima da média dos últimos 30 anos. As chuvas fortes afetaram 129 municípios, 34% a mais do que no verão 2002-2003 e 53,5% a mais do que a média dos municípios afetados nos últimos sete anos.

Sirlaine Aiala
Da Agência Imprensa Oficial e Departamento de Comunicação da Defesa Civil

(AM)