Serra inicia obras de extensão da Linha 5-Lilás do Metrô

São Paulo, 17 de agosto de 2009

seg, 17/08/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Eu queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o prefeito (Gilberto) Kassab (de São Paulo), que tem sido nosso parceiro no Metrô de São Paulo e, particularmente, nesta linha. A Prefeitura tem atravessado uma situação financeira complicada, por causa da desaceleração – ou senão queda da arrecadação – mas o prefeito tem mantido o seu compromisso, que foi o de reintroduzir a Prefeitura no Metrô. E isso está viabilizando, contribui muito para a aceleração das nossas obras. É uma atitude que terá uma importância histórica com relação ao futuro.

Queria saudar os deputados federais – o Julio Semeghini e o Ricardo Tripoli. Os deputados estaduais Edmir Chedid, que é presidente da Comissão de Transportes; Jorge Caruso, que é do PMDB; Milton Leite Filho, que é do DEM; e o Ênio Tatto, que é do PT. Queria dizer o seguinte: todos os partidos, de uma forma ou de outra, têm sempre, inclusive o PT, aprovado os financiamentos que são feitos fora com instituições… BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Banco Mundial (BIRD), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)… Isso tudo precisa de aprovação da Assembléia – e os partidos, de uma forma ou de outra, todos têm apoiado essas autorizações.

Queria cumprimentar o secretário (José Luiz) Portella (dos Transportes); o (Francisco Vidal) Luna, que é o nosso secretário de Economia e Planejamento; o coronel (Luiz Massao) Kita, que é o chefe da Casa Militar; o nosso querido amigo Dom Fernando Figueiredo, bispo da Diocese de Santo Amaro – e que está muito ligado aqui a (esta) região. E é indiscutível, também, que o metrô vai facilitar o acesso dos fiéis, não é, Dom Fernando? Tem também esse lado.

Queria cumprimentar o diretor-presidente do Metrô (Companhia do Metrô), José Fagali; o Sérgio Avelleda, que é presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos); o coronel (Julio de) Freitas, que é presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU); os vereadores aqui presentes, da cidade de São Paulo, Gilberto Natalini e (Antonio) Goulart, que nos acompanham; o secretário (municipal) de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo; o Orlando (Almeida), que é (secretário municipal) do Controle Urbano; O (Alexandre) Schneider, (secretário municipal) da Educação; e o José Gregori, (secretário especial) de Direitos Humanos (de São Paulo).

Queria também saudar os subprefeitos de Santo Amaro, o coronel Manoel (Silva Araújo); de M’Boi Mirim, o Beto Mendes; e da Lapa, a Sônia Francine. Queria cumprimentar os diretores das empresas aqui presentes, do Metrô, CPTM e EMTU. Os presidentes de associações e entidades de classe. E queria saudar os trabalhadores do canteiro de obras. Eu queria sugerir ao Portella coisas que o Metrô já começou a fazer – quando eu sugeri anteriormente. Nesta estação deve ter uma foto, daquelas envernizadas, que ficam perenes, com todos os trabalhadores que estão começando aqui, para que fique perenizado. Ao fim e ao cabo são eles que estão fazendo a parte pesada da obra. Isso seria muito importante. O Giberto Kassab tem feito isso em várias obras que eu vi da Prefeitura. Acho que no Hospital Tiradentes, nos CEUS – e é um reconhecimento perene, para sempre, daqueles que ajudaram a construir. Aliás, se isso tivesse sido feito sempre em São Paulo, nós teríamos até uma espécie de arquivo histórico e não apenas aquele quadro da (pintora modernista) Tarsila (do Amaral), “Operários” (hoje no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo). Teríamos muitas fotos testemunhando a nossa história.

Bem, eu acho que os dados fundamentais aqui foram postos. No caso da Linha 5 (do metrô), que nós vamos começar hoje, é importante ter em mente que o número de quilômetros (de extensão) vai saltar de 8,5 quilômetros para cerca de 20 (quilômetros) – e o número de passageiros, da casa dos 100 mil para a casa dos 600 mil por dia. Não é brincadeira. Agora, outro dado importante não é só que aumenta o volume, é integrar, fazer uma rede, uma teia de aranha. Metrô, para funcionar bem, tem que ser uma teia de aranha embaixo da cidade – e isto vai acontecendo com a Linha 4, que nós vimos aqui chegar à Estação da Luz, que vem da Vila Sônia; com a Linha 2, que permitirá ir da Vila Madalena até a Vila Prudente; (com) a Linha 5, que vai completar, porque foram feitos esses 8 quilômetros desintegrados da rede, e agora nós estamos fazendo esta integração. E futuramente, com a linha que virá da Freguesia do Ó até a São Joaquim, nós teremos, como se diz em espanhol, essa “telaraña” posta embaixo da nossa cidade.

Vamos além com a questão da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Eu sempre lembro isso: a maioria das pessoas não sabe que a Linha Itaquera-Guaianazes é da CPTM, não é do Metrô, e é igual, todo mundo acha que é a mesma coisa. Mas isso mostra como a gente pode transformar CPTM num padrão Metrô – e estamos investindo muito também nesta área. Aqui, a linha do Grajaú, somada à Linha 5, vai chegar a uns 2 milhões de passageiros por dia, não é isso? Então, praticamente a Zona Sul mudará a sua face, porque aqui o problema de transporte é gravíssimo. A gente pode imaginar o que representa isso do ponto de vista do conforto das pessoas e, principalmente, dos trabalhadores. Às vezes o pessoal separa, e diz: “Obra é uma coisa, Saúde e Educação é outra”. Claro, tudo é diferente, mas a finalidade principal dos investimentos em Metrô e CPTM são os trabalhadores, são as pessoas mais carentes. É para elas que este investimento está voltado, (para) dar condições humanas e razoáveis de deslocamento.

A subprefeita Soninha (Francine) veio da Lapa até aqui de carro. Gastou quanto (tempo)? Cinquenta minutos. No futuro ela vai vir de Metrô… Agora, vai voltar de trem, mas no futuro virá de Metrô e com uma rapidez e, pelo menos, o conforto, muito maior. Isto é o que nós estamos fazendo para o conjunto da cidade. Tem também obras viárias, claro que tem. O Rodoanel (Mário Covas) é crucial, porque hoje um caminhão que vem de Limeira, ele passa pela Avenida dos Bandeirantes para ir ao Porto de Santos, aí perto do aeroporto (de Congonhas). Isso vai ser retirado, vai andar tudo por fora. Vamos investir na Marginal Tietê, porque é um dado da realidade, o engarrafamento com toda a poluição que produz. E do ponto de vista ambiental, (é) um projeto impecável, aliás, como é o Rodoanel. O Rodoanel está custando… eu calculo que no final vai custar uns 4,5 bilhões de reais. Nós estamos gastando 10% disso, mais ou menos, em investimentos ambientais no Rodoanel. Aliás, (são) exigências feitas quando eu era prefeito ainda, pela Secretaria do Verde, que continua com o Eduardo Jorge. Ou seja, estamos fazendo investimentos viários cruciais também, mas cuidando da parte ambiental, vista num sentido amplo.

Nesse sentido, a face da Grande São Paulo e da cidade de São Paulo vai mudar na área de transportes. Até ciclovias nós estamos impulsionando. Eu disse outro dia: “Isto vai acontecer. Aquela estrada da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) que fica na Marginal Pinheiros, quase de ponta a ponta, vai virar uma ciclovia”. E ela já está pronta. Tem (também) na outra margem, mas vai ser feito, precisa de projeto, concorrência, isso e aquilo. A da Emae já está praticamente pronta. O que vai ter que se fazer são os acessos. Sem falar de que o Metrô já criou bicicletários, não é, Portella? E (também deu) permissão para o transporte de bicicletas em determinados períodos nos vagões.

Enfim, estamos avançando também muito nessa direção, sem falar da questão do acesso – que é fundamental – de pessoas portadoras de deficiências. Porque é caríssimo pegar uma estação que não tem essa acessibilidade e dar acessibilidade – está custando uma fortuna. Agora, obras como essas já vão ser feitas na origem (desta Linha 5 do metrô) com toda a acessibilidade pronta. Portanto, é muito mais barato e melhor, porque vai ser nada improvisado, é algo realmente planejado. São 120 milhões de reais de investimentos que estamos fazendo nessa área.

Claro que o problema da Grande São Paulo, o número um, é o desemprego. Tem carências de diversos tipos, mas há um denominador comum que é o problema do transporte. Quanto as pessoas gastam de tempo para ir e voltar do trabalho e quanto se estressam com o problema de conforto e de espera, que é algo também bastante desgastante? Portanto, estamos olhando para o futuro, porque tudo isso demora. Olha, metrô, essas coisas demoram um tempo, porque a obra é pesada, porque sempre tem problemas na concorrência. Um trem, quando a gente compra, não é como ir a uma loja, em uma revendedora e escolher o modelo do trem e comprar ali, no máximo em um mês entrega, em dois meses. São anos para fazer, porque são bens de capital sob encomenda. Trem só fabrica quando tem encomenda. E nós fizemos… Eu não sei, noves fora a China, que eu não sei, é meio incomparável, é a maior demanda de trens do mundo a que está sendo feita por São Paulo nos últimos anos. E trem novo significa conforto, segurança.

Os novos trens vão ter quatro câmeras por vagão que, convenhamos, já têm alguns já circulando, é de uma segurança total, porque eu já visitei as instalações de segurança do Metrô, é tudo controlado. O pessoal fica olhando… Eu vi até prenderem um sujeito que roubou um celular. Ele até trocou a camisa depois, para poder sair, mas a câmera registrou tudo, porque as câmeras estão muito bem instaladas e tem gente lá prestando atenção. Vai aumentar a segurança, e os novos sistemas vão permitir também aumentar a frequência dos trens – e frequência significa desafogar, aumentando, porque questão de frequência não é só falta de trem. Tem que ter um sistema de controle eletrônico muito apurado, porque o principal critério no trabalho do Metrô é evitar acidentes que, com qualquer descontrole, acontecem com muita facilidade.

E neste ano nós vamos fazer uma inovação mais sofisticada: vamos botar portas em algumas estações de Metrô, experimentais. Ou seja: vai ter uma porta entre a plataforma de passageiros e a linha de trem. Quando o trem estaciona, a porta abre automaticamente nas portas de acesso; quando o trem vai embora, fecha. Eu não tenho problema de altura, de ficar impressionado com altura, mas tenho com o negócio de chegar trem na estação. De ficar meio na beirada, porque qualquer coisinha vem e o trem te pega pela orelha. Quer dizer, é algo muito… é perigoso. E nós vamos ter estas portas, que vão começar experimentalmente. Antes de generalizar, a gente vai ter que ver como funciona, quais são os problemas, como é que faz para instalar e tudo mais. Vamos começar com 16 estações, todas da Linha 4.

Enfim, estamos criando um novo sistema. Temos um empreendimento com a Prefeitura (de São Paulo), importante, que é o corredor, o expresso que vai para Tiradentes, que vai ser outra modalidade de transporte de trilhos também e que vai dar lógica de transportes e economia àquela bendita obra do fura-fila, que custou tanto em tempo e tanto em dinheiro para completar. Uma coisa que foi feita por finalidades puramente eleitorais, mas que a gente não teve remédio senão concluir e abrir uma perspectiva para um atendimento maior da população da Zona Leste. Esse acesso à Cidade Tiradentes vai ser simbólico. A Cidade Tiradentes é fruto de concepção… de construção de residências urbanas do passado, que ameaça renascer… que é escolher terrenões, constrói dezenas de milhares de moradias, longe de qualquer coisa, longe dos serviços públicos – e isso acaba cobrando um preço altíssimo década após década. E a gente tem que correr atrás do prejuízo. Aí, também não tem remédio. Mas vamos transformando limão em limonada nessa matéria.

Portanto, eu acho que hoje é um dia de alegria, um dia bom e histórico, acima de tudo. Porque vocês vão lembrar no futuro que aqui estiveram no começo da obra da Estação Adolfo Pinheiro, uma nova etapa para toda a Zona Sul de São Paulo, uma nova etapa para a cidade de São Paulo. Eu só tenho uma divergência com o (secretário José Luiz) Portella, que é a coisa de dar cores para as linhas. No Metrô isso é tradicional – Linha Verde, Linha Amarela, Linha Azul etc. Agora, na CPTM não é. Então, de repente, eu vou dar uma entrevista e aparece Linha Lilás. Eu não tenho a menor idéia do que se trata, até porque eu não sei direito qual é a cor lilás. De vez em quando vem um briefing, Linha Lilás, aí o jornalista pergunta: “Mas vai de onde até onde?”. Eu não sei. Negócio de linha sempre tem que ter de onde para onde, está certo? Eu só queria pedir que pusessem, junto com a cor, vai de onde pra onde, está certo? Não custa nada, vai de tal lugar a tal lugar, é a única divergência. O resto, o Metrô, a Secretaria e a CPTM estão indo muito bem.

Muito obrigado, um grande abraço e vamos em frente trabalhando!