Serra visita Unidade Lapa da Rede de Reabilitação Lucy Montoro

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Queria falar a vocês da minha grande alegria de estar aqui, porque este é um lugar […]

qua, 20/05/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Queria falar a vocês da minha grande alegria de estar aqui, porque este é um lugar bom. A gente vê que é uma unidade de reabilitação que já faz parte da Rede Lucy Montoro (Instituto de Reabilitação Lucy Montoro), que nós turbinamos, melhoramos, reformamos, ampliamos – e a gente vê que está funcionando muito bem.

Queria cumprimentar a secretária (Linamara Rizzo Battistella), de uma pasta que criamos recentemente, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; o secretário da Saúde, que é um grande parceiro nesse trabalho, Luiz Roberto Barradas; a subprefeita da Lapa, da Prefeitura (de São Paulo), Sônia Francine; a Suely Jucá, diretora de unidade Lapa do Imrea (Instituto de Medicina Física e de Reabilitação), que é uma nova concepção, uma nova forma quantitativa e qualitativa de abordar o trabalho da Rede Lucy Montoro. Queria também cumprimentar aqui todos os pacientes, alunos, acompanhantes desta unidade, colaboradores. Enfim, a todos e a todas.

Eu queria voltar ao que estava dizendo no início. Realmente trata-se de uma unidade de reabilitação que claramente funciona. A gente sente no ambiente, a gente sente nas pessoas, nos acompanhantes, a gente sente nos pacientes, a gente sente nos profissionais. Eu queria fazer a minha saudação, o meu agradecimento muito especial aos profissionais que aqui trabalham. A maioria mulheres, mas eu vi também homem trabalhando.

Em geral o pessoal pensa que saúde é médico. Quantos médicos tem aqui, Linamara? Doze. E quantos profissionais tem? Cento e vinte. Isso mostra, a relação é de um para dez. Quer dizer, um médico, dez profissionais. Que profissionais são esses? Enfermagem, psicologia, fisioterapia, assistente social, fonoaudiólogas, terapeuta ocupacional, professoras e professores de educação física. A gente vê quantas profissões relacionadas com a saúde que são tão importantes.

E elas têm uma característica que é diferente de outras profissões. Eu dizia sempre, quando era ministro da Saúde – às vezes tinha que fazer palestra em Faculdade de Medicina, e vocês sabem que eu não sou médico, nem entendo muito de Medicina – uma das coisas que eu dizia para quem estava estudando é que esta profissão, que lida com a saúde, tem que ter uma dedicação muito especial por parte dos profissionais. É diferente de ser engenheiro, economista, especialista em computação, até advogado. É diferente dessas outras profissões porque tem que ter o elemento de doação, o elemento de solidariedade, de vontade extra de ajudar as pessoas anonimamente, muito forte para que dê certo.

E eu acho que nós temos isso aqui em São Paulo. Em todo lugar que eu visito, em geral unidades de saúde, a gente vê esse tipo de profissional. Então, eu queria dar o meu abraço muito especial e cumprimentar aqueles e aquelas que eu não tive oportunidade de fazê-lo pessoalmente. Ainda tem mais. A Linamara já escreveu aqui que tem os instrutores de ofícios e, claro, os professores de artes e nutricionistas para cuidar da alimentação.

Pessoas que têm algum tipo de deficiência na verdade têm muita possibilidade, e essa é a nossa atitude. Por isso nós criamos a Secretaria (dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e estamos fazendo uma rede de hospitais de reabilitação que se chama Rede Lucy Montoro, que era mulher do (ex-governador Franco) Montoro, muito dedicada às causas sociais. Eu a conheci muito bem.

Esta unidade aqui era do Fundo de Solidariedade do Governo de São Paulo, mas a Mônica (Serra, primeira-dama) passou para a Linamara. E foi um gesto interessante, porque de um centro como este normalmente ninguém quereria se desfazer. Gostaria de mantê-lo, porque é um elemento para poder mostrar as coisas boas que são feitas.

Mas, me diz a Linamara que isso já foi bem reformado, preparado inteiramente, ficou como uma coisa nova aqui na Lapa. Eu não conhecia, eu sabia de memória, mas eu não conhecia, e fiquei muito surpreso hoje aqui e muito contente, muito satisfeito.

Nós estamos fazendo seis hospitais de reabilitação em São Paulo. As estatísticas mostram que 10% da população do Estado, mais ou menos, tem problemas de mobilidade, ou seja, mais de quatro milhões de pessoas. E nós nos demos conta de que é preciso ter uma ação muito maior do que a que vinha sendo exercida, muito maior. Estamos criando esses hospitais, que vão ser unidades de referência.

E hospitais de reabilitação são muito especiais. Não são hospitais tradicionais. Esta rede (Lucy Montoro) vai, na verdade, pilotar nas diversas regiões (do Estado de São Paulo) o trabalho que está sendo feito. Todas as vezes que eu converso com um prefeito pessoalmente, ou em reuniões no interior, às vezes com 30 prefeitos, eu peço a eles o compromisso de ou criar uma Secretaria, ou uma Coordenadoria, ou um Departamento, seja lá o que for. Ou (indicar) uma pessoa, dependendo do tamanho da Prefeitura, ligada à questão da pessoa com deficiência. Para cuidar, inclusive, da acessibilidade, do acesso, que é uma coisa muito complicada dentro dos equipamentos já existentes, que não foram feitos com esse propósito.

Já há 25 Prefeituras que criaram, mas eu acho que isso vai se multiplicar muito pelo Estado de São Paulo. O que nós temos que fazer é botar na consciência da sociedade esse problema. Por exemplo: a causa ambiental, o meio ambiente, é uma causa que eu acho que já ganhou. Ainda falta muito para percorrer, mas já está na cabeça. Entrou, foi introjetada na sociedade e na política. O problema do deficiente ainda não foi – e nós estamos dando essa batalha aqui no Estado de São Paulo.

Se vocês visitarem equipamentos novos nossos – o Museu do Futebol é um exemplo, o Catavento é outro – vão ver que a acessibilidade é 100%, mesmo em prédios antigos. Um é no Pacaembu (Museu do Futebol), embaixo das arquibancadas, em uns corredores inúteis que havia lá. O outro é lá no Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro (Catavento). Vocês vão ver como a questão da acessibilidade é total.

No metrô é que estamos correndo atrás de prejuízo. Porque quando o metrô foi feito ninguém deu bola para isso. Então, nós estamos fazendo, inclusive, elevadores. Custa uma fortuna. São mais de 80 milhões de reais pra fazer isso. Imagina se fosse investir este dinheiro em outras coisas, na própria área. Mas tem que fazer, não tem jeito. Aí é correr atrás do prejuízo, de um investimento que não foi feito no passado, e que seria muito barato se fizesse no momento em que estivesse construindo. É isso o que eu queria dizer aqui.

Queria cumprimentar de novo todos os profissionais. Nós devemos muito a eles. São eles que fazem este trabalho. Saúde é gente, vocês sabem disso. É claro que precisa de equipamento, precisa de material… Mas é acima de tudo gente – e é esta gente que tem aqui, que faz com que este centro, esta unidade, funcione tão bem.

Queria cumprimentar a eles, queria cumprimentar os acompanhantes, muitos pais e mães que eu vi aqui… Aliás, contrariando até coisas que eu habitualmente vejo… Em geral, quem acompanha familiar é mulher. Aqui eu vi homens que trazem os filhos, acompanham, vêm dar uma olhada. Queria cumprimentar os acompanhantes e a todos aqueles que têm tratamento aqui.

Eu encontrei agora há pouco um companheiro que era do meu partido, lá de Perus. Eu não sabia que ele teve um derrame em 2002. Eu não sabia, nunca mais o tinha visto. E ele vem aqui três vezes por semana – e vem, inclusive, com aquele transporte, o Atende. Segundo ele, funciona direito. Se estivesse funcionando mal, ele teria me dito.

O que a gente tem que fazer? É nivelar por cima. É ver onde está indo mal para melhorar. Não é nivelar por baixo, como muitas vezes se faz na política governamental no Brasil. A gente tem que nivelar por cima. Para todo mundo, o melhor atendimento possível. É impossível isso? Olha, pode não se chegar à nota 10. Mas pode se sempre perseguir a nota 10. Porque se não perseguir a nota 10, nós não vamos melhorar nunca, nem um décimo, nem um centésimo. Essa é a filosofia do nosso trabalho e do meu governo.

Queria, por último, agradecer aqui a Linamara, que é uma grande batalhadora da causa. Emocional, briguenta e competente. E conhecedora daquilo que faz.

Muito obrigado!