Serra inaugura piscinão Anhanguera

São Paulo, 3 de dezembro de 2009

qui, 03/12/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Este é mais um piscinão que estamos inaugurando. Na verdade, quando eu cheguei, disse para o (prefeito de São Paulo, Gilberto) Kassab: “A gente vê o desperdício”. No fundo, é uma obra que é só para correr atrás do prejuízo. Não tem jeito, a distorção do desenvolvimento urbano leva às enchentes, e a gente tem que correr atrás da atenuação das enchentes construindo piscinão. O ideal era fazer outra coisa com esse dinheiro, outras obras. Mas não tem jeito, tem que fazer piscinão, é fundamental para garantir as condições mínimas de meio ambiente, de vida para a população.

Aqui, para vocês terem uma idéia, no caso de São Paulo, nos últimos 11 anos nós construímos, nós o Governo, 44 piscinões. Equivale praticamente a um Tietê cheio no perímetro urbano de São Paulo. Imagina se não tivessem sido feitos esses piscinões como seria a realidade hoje das inundações e do meio ambiente. E ainda tem gente que é contra piscinão, com teorias que ficam fazendo, que nunca se entende exatamente qual é a recomendação prática.

O fato é que também nesses 11 anos, o Governo do Estado ampliou 40 quilômetros da calha do (rio) Tietê. E neste momento ainda estamos investindo mais 66 milhões de reais na construção de cinco piscinões, chamados Sharp, Taboão, Ford Fabrica, Anhanguera 2 e Olaria. Estes, por si só, vão permitir acumular mais um milhão de metros cúbicos de água. No piscinão de hoje são 110 mil metros cúbicos. Nós gastamos aqui dinheiro do Governo do Estado: 10,2 milhões de reais. A Prefeitura da Capital deu o terreno, o Estado construiu. O benefício, como sublinhavam o prefeito Emídio (de Souza, de Osasco) e o deputado (estadual) Celso Giglio, será para a Capital, para esta área, mas principalmente para Osasco, que acaba recebendo as águas do ribeirão aqui em grande volume. Portanto é uma obra que beneficia não apenas a cidade que entrou com o terreno, mas beneficia o Município vizinho, no caso Osasco.

Mais ainda: nós prevemos aqui a ampliação deste piscinão, chamado piscinão Anhanguera. É uma nova área anexa, cedida também pela Prefeitura da Capital, no final do ano passado. Na época do início deste piscinão, essa área ainda não estava disponível. E esta obra inclui também a canalização de 65 metros do Ribeirão Vermelho. Vai ter um volume de retenção de 50 mil metros quadrados e vai custar 6,2 milhões de reais para o Governo do Estado. E esta ampliação vai atender, na verdade, ao dimensionamento do Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê. Nós estamos tocando este plano, e é parte deste plano a construção de todos aqueles piscinões que eu citei, bem como a ampliação da calha do Tietê, bem como a criação do Parque Linear da Zona Leste, que é o maior parque linear do mundo. Tudo isso faz parte do plano de macrodrenagem.

Estamos também hoje aqui assinando um termo de compromisso com a Caixa (Econômica) Federal para repasse de recursos do Orçamento Geral da União, visando a canalização do ribeirão Vermelho, que na verdade vai sendo feito aos pedaços. Aqui, no caso, serão 4,5 quilômetros, em São Paulo e em Osasco. O Governo do Estado se empenhou para a liberação dessa verba com apoio da nossa bancada (na Assembléia Legislativa do Estado), com apoio dos nossos prefeitos. O total é 44 milhões de reais, e o Governo de São Paulo entrará com uma contrapartida de seis milhões de reais. Portanto, estamos avançando – é um avanço que eu gostaria que tivesse sido feito de forma mais rápida, mas o importante é que ele está acontecendo.

Quero dizer também que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) está intensificando os seus investimentos. Serão, creio – não é, Dilma (Pena, secretária de Saneamento e Energia do Estado)? – 140 milhões de reais, com vistas a ampliar muito o esgoto coletado na região Oeste da Grande São Paulo. Para dois terços do esgoto produzido até 2012, chegando, em 2016 a (20)18, para 93%, com tratamento até 2012 de 80% dos esgotos coletados e, até 2015, de 85% e, até 2018, 100%. Se nós não acelerarmos agora, nós não vamos chegar a esses índices muito mais adiante. Não tem jeito. Saneamento custa caro e não se faz depressa tanto quanto a gente gostaria.

Eu quero lembrar que as obras de canalização do Tietê foram iniciadas ainda no começo do Governo Mario Covas e terminaram no final do Governo (Geraldo) Alckmin – porque só para negociar todo aquele financiamento externo demorou anos e anos. Esses piscinões, que também começaram no Governo Covas, nós já construímos uma enormidade, e ainda há uma enormidade pela frente. Tudo correndo atrás do prejuízo de um desenvolvimento distorcido da Capital, da região da Grande São Paulo nas últimas décadas, coisa que vem de há muito tempo e que nós estamos evitando que aconteça nas cidades menores pelo interior afora de São Paulo, exatamente fazendo as obras agora, cobrando das Prefeituras. Enfim, fazendo um trabalho que é de prevenção. Nós já temos, em São Paulo, quantos Municípios?
Dilma Pena, secretária de Saneamento e Energia do Estado: 112.
Governador José Serra: 112 Municípios que têm tratamento de 100% do esgoto. Se isso não é feito agora, enquanto são Municípios médios e pequenos, no futuro ninguém consegue eliminar o prejuízo rapidamente. Sai tudo muito mais caro.

Enfim, é um dia hoje importante como etapa dessa nossa luta. Aqui na Capital nós temos tido uma parceria muito estreita com a Prefeitura, em muitas áreas. E estamos tendo também na cidade de Osasco. Aqui em Osasco nós construímos, e está funcionando, um Poupatempo. Aqui em Osasco nós estamos contribuindo para a instalação, no hospital regional, de unidades de saúde na área de hemodiálise, quer dizer, um Centro de Hemodiálise. Estamos investindo no transporte metropolitano de trens. Enfim, temos várias outras coisas previstas, importantes, como um complexo FATEC, Faculdade de Tecnologia, e ETEC (Escola Técnica), que deve ser inaugurado no começo do ano próximo.

Isso corresponde à nossa perspectiva. Nós trabalhamos com todas as Prefeituras, independentemente da coloração partidária do prefeito, dos vereadores, dos deputados. Trabalhamos com todos, porque temos que trabalhar pelo interesse público e não para um partido. Eleição a gente disputa. Governo a gente coopera, faz parcerias. É o que estamos fazendo aqui, em um dos maiores Municípios da região metropolitana, e que fazemos com a Capital de São Paulo.

Muito obrigado!