Serra lança a Universidade Virtual de São Paulo

São Paulo, 26 de agosto de 2009

qua, 26/08/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Eu queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o secretário de Ensino Superior (do Estado), Carlos Vogt, a quem coube comandar a organização da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo); o secretário de Desenvolvimento (do Estado), Geraldo Alckmin e o secretário da Cultura (do Estado), João Sayad. O secretário Paulo Renato (de Souza), da Educação (do Estado), está ausente de São Paulo, por isso não pode vir e mandou o seu representante.

Queria também saudar o professor doutor Herman Jacobus Voorwarld, reitor da UNESP (Universidade Estadual Paulista); a professora doutora Suely Vilela, reitora da Universidade de São Paulo (USP); e o Edgar de Decca, professor e vice-reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Queria cumprimentar o Jorge Cunha Lima, presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta; o Alexandre Schneider, secretário municipal da Educação (de São Paulo), que representa aqui o prefeito (da Capital, Gilberto Kassab); o Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta; a Laura Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza, que é um centro do Governo do Estado de São Paulo. Eu sempre digo que a Paula Souza faz muita coisa, e muita gente pensa que é uma Tia Paula, que deixou alguma herança, não sabe que é o Governo que está lá bancando. Eu não vou me cansar nunca de explicar isso. Até porque nem é tia. O Paula Souza (dá nome ao centro) só porque tem o nome de uma rua aqui também, vizinho aqui da Politécnica.

Queria também cumprimentar o professor (Ricardo Renzo) Brentani, diretor-presidente da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo); o Marcos Monteiro, que é o secretário-adjunto da Gestão Pública (do Estado); Fernando Leça, que é presidente do Memorial da América Latina; o único representante legislativo nesta reunião aqui, que é o Claudinho de Souza, vereador de São Paulo; e o Walter Abrahão (Filho), que é subprefeito da Casa Verde. Queria também cumprimentar os telespectadores e telespectadoras, diretores de Faculdades de Tecnologia, as FATECs, e das ETECs, as Escolas Técnicas.

Hoje é um dia histórico. Nós estamos dando aqui um ponto de partida, um avanço em matéria de qualidade, de difusão do Ensino Superior em São Paulo, que será um marco, sem dúvida, na história desse ensino em nosso Estado e também no Brasil. Eu vi há pouco um filme curto a respeito da experiência inglesa – está lá o Harold Wilson falando. A maioria aqui não sabe quem é o Harold Wilson, nenhuma das mulheres aqui tinha nascido naquela época, porque ele foi primeiro-ministro (da Inglaterra), deve ter sido por volta de 1961, 62, 64, ninguém tinha nascido… Mas o fato é que essa universidade deu muito certo na Inglaterra, esta forma de curso universitário.

Eu estou confiante que nós vamos ser capazes de produzir cursos de muito boa qualidade. Em geral, quando se faz uma inovação, tem objeções. Em geral, quem objeta é sindicato. Aí, são as guildas, as corporações, que vêm desde a Idade Média e que sempre foram assim – é uma questão de análise objetiva. Um dos argumentos, que é o que se pode apresentar publicamente – porque tem outros que são mais escusos para serem apresentados – é que isso poderia diminuir a qualidade do Ensino Superior, o que não é verdadeiro, porque haverá os exames, não é?

Nós vamos ver a qualidade quando estivermos formando os alunos. Haverá exames… Quem estiver preparado, se estiver preparado, isso vai se constatar com muita facilidade. Por outro lado, é um desafio para as universidades paulistas, que são as melhores do Brasil. Como é que nós não vamos ter capacidade, tendo uma Secretaria voltada em parte para isso, para a Univesp, tendo uma organização como a Fundação Padre Anchieta, com uma longa… rica experiência na área da mídia, da televisão, e as três melhores universidades, com professores bons em todas as áreas? Além disso, há incentivo material. O professor da universidade, que vai dar aula, ele vai ganhar um extra também. Ou seja: há um incentivo de natureza material. Se tiver um curso a mais na universidade, ele (o professor) não ganha a mais. Aqui (na Univesp) vai receber mais. Portanto, eu sou a favor de incentivos materiais.

E há uma outra questão, e aí eu falo como professor: é que os cursos vão ser muito bem organizados, não vão correr riscos que muitas vezes correm cursos normais universitários, que é desorganização, inexistência de material. Os cursos vão estar todos arrumados. Eu, quando dava aula, para mim a organização do curso era o ponto chave. Ou seja: o que o professor vai ensinar, as famosas apostilas – ainda chama apostila, ou já saiu de moda? – as famosas apostilas, o curso tem começo, meio e fim, tem as provas… É um curso organizado. Isso tem uma importância, do ponto de vista do aprendizado, imensa. Vai haver monitoramento, aulas presenciais, paralelamente às que são efetivamente pela televisão ou pela internet.

Portanto, os cursos vão estar muito bem arrumados e facilmente multiplicáveis. Isso é, a meu ver, um fator positivo dentro do nosso projeto. É um fator que vai ajudar para que dê certo. O que eu queria, também, é um engajamento mais rápido da USP e da Unicamp. A Unesp já se engajou, como aliás acontece. Em geral, quando tem um programa novo, a Unesp anda mais depressa do que a USP e do que a Unicamp. E eu queria que o fato de a Unesp entrar servisse para que a USP e a Unicamp se agitassem mais também, porque nós temos pressa para a melhoria e para maior amplitude do Ensino Superior em São Paulo. Isto também precisa acontecer logo.

Quero dizer que vai haver, paralelamente à Univesp, uma iniciativa que é muito interessante, que é na área de (ensino de) Inglês e Espanhol, com os alunos da Paula Souza. Eu acho que Espanhol a gente já sabe falar naturalmente, de modo que, imagino, o curso vai ser uma moleza. Esse curso vai dar certo, sem a menor dúvida. E (também) um curso de Inglês. Eu acho que são sete mil alunos de Inglês e 2.500 de castelhano, de Espanhol, já no segundo semestre, a partir de outubro. Quanto aos outros (cursos da Univesp), vai haver vestibular (ainda neste ano), e começa no ano que vem.

Há uma outra idéia, também importante. É que este canal digital, que pouco a pouco… agora praticamente muito pouca gente tem o conversor, mas no futuro vai ser algo banalizado, e quem não tem usa a internet… Mas que nós preenchamos também parte do tempo com cursos ou com palestras de Cultura, quer dizer, que não fazem necessariamente parte de um curso formal, mas que podem ser muito interessantes. A TV Cultura tem um vasto material a esse respeito, que pode ser aproveitado – e nós também vamos criar possibilidades.

Eu queria, aliás, sugerir que vários dos secretários que são professores eminentes possam fazer programas, três ou quatro ou cinco palestras de introdução nas suas áreas, para passar pelo canal digital, para entrar dentro da Univesp. O João Sayad (secretário de Estado da Cultura), por exemplo, pode dar quatro ou cinco aulas de Economia, organizadas, começo, meio e fim, uma coisa produzida, atraente. Eu tenho certeza que vai ter público, a começar pelo próprio governador, que é admirador dele como economista. Além do mais, no Brasil, deve ter três ou quatro economistas que pensam parecido hoje, num mundo de milhares. E ele é um dos que pensam parecido comigo.

E o Carlos Vogt (secretário de Estado de Ensino Superior), que é poeta, professor de Literatura, pode também montar um curso didático a esse respeito. Eu não vou poder fazê-lo, porque senão vão dizer que eu uso a máquina para a eleição do ano que vem – mas senão faria também, com todo gosto. Eu acho que vocês deviam montar um time – viu, Vogt e (Paulo) Markun – um time para fazer isso. Enfim, há muitas possibilidades a esse respeito. Fazer pequenos blocos, que depois podem virar vídeos, podem ser até comercializados, eventualmente distribuídos etc.. Eu acho que seria uma excelente maneira de reforçar a penetração do programa da Univesp pela internet e, posteriormente, pela TV.

É uma ideia que me ocorreu quando eu estava na mesa, por isso eu não submeti previamente aos outros, mas acho que realmente valeria a pena. Enfim, eu estou bastante otimista. Muita gente sabe que, pela minha personalidade, em geral eu sou pessimista no diagnóstico e otimista na ação. Mas neste caso eu estou otimista no diagnóstico e otimista na ação. Eu acho que vai dar certo e que nós estamos participando de uma cerimônia histórica.

Parabéns a todos nós por isso! Muito obrigado!