Agricultores assentados da região do Pontal do Paranapanema estão adotando um modelo agrícola que alia a produção comercial ao plantio para reflorestamento. Trata-se dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), que já são responsáveis pela recuperação ambiental de 300 hectares, envolvendo o trabalho de 200 famílias.
O projeto é desenvolvido no Pontal por meio de parceria entre a Fundação Instituto de Terras (Itesp), entidade vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, e a Duke Energy – Geração Paranapanema. Assinado em 2001, o convênio prevê a recuperação de 1.906 hectares com o plantio de 3,5 milhões de mudas de espécies nativas. A Duke vai investir R$ 1.104.086 e o Itesp, R$ 697.612. Até agora, foram investidos R$ 194.146,76.
Segundo o analista de desenvolvimento agrário do Itesp, Marcelo Brandão José, as árvores nativas estão sendo plantadas, numa primeira etapa, em consórcio com culturas comuns nos assentamentos da região, como milho, algodão, feijão e mandioca. À medida que a agrofloresta se desenvolve, são plantadas espécies frutíferas e culturas como banana, café, pupunha e abacaxi.
O projeto oferece aos assentados o preparo de solo, insumos e mudas florestais. A maior parte das mudas nativas está sendo produzida em viveiro próprio, localizado em Mirante do Paranapanema, onde as ações do convênio estão mais concentradas. Também estão sendo beneficiados assentamentos de Primavera e Teodoro Sampaio.
Atualmente, estão sendo feitos trabalhos de conservação de solos, como construção de terraços e bacias, para evitar a erosão e viabilizar a implantação de novas áreas cultiváveis. ‘Além de ajudar a complementar a renda das famílias assentadas, estamos ajudando a mudar a paisagem do Pontal do Paranapanema’, explica o diretor-executivo do Itesp, Jonas Villas Bôas.
