Serra lança o programa Jovem Tec

São Paulo, 27 de julho de 2009

seg, 27/07/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Saúdo o secretário de Emprego e Relações do Trabalho (do Estado de São Paulo, Guilherme) Afif Domingos; os secretários da Prefeitura (de São Paulo) diretamente envolvidos com este programa, Rodrigo Garcia (Especial de Desburocratização), Alexandre Schneider (Educação) e Marcos Cintra (Trabalho) e, em nome deles, saúdo os demais secretários; o presidente da Cisco Brasil, Rodrigo Abreu e, através dele, saúdo os parceiros aqui presentes. Queria também cumprimentar o diretor-presidente da Prodam (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação da Prefeitura de São Paulo, Luiz Arnaldo Pereira da Cunha Jr.); os vereadores Sandra Tadeu e Floriano Pesaro; e a todos e a todas, inclusive os jovens que já começam se integrando neste programa.

Eu acho que é um programa excelente. Eu fiquei impressionado com o número que o Marcos Cintra deu aqui – e que, segundo ele, no caso do Estado (de São Paulo) se multiplica por quatro. Ou seja: na área de tecnologia de informática nós temos 10 mil postos de trabalho oferecidos que não são preenchidos por falta de gente. E no Estado isso se multiplica por quatro, que é mais ou menos proporcional, porque a cidade de São Paulo tem perto de um quarto da nossa população. Isso, em uma era de desemprego, é realmente impressionante: empregos que são ofertados, mas não são preenchidos porque falta qualificação.

Este programa, como outros, está voltado a essa questão. E nós temos vários, inclusive. O Governo do Estado, por exemplo, (realiza) toda a expansão do Ensino Técnico, toda a expansão das Etecs (Escolas Técnicas) no Estado de São Paulo. Para vocês terem uma idéia, nós encontramos cerca de 70 mil alunos; vamos deixar no ano que vem com 170 mil vagas. Mais de 100 mil (novas vagas) – um aumento de duas vezes e meia, Marcos Cintra, dos alunos de Escola Técnica. São alunos de Ensino Médio que, em outro período, estudam no Ensino Técnico. Portanto, isso mostra a prioridade que nós damos aqui a este assunto.

O que eu queria era fazer aqui dois desafios. Primeiro, ao Estado: que replique este programa, com a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) e a Secretaria do Trabalho, que replique no conjunto do Estado de São Paulo, inclusive aqui na Capital, aí o Estado vai cooperar com si próprio, como estamos cooperando aqui, e vamos trazer a cooperação das Prefeituras. Segundo: que a própria Prefeitura da Capital, respeitados os limites legais, possa ampliar o programa. O prefeito Kassab assinou agora o projeto que aumenta em dez vezes o número de estagiários. Eu não sei por quê não puseram vinte vezes. Se não tiver barreira legal, eu sugiro que este projeto… modifica e bota cinco mil aí, para a gente poder expandir. Eu não sei, tem algum obstáculo legal? Então, dobra. Está dobrado.

Nós estamos realmente com programas focalizados. O Programa Jovem Cidadão foi criado na época do (ex-governador Mário) Covas, porque é do ano 2000. Tem 25 mil jovens cadastrados aguardando oportunidades, e nós temos que preencher isso com rapidez. Ou seja: são jovens suscetíveis de ter aquela pequena bolsa do Estado, que vão continuar tendo, mas vão ter muito mais aqui somando tudo que a Prodam (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação da Prefeitura de São Paulo) vai dar, as empresas (parceiras) e etc.. Esse já é um potencial definido, já está aí pronto para ser materializado, pronto para ser realizado. Portanto, vamos botar mãos à obra nessa área.

No Estado, nós já tivemos outras iniciativas que a Prefeitura também tem, por exemplo, na sala de informática. Eu ficava exasperado indo às escolas e encontrando salas com computadores fechadas. Isso é a norma. Mais de 50% que você vai está fechada. Por quê? Porque o horário, a carga horária, hora atividade, isto e aquilo etc.. O fato é que está sempre fechada. Nós criamos, por isso, o Acessa Escola. E o que modificou? É que nós pusemos alunos do Ensino Médio como monitores da garotada do Ensino Fundamental – como alguns dos que vão estudar aqui, (que) vão também pegar o bico de monitores, porque ganham… Quanto que ganha um monitor? Acho que é 300 ou 400 reais (por mês), e fica ensinando a garotada do Ensino Fundamental. E funciona.

Com isso, o programa está se expandindo, (mas) ainda não está em todas as escolas. Nós mantivemos as salas abertas o dia inteiro, ajudamos os alunos do Ensino Médio, multiplicamos a qualificação dos alunos do Ensino Fundamental e, também, junto com isso, a outra inovação foi alugar os equipamentos, porque o grande problema que tem também na informática é o computador quebrado. E computador não tem lógica. Até porque, o que eu aprendi, quando quebra, (quando) não está funcionando, vem um especialista, gente formada, com doutorado em Princeton de computação (e diz): “Apaga e acende para ver o que acontece”. Tem essa sofisticação a tecnologia. E é verdade: “Apaga e acende”. O pior é que “apaga e acende” e volta a funcionar. Você vê a lógica científica incrível. Mas isso é uma barreira permanente.

Então, o que nós fizemos? Alugamos os computadores. E aí a empresa que aluga tem que fazer a manutenção. Onde já tem computador, que não vai jogar fora, também contrata a manutenção. E aí, em um ou dois dias, qualquer computador avaliado passa a funcionar direito. Coisas práticas. Mas, eu quero enfatizar aí, no caso, é o emprego, é o apoio, é o estímulo ao aluno do Ensino Médio. Porque o pessoal precisa de oportunidades – e as oportunidades embutem o incentivo, porque ele melhora o seu aproveitamento no Ensino Médio. A experiência que a gente tem com as Etecs (Escolas Técnicas) é que o aluno da Etec vai melhor no Ensino Médio, e o aluno do Ensino Médio vai melhor na Etec. Quer dizer, há uma interação, porque cria-se o elemento motivação. Parte da crise do Ensino Médio está na falta de motivação dos alunos que precisam começar a trabalhar, porque precisam tomar um caminho na vida e acham o Ensino Médio inútil. E na maior parte das vezes têm razão, do jeito que as coisas estão organizadas.

Portanto, a motivação, o achar o Ensino Médio útil é o elemento fundamental também para melhorar o Ensino Médio, que é o gargalo, no Brasil, em matéria de qualidade. Durante o Governo do (ex-presidente) Fernando Henrique (Cardoso) houve um avanço extraordinário. Eu não sei quantos alunos aumentaram. Acho que quase triplicou. Foi uma coisa extraordinária o aumento, a expansão quantitativa do Ensino Médio. Mas não houve paralelamente uma expansão da qualidade. E esse é um grande desafio que nós temos, e programas como este e outros vão contribuir, portanto, para isso e para a melhora do sistema educacional como um todo.

Muito obrigado aos parceiros – e preparem-se para se sentirem convocados, inclusive, no âmbito do Estado de São Paulo. Eu imagino que a Cisco e a Intel, não sei nem se funcionam aqui na Capital, mas têm certamente fora de São Paulo, da Capital, muita coisa. Portanto, eu quero pedir que se preparem para essa convocação.

Muito obrigado!