Serra prestigia 35º aniversário do Metrô

São Paulo, 14 de setembro de 2009

ter, 15/09/2009 - 20h31 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso prefeito (de São Paulo) Gilberto Kassab, que trouxe de volta a Prefeitura para a parceria do Metrô. Hoje, (ex-) governador Laudo Natel, depois de muitos anos fora – depois que o senhor deixou o mandato o Estado assumiu e a Prefeitura ficou fora – com o Kassab a Prefeitura voltou a cooperar, inclusive financeiramente, com o Metrô.

Queria saudar o (ex-) governador Laudo Natel, em cujo Governo o Metrô iniciou a suas operações (em São Paulo). E o governador Laudo, um homem do interior, nunca deixou de lado os problemas mais sérios da nossa metrópole, da nossa São Paulo, que hoje é Grande São Paulo, com 20 milhões de habitantes. Porque o espaço praticamente é o mesmo da cidade e das cidades vizinhas, inclusive Osasco, onde está a sede do Bradesco, que o senhor ainda freqüenta.

Queria também dizer que eu na época era criança – não na época do Metrô, aí já era crescidinho – mas um pouco mais (de) tempo atrás, e eu conheci à distância o governador Laudo como presidente do São Paulo. E me disseram, eu não tenho certeza, que o senhor como governador ia assistir o jogo dentro do campo. É verdade? Hoje já não é mais possível fazer isso, viria o Ministério Público em cima.

Bem… queria cumprimentar também os deputados federais aqui presentes, William Woo e José Carlos Stangarlini; e os deputados estaduais João Caramez, Jonas Donizette – que é vice-líder do Governo na Assembléia Legislativa (do Estado de São Paulo) – o Edmir Chedid, que é presidente da Comissão de Transportes da Assembléia (Legislativa do Estado).

Queria cumprimentar o José Luiz Portella, que é o secretário (de Estado) de Transportes Metropolitanos, que está presidindo uma grande onda de investimentos, neste momento, no transporte de trilhos na cidade e na Grande São Paulo. Queria também cumprimentar o Bruno Caetano (secretário de Estado de Comunicação). O (José Jorge) Fagalli, que é o presidente do Metrô, é o segundo funcionário mais antigo do Metrô que está trabalhando. É impressionante isso. O segundo funcionário mais antigo em atividade.

Queria saudar também o Sérgio Avelleda, competente presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos); o coronel (Julio de) Freitas, diretor-presidente da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). Queria cumprimentar também o presidente do São Paulo (Futebol Clube), Juvenal Juvêncio, que vem aqui acompanhado inclusive de outros diretores (do clube); o vereador Adolfo Quintas; o secretário de Transportes do Município (de São Paulo), Alexandre Moraes. Queria saudar também os funcionários – que eu já tive a oportunidade de cumprimentar – homenageados do Metrô: José Alves e a Maria Ferreira Lima. Diretores, funcionários, usuários do Metrô, da CPTM, da EMTU, familiares, empresários, representantes de sindicatos…

Nós realmente estamos vivendo o momento de maior investimento no Metrô e na CPTM em São Paulo. Nunca se investiu tanto quanto neste Governo no transporte coletivo. Nunca! E investimento em transporte coletivo é basicamente, aqui na cidade de São Paulo, é basicamente trilhos: Metrô e CPTM. Embora não seja o único investimento, porque nós estamos fazendo corredores, como é o caso, inclusive, no interior de São Paulo. Em toda a região de Campinas, Hortolândia, por todo aquele lado. E outro aqui (na Capital), que começou na época do (ex-governador Franco) Montoro e que ainda se desdobra, passando por São Mateus e chegando ao ABC.

Mas por quê estamos fazendo esse investimento? Primeiro, porque é necessário. Se nós formos olhar a expansão do Metrô, desde que o Laudo Natel inaugurou a primeira linha até hoje, vemos que o ritmo de crescimento da rede de Metrô foi pequeno, comparativamente a outros países. Dá-se sempre como exemplo a Cidade do México, que não tinha nada de Metrô até os anos 80 – e que hoje tem o dobro do que tem em São Paulo. Por quê isso? Por um motivo muito simples: porque no México, na China, nos países onde o Metrô se expandiu rapidamente, ele é bancado pelo Governo Nacional, pelo Governo Federal nos países federativos.

Aqui em São Paulo sempre foi uma tarefa do Estado e da Prefeitura, desde as origens. Não é novidade. Não tem dinheiro federal no Metrô, não teve, não tem ao longo da sua história. Este é um dado fundamental. Não é uma prioridade… não é porque as autoridades federais não gostem do Metrô, não o ponham com prioridade, mas de fato nunca foi uma obra federal como em outros países onde o Governo Federal concentrou os seus investimentos. Essa é a explicação mais importante. Agora, por que é que nós estamos conseguindo, neste momento, neste período do nosso governo, investir cerca de 20 bilhões de reais?. Primeiro, porque o Estado está arrumado financeiramente, o que permitiu aumentar os financiamentos domésticos e externos de agencias oficiais: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco Mundial, Banco Interamericano (de Desenvolvimento) e Banco Japonês de Desenvolvimento. Segundo, porque soubemos trocar patrimônio. Por exemplo: a venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil trouxe recursos que permitem que o Estado invista no Metrô e em estradas. Nós não estamos encolhendo o peso do setor público em São Paulo. Nós estamos mudando a sua composição.

Da mesma maneira, fazemos as concessões de estradas. Temos as melhores estradas disparadas do Brasil, e isso não é nada chauvinista. Por quê? Porque soubemos administrar um sistema de concessões que, além do mais, traz recursos para serem investidos para o Estado. As concessões trazem duas vantagens. Primeiro, a concessionária é obrigada a fazer… as últimas 5 licitações vão render mais de 8 bilhões de reais de investimentos diretos das concessionárias, inclusive em obras como esta, de acesso à via Anhanguera, que tinha apenas um viaduto e vai ter cinco lá, entre viadutos, pontes etc. Fazemos isso com as concessionárias. E, por outro lado, há também a outorga onerosa, que entrega recursos para o Estado investir na área de transportes. Graças a isso, sem milagre, com competência técnica, competência financeira, nós conseguimos impulsionar esses investimentos.

Há um outro aspecto: nós incorporamos a CPTM ao status de transporte de primeira classe. Não é mais o antigo trem de subúrbio. Estamos investindo na CPTM para transformá-la em padrão Metrô. Aliás, o (ex-governador) Mário Covas começou fazendo isso. Por exemplo: o Metrô Itaquera-Guaianazes não é Metrô, é CPTM. Ou seja, estamos investindo nas estações, investindo na modernização. Não é só também trocar o trem, não. Tem que mudar trilho, sistemas e tudo mais. Mas sai muito mais barato, porque dispensa desapropriações, porque dispensa túneis e coisas do gênero.

O investimento nessa área é enorme, e os benefícios são maiores ainda, por toda a região da Capital e da Grande São Paulo. Não é apenas a estação, mas é também a linha. E tem um dado que é muito interessante: nós somos um dos Metrôs do mundo que oferecem mais freqüência – intervalo entre os trens. E isto é uma demonstração, não apenas, naturalmente, do peso da demanda existente, mas é uma demonstração também do apuro técnico que se tem na operação do nosso Metrô. Nos horários de pico, na Linha 3 – Vermelha, o intervalo entre os trens é de 101 segundos; na Linha Azul – 1, na Linha 1 é 109 segundos; na Linha Verde, 145 segundos. Apenas dois Metrôs do mundo têm intervalos menores do que o nosso: o de Moscou e o de Paris, que têm menos de 101 segundos. Isto é um motivo de orgulho, porque tem Metrô por todo o canto, inclusive nos países desenvolvidos, como é o caso de Londres (Inglaterra), como é o caso de Nova York (Estados Unidos), ou como é o caso também do México, da Argentina, Buenos Aires, onde também o Metrô se fez com investimentos federais. Isso mostra a qualidade. As pesquisas também apontam para isso, e nós vamos correndo atrás da demanda.

Com o Bilhete Único, que nós implantamos entre Metrô e ônibus, é óbvio, aumentou a demanda por Metrô. E o que é que nós fazemos? Não é reprimir a demanda, é aumentar a oferta. Tem defasagens, porque um trem é um bem de capital sob encomenda, não tem em uma loja – o sujeito chega lá e compra o trem. O trem tem que ser encomendado, demora dois, três anos para se ter um trem… os sistemas… Enfim, é uma área de investimentos bastante complexa. E eu já disse e repito: o próximo governador vai passar grande parte do tempo inaugurando coisas boas na área da CPTM e do Metrô, como nunca aconteceu, graças aos investimentos que nós estamos fazendo.

Mas até o ano que vem nós vamos ter a Linha 4, que vem da Vila Sônia à Estação da Luz; a Linha 2, que vai chegar até a Vila Prudente; e estaremos tocando a pleno vapor a Linha 5, até a estação Santa Cruz. Portanto, nós já vamos completando essa teia de aranha de transportes que é necessária na cidade de São Paulo. Já estamos preparando o projeto da linha da Freguesia do Ó até a São Joaquim. Depois, nesta Linha Leste 2, digamos assim, para chegar até Itaquera, aí pela Vila Prudente, passando por Oratório – e já vamos entregar também essa Estação Oratório.

Portanto, estamos fazendo o máximo e temos certeza de que no futuro essa prioridade será mantida. Como tem a prioridade, governador Laudo Natel, o Rodoanel, que demorou muito. Podia ter sido feito no passado. Eu me lembro, por exemplo, que São Paulo gastou uma baba de dinheiro para pesquisar petróleo – lembra da Paulipetro? – lá no interior de São Paulo. Só isso já teria dado para fazer o Rodoanel, brincando. Mas o fato é que nós agora concentramos a prioridade. É o Rodoanel, o Trecho Oeste, que ainda é da época do Covas, o Sul agora que é o mais importante porque interliga as estradas que vêm do interior com as estradas que vão para o litoral. Hoje, um caminhão que vem de Limeira, ele tem que passar por dentro da cidade (de São Paulo) e pela avenida dos Bandeirantes. Isso vai acabar, nós vamos aliviar muito a cidade. E vamos também fazer a licitação para o Trecho Leste do Rodoanel. O mais complicado é o Norte, por questões ambientais. Por isso mesmo nós estamos reforçando a Marginal que faz as vezes deste Rodoanel, não é o ideal, enquanto ele não pode, não se encontra ainda uma solução que seja ecológica e economicamente palatável.

Hoje é um dia simbólico, estamos entregando mais um trem. Quero dizer que esses novos trens têm muitas vantagens: ar condicionado em todos os vagões, nível de ruído reduzido, portas mais largas para facilitar o embarque e o desembarque, quatro câmeras de segurança internas e uma externa, que monitoram a operação de cada vagão. Se algum dia alguém tiver medo de ser assaltado a melhor coisa é entrar num vagão do Metrô porque aí vai ter uma proteção como não há em nenhum outro lugar. Freios antideslizantes e antiderrapantes para garantir uma parada suave e totalmente adaptado para portadores de deficiência física de todo tipo. Desde deficiência visual, audiovisual, o que for, auditiva, tudo que for. Tudo bem preparado. Aliás, nós estamos investindo mais de 80 milhões de reais para adaptar as estações de Metrô pré-existentes às necessidades dos deficientes físicos – as novas já nascem com essas necessidades atendidas. Ah, não é 80 (milhões de reais), é 120 milhões de reais, 50% mais. E hoje (há) também este Cartão Fidelidade, que tem 20 passagens com preço reduzido e outras vantagens – 8, 20 e até 50 (passagens).

Queria agradecer aqui a presença do ex-governador Laudo Natel, dizer que prestamos esta homenagem com muita satisfação. Apreciamos também a sua juventude na idade que tem. Tudo o que eu queria na sua idade é estar como o senhor, inclusive com os cabelos de volta.

Muito obrigado!