Abastecimento: Medição setorizada contribui para economia de água em prédios da USP

Programa ajudou a reduzir o consumo de água em 32% no campus de São Paulo

qua, 20/08/2003 - 9h51 | Do Portal do Governo

Do Portal da USP
Por Júlio Bernardes

Estudo realizado na Escola Politécnica da USP pelo engenheiro Humberto Oyamada Tamaki mostra que a medição setorizada do consumo de água em sistemas prediais (edifícios, conjuntos de prédios, condomínios) contribui para detalhar o perfil da demanda, ajudando na economia e na detecção de vazamentos.

Adotada em conjunto com outras medidas de controle no Programa de Uso Racional da Água da USP (PURA-USP), a medição setorizada contribuiu para a redução do uso de água na Cidade Universitária de 1.654.572 metros cúbicos em 1998 para 1.124.978 metros cúbicos em 2002 – uma queda de 32%.

Tamaki explica que até 1992 existia um único medidor de água para todo o campus do Butantã. ‘Naquele ano, a Sabesp assumiu a rede de água no campus e instalou mais de 100 hidrômetros de tarifação’, conta. A partir de 1999, paralelamente à implantação do Pura-USP, foram colocados hidrômetros de medição (sem efeito na cobrança de conta) em cada edifício do campus, inicialmente nas 8 unidades de maior consumo.

Pretende-se ainda instalar um total de 235 medidores quando da conclusão da medição setorizada em todo o campus.. ‘Com o PURA, tem sido instalado um medidor para cada prédio ou bloco, sendo possível elaborar um perfil mais detalhado do uso de água’, diz.

Segundo Humberto Tamaki, a implantação dos medidores foi estudada para não comprometer a eficiência das redes de água. ‘Um hidrômetro inadequado pode comprometer o fluxo de água fria e o desempenho de equipamentos sanitários, como válvulas de descarga’. Além de controlar o consumo, a medição setorizada permite um controle mais preciso de vazamentos, agilizando a manutenção. ‘Com apenas um medidor por unidade, a perda de água por um vazamento poderia ser encoberta pelo consumo global’, diz o engenheiro.

Telemedição

Com auxílio da Sabesp, o PURA começou a implantar em 1998 um sistema de telemedição para controlar o consumo de água na USP, por meio de hidrômetros eletrônicos. De acordo com o engenheiro, os medidores possuem uma saída de sinal, que está ligada a uma rede dedicada de fios e cabos telefônicos do campus.

As informações, após o condicionamento de sinal para tráfego, são transmitidas para uma Central de Gerenciamento na Poli. ‘Com a telemedição é possível fazer a leitura com maior freqüência, o que permite fazer o levantamento do perfil de consumo’, explica Tamaki. ‘Os dados são mais confiáveis e permitem uma atuação imediata quando da identificação de uma anomalia’.

O engenheiro afirma que a telemedição é muito usada pelas companhias de água nos EUA, mas no Brasil seu uso ainda é restrito. ‘No país, ela é utilizada apenas para estudos e avaliações e na gestão da demanda de água na USP, Unicamp e na Ceagesp’.

O PURA-USP, coordenado pelos professores Orestes Marraccini Gonçalves (Coordenador Técnico, Poli) e Antonio Marcos de Aguirra Massola (Coordenador Administrativo, COESF), foi criado em 1997, por intermédio de um convênio entre a Sabesp e a Universidade. Para participar do PURA, a USP recebeu um desconto de 25% nas contas de água, quantia usada na correção de vazamentos em redes de abastecimento e reservatórios do campus e aquisição de equipamentos sanitários mais econômicos, entre outras ações. Em 2002, o PURA foi implantado nas unidades da USP fora da Cidade Universitária e este ano está sendo estendido aos campi do interior, em conformidade com o caráter permanente do Programa.

Mais informações podem ser obtidas no site:
www.usp.br/agen
V.C.