Abastecimento: USP de Piracicaba tem laboratório com tecnologia de ponta para análise do leite

Análises checam a qualidade do produto desde a sanidade dos animais até o balanceamento da dieta

sex, 12/11/2004 - 13h34 | Do Portal do Governo

A partir de 2005, o Ministério da Agricultura deverá adotar medida normativa que obrigará todos os setores envolvidos na pecuária leiteira, produtores e indústria, a submeterem seus produtos a análises laboratoriais. Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, já existe um laboratório com tecnologia suficiente para analisar o produto e os seus componentes.

A Clínica do Leite realiza cerca de 40 mil análises por mês e tem um banco de dados com informações sobre a qualidade desse produto em todo o Estado e das regiões do Triângulo Mineiro e sul de Minas Gerais.

Para o professor Paulo Machado, do Departamento de Zootecnia da Esalq e coordenador da Clínica, a medida incentivará a manutenção da qualidade. “O controle servirá para formarmos uma base sólida para uma pecuária leiteira de sucesso no País, como acontece com a soja e com a suinocultura,” , diz.

O professor informa que o Brasil chegou a exportar, este ano, leite para alguns países do Oriente Médio e da África. “Se quisermos atingir mercados exigentes teremos de melhorar a qualidade”, recomenda. Há mais de seis anos, a Clínica faz análises do produto na contagem de células somáticas, em que avalia a sanidade das glândulas mamárias dos animais e determina a qualidade; concentração de gordura, proteína, lactose e sólidos totais, em que são identificados problemas nutricionais, o balanceamento da dieta e a qualidade do leite; e na determinação da concentração de nitrogênio uréico no leite (uréia), que permite identificar os problemas nutricionais dos animais.

Banco de dados – A Clínica do Leite mantém um serviço de banco de dados sobre a qualidade do produto. Softwares e ferramentas desenvolvidas produzem tabelas específicas com os resultados obtidos. As análises são feitas com produtores e indústrias de beneficiamento. “Há mais de um ano atuamos nas indústrias do Estado avaliando a qualidade do leite”, conta Machado. Com relação ao produto considerado “anormal”, o professor informa que a Clínica reúne dados sobre a incidência das anormalidades onde elas ocorrem com maior freqüência.

Machado destaca a redução do uso de antibióticos: “Estamos desenvolvendo um kit para identificar o tipo de infecção e se há a necessidade de tratar o animal com antibióticos. De acordo com a literatura, 70% das doenças não precisam desse medicamento”. A coleta pode ser feita de um conjunto de vacas ou individualizado, o que permitirá identificar possíveis deficiências em cada um dos animais. No Brasil, além da Clínica da Esalq, outros seis laboratórios estarão aptos a realizar análises em todo o País: Curitiba, na Universidade Federal do Paraná; Rio Grande do Sul, na Universidade de Passo Fundo; Minas Gerias, na Embrapa de Juiz de Fora e na Universidade Federal de Minas Gerais; em Goiás, na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia; e, em Recife, na Universidade Federal de Pernambuco.

Da Agência Imprensa Oficial

(LRK)