Abastecimento: IAC realiza 19º Dia de Campo de Feijão

Acesso a tecnologias tem reflexos no campo e no bolso do produtor

qua, 02/04/2003 - 16h38 | Do Portal do Governo

O feijão está na alimentação de todo brasileiro. Servido com arroz ou como tutu, isso não importa, o fato é que essa leguminosa é a principal fonte de proteína vegetal. O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor de feijão e para atender à demanda os campos precisam estar bem. De olho em uma produção maior e melhor, os agricultores têm buscado conhecimento e tecnologias.

A fim de atender a esse público, o Instituto Agronômico (IAC) e o Departamento de Descentralização do Desenvolvimento (DDD), órgãos da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, irão realizar o 19º Dia de Campo de Feijão, nos dias 15 e 16 de abril, em Capão Bonito, SP. O acesso a conhecimentos teóricos e práticos é totalmente gratuito. Em 2002, cerca de 800 participantes aproveitaram essa oportunidade de conhecer o que está dando certo na cultura do feijão.

Há 19 anos realizando esse evento, o IAC tem por objetivo divulgar as principais tecnologias na cultura do feijoeiro e integrar todos os setores da cadeia produtiva do feijão. Para isso, são reunidos profissionais da pesquisa e de empresas de defensivos, fertilizantes, máquinas e implementos agrícolas, etc. Neste ano, o evento irá reunir também grandes empresas de máquinas, implementos agrícolas e equipamentos de irrigação, além de dois bancos que têm programas de financiamentos agrícolas. Com essa novidade, o produtor pode ter acesso à tecnologia e já providenciar a aquisição, se houver interesse.

Na 19ª edição do evento haverá outra inovação: a realização de uma mesa-redonda com os produtores de feijão de São Paulo e de outros Estados. Assim os pesquisadores podem identificar os principais problemas e sugerir novas pesquisas para as instituições competentes.

O desempenho das máquinas e equipamentos agrícolas, defensivos, fertilizantes e das diversas variedades IAC de feijão serão observados diretamente no campo, onde os participantes contarão com a explicação de especialistas. Além das visitas ao campo, o público será contemplado com palestras que abordam vários aspectos da cadeia produtiva do feijão, como as perspectivas de negócio, cultivares comerciais de feijão para o Estado de São Paulo e tecnologias de aplicação de produtos fitossanitários. Os participantes receberão uma publicação com todas as palestras proferidas no evento.

A oportunidade de acesso às tecnologias e orientações é de grande importância porque a cultura vem passando por uma série de transformações, desde o processo produtivo até o consumo. A cultura apresenta inúmeros riscos, principalmente em razão de clima e ataque de pragas e doenças. Para enfrentá-los e obter melhores resultados, os produtores buscam anualmente novas tecnologias. ‘Os preços das sementes praticamente dobraram, sem falar nos preços dos demais insumos — adubos, defensivos, diesel etc —, atrelados à cotação do dólar’, afirma Sandra Hetzel, Analista de Mercado de Feijão, que fará palestra no 19º Dia de Campo de Feijão.

O Brasil produz três milhões de toneladas de feijão, das 18 milhões de toneladas que movimentam o mercado mundial. Segundo Hetzel, está havendo uma redução da área de plantio nas regiões mais tradicionais, como sul e sudeste. ‘Os avanços tecnológicos têm compensado de alguma forma essas perdas, graças à pesquisa, especialmente com descoberta de novas variedades mais resistentes a pragas e doenças.’, afirma.

No evento, o público poderá conhecer o desempenho no campo das principais variedades em cultivo. Na avaliação do pesquisador do IAC, Sérgio Augusto Moraes Carbonell, o conhecimento desse desempenho é decisivo para o sucesso do cultivo. Em São Paulo, por exemplo, o feijoeiro é cultivados em três épocas: águas, seca e inverno. ‘No Brasil, e principalmente em São Paulo, existe grande variabilidade de ambientes nos quais as cultivares de feijoeiro são semeadas.’, afirma Carbonell.

Os participantes terão também acesso a conhecimentos sobre aplicação de defensivos, já que o controle químico de doenças e pragas é o principal recurso utilizado para a manutenção da fitossanidade das culturas, sendo a pulverização a principal forma de aplicação dos diferentes agrotóxicos. Apesar de ser uma importante operação — que pode responder por 30 a 60% do custo de produção — a atividade é pouco entendida e leva a expressivas perdas de produto, tempo e dinheiro, segundo o pesquisador do IAC, Hamilton Ramos.

Durante sua palestra, o pesquisador irá abordar a aplicação correta de defensivos, que começa pela identificação da praga. O local onde se deve colocar o produto químico é outro ponto a ser definido para o agrotóxico controlar a praga adequadamente. ‘Qualquer que seja a solução encontrada, deve-se ter em mente que o produto que controla qualquer praga é aquele que chega no alvo e não o aplicado.’, explica Ramos.

Os participantes também serão informados sobre regulagem de pulverizadores. As informações tocam no bolso do produtor. De acordo com Ramos, trabalhos realizados pelo IAC no Estado de São Paulo, com propriedades de diversas áreas e diferentes culturas e equipamentos, têm mostrado ser possível obter reduções de 20 a 70% do volume de calda, apenas regulando corretamente os equipamentos. ‘Tais reduções têm significado, em média, economia suficiente para adquirir um pulverizador novo a cada 1 a 1,5 anos.’

No 19º Dia de Campo de Feijão, os participantes conhecerão também os resultados de ensaios de controle químico de doenças. Na safra da seca de 2002, com a variedade IAC-Carioca, as doenças, de modo geral, ocorreram em severidade extremamente baixa. O controle químico das doenças proporcionou aumento da produtividade com variação de 7,48% a 20,18%. Já na safra das águas de 2002, ocorreram as doenças antracnose, mancha-de-alternaria e mancha-angular. ‘Vamos apresentar os resultados dos mais novos fungicidas para o agricultor conhecer o resultado avaliado pela pesquisa’, afirma o pesquisador Jairo Lopes de Castro, do Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Sudoeste Paulista.

Essa é a proposta do 19º Dia de Campo de Feijão – os pesquisadores desenvolvem novas tecnologias e passam aos participantes do evento. Bem perto dos pesquisadores e do campo, os produtores vêem o que é bom para a lavoura. E se o cultivo vai bem, é bom para todos, inclusive para quem não dispensa o feijão no prato.

19º Dia de Campo de Feijão.

Participação gratuita.

Data: 15 e 16 de abril.

Local: Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Sudoeste Paulista,

Rodovia Sebastião Ferraz de C. Penteado, SP 250, km 232, (Capão Bonito – Guapiara).

Fone: (15) 542-1310 e (15) 542-1708.

E-mail: polosudoestepaulista@apta.sp.gov.br


Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento