Serra participa da entrega do 5º Prêmio Nacional CEN AIDS

São Paulo, 6 de outubro de 2009

ter, 06/10/2009 - 16h45 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa noite a todos e a todas. Cumprimentar a Neusa (Burbarelli), que é a presidente do Conselho Empresarial Nacional para a Prevenção do HIV/AIDS; a Ellen Zita, que é a representante da DST/Aids (Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis) do Ministério da Saúde; o Pedro Chequer, que é o coordenador da UNAIDS no Brasil (agência das Nações Unidas dedicada à AIDS); a Maria Cristina Abbate, que é a coordenadora do programa municipal (DST/AIDS em São Paulo). Queria saudar também os congressistas que estão nesta reunião – os homenageados, especialmente.

Realmente nós criamos este Conselho (Empresarial Nacional de Prevenção ao HIV/AIDS – CENAIDS) no meu primeiro ano do Ministério da Saúde, quando o encarregado do programa de AIDS era precisamente o Pedro Chequer. Na verdade, o Pedro foi o meu braço direito no Ministério da Saúde, no período inicial, inclusive na organização do Programa de Combate à AIDS, que é considerado ainda o melhor programa do mundo em desenvolvimento – e um exemplo para todos os países.

Nós avançamos, desde aquela época, não apenas na definição das políticas, mas também na questão do abastecimento, digamos assim, de medicamentos. Adotamos estratégias de redução de risco, estratégias de prevenção mais ousadas, e também de privilegiar o tratamento daqueles já portadores do vírus. Além de representar um gesto do ponto de vista social e público importante, porque atendeu a uma parcela da sociedade que tem essa doença, mas também isto tem o papel de conter a propagação do vírus dentro da sociedade, porque a pessoa que é tratada melhora de situação, de disposição e, inclusive, de cuidados para que a doença que ela é portadora não seja transmitida.

Obtivemos sucessos espetaculares não só na contenção da doença, como também na redução – principalmente na transmissão vertical, de mães para filhos. Aí, realmente, a queda foi bastante acentuada. Por volta do começo dos (anos 19)90, Brasil e África do Sul, por exemplo, que são países de desenvolvimento semelhante – a África do Sul era até mais desenvolvida que o Brasil, na média – tinham uma situação parecida em matéria de AIDS. No entanto, hoje, a África do Sul tem uma situação explosiva, que chegou a atingir 1/4, 21/5, da força de trabalho, e o Brasil manteve a doença em níveis bastante reduzidos quando comparados com o resto do mundo em desenvolvimento. Isso se deveu, precisamente, na minha opinião, à política adotada, que foi uma política bastante abrangente. Como eu disse: vai prevenção, redução de danos, tratamento. Política esta que, grosso modo, tem sido mantida.

Aqui em São Paulo, é interessante observar, o programa de AIDS foi exemplar e importante, inclusive para o resto do País. Aqui, o nosso Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS foi criado em 1988. E aqui também começou, antes do que houvesse no próprio País, o programa de distribuição gratuita dos principais retrovirais. Aliás, de fato, a ação começou ainda no Governo (Franco) Montoro, quando o Secretário (de Estado da Saúde) era ainda o João Yunes, na primeira metade dos (anos 19)80. E, ao mesmo tempo, São Paulo também é o principal centro produtor dos medicamentos, inclusive a nossa FURP, a Fundação para Remédio Popular, que é do Estado.

E aqui (no Estado de São Paulo) nós atendemos cerca de 70 mil pacientes. Não sei exatamente, neste momento, quantos são atendidos no Brasil…. em torno de 200 mil. Quer dizer: de fato nós temos 1/3 do atendimento que é feito no País realizado aqui em São Paulo, num sistema que tem funcionado também de maneira muito satisfatória. Esta cooperação com as entidades empresariais é uma vertente, é apenas um exemplo a mais da ação junto com a sociedade civil. São espécies de ONGs (organizações não-governamentais) empresariais trabalhando também. E creio que a idéia da premiação é muito importante, porque premiação sempre significa incentivo. Porque uma empresa premiada… ela pode ostentar essa condição e, do ponto de vista social, ampliar o seu reconhecimento. Portanto, é uma boa idéia esta da premiação, é uma boa iniciativa.

Queria reiterar aqui minha satisfação de estar na reunião 11 anos depois que nós criamos o programa, que foi no auditório do Palácio do Planalto. E na época chamamos os primeiros empresários, e praticamente todo mundo que começou continua – e entraram, inclusive, grupos novos neste apoio. E que este trabalho, nos próximos 10 anos, frutifique ainda muito mais.

Muito obrigado!