Governador José Serra: Bem, nós vamos assinar hoje um convênio com a (Universidade) Zumbi dos Palmares, criando uma Escola Técnica (ETEC) que vai funcionar nas suas dependências, ligada à ETEC do Parque da Juventude. Vão ser 3 cursos: Eventos, Secretariado e Administração, (com) 40 alunos cada um – (total de) 120, mais ou menos metade do que a universidade formou no ano passado, se não me falha a memória.
São alunos de nível médio – a garotada de 15, 16, 17, 20 anos – que estudarão durante um ano e meio. As ETECs são ensino que vira emprego, porque, de aproximadamente 5 alunos que se formam, 4 conseguem emprego logo, imediatamente. Estamos fazendo uma expansão grande no Estado, de 77 mil alunos – nós estamos saltando para 177 mil, no caso das ETECs. E agora a Universidade Palmares vai dar sua contribuição, e nós a ela. Vamos trabalhar juntos para abrir oportunidades de futuro para esses jovens e alavancar, também, o desenvolvimento de São Paulo e do Brasil.
Portanto, é com muita alegria que eu vim aqui hoje para essa assinatura. Quero sublinhar uma outra alegria que eu tive no decorrer deste ano: foi a incorporação do Museu Afro Brasil ao Estado (de São Paulo). O Museu Afro Brasil, criado pelo nosso grande (artista plástico) Emanoel Araújo, que foi, inclusive, meu secretário da Cultura na Prefeitura (de São Paulo), estava numa situação difícil, a ponto de fechar as portas, e nós trouxemos o Museu para o Estado.
Agora é um museu estadual, que tem o seu funcionamento assegurado – naturalmente com o Emanuel à frente -, tem o maior acervo do mundo em matéria de arte de cultura negra, é o maior do mundo. Nos Estados Unidos não há nada parecido. Não há, em nenhum outro lugar do mundo, nada que se compare ao nosso Museu Afro Brasil. E será este mesmo museu que vai exibir, dentro da programação do Dia da Consciência Negra, fotos da programação da Secretaria da Cultura neste ano.
A Secretaria passou a recolher, a incentivar o envio de fotos de profissionais, de amadores, de estudantes – chegaram 7.000 fotos – para ilustrarem a influência africana no cotidiano da vida brasileira. E essas fotos vão ser exibidas a partir de terça-feira, durante algumas semanas, no Museu Afro Brasil. Haverá concurso para saber quais são as 100 melhores, e concurso para qual vai ser a melhor (foto), que vai integrar o patrimônio do museu. Essa é a nossa participação, enquanto Secretaria da Cultura, na comemoração da data deste ano. Não podia deixar também de aproveitar a oportunidade para dizer isso aqui.
E, por último, a minha saudação ao Zé Vicente, o Zé Vicente que é de Marília, foi bóia-fria, sociólogo, delegado de polícia, virou educador, fundador do Afro Brasil. É um homem de muita iniciativa, muito dinamismo, muito insistente – o que é um requisito importante para as funções que ele desempenha – e que, sem dúvida, está inscrevendo o seu nome na história do movimento negro do Brasil e da nossa sociedade, eu não tenho nenhuma dúvida disso. Meus parabéns, Zé Vicente, por tudo que você tem feito e pelo que vai fazer.
