Serra inaugura Etec de Heliópolis

São Paulo, 28 de setembro de 2009

seg, 28/09/2009 - 20h37 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso vice-governador, o Alberto Goldman, que era secretário de Desenvolvimento (do Estado) quando esta obra começou. Queria cumprimentar o prefeito (de São Paulo), nosso parceiro, Gilberto Kassab. Nós estamos fazendo muita coisa aqui em Heliópolis, como nunca se fez. E quero dizer que nada disso seria viável não fosse essa nossa tremenda parceria aqui, em benefício da região.

Queria cumprimentar também o nosso vizinho, o José Auricchio Júnior, prefeito de São Caetano do Sul, que já atingiu 100% de saneamento, de esgoto, com a Sabesp – 100%! Queria saudar o (ex-governador) Geraldo Alckmin, que é o atual secretário de Desenvolvimento (do Estado), a quem coube levar a cabo toda a parte final da montagem da ETEC (Escola Técnica); o coronel (Luiz Massao) Kita, que é o chefe da Casa Militar; o deputado Arnaldo Faria de Sá, deputado federal. Queria cumprimentar aqui um jovem deputado (estadual) do Ceará, deve ter menos de 30 anos o Tomás Figueiredo.

Queria cumprimentar o nosso secretário da Educação municipal (de São Paulo), o Alexandre Schneider, que estava me dando umas informações importantes a respeito do que foi feito aqui pela Secretaria; o Orlando Almeida, que é secretário municipal de Controle Urbano, e que era da Habitação quando nós começamos – lembra, Orlando, quando nós inauguramos aqui umas casas que são casas de passagem para aqueles que saem das áreas de risco e vão para outro tipo de moradia? -; o Édson Ortega, secretário (municipal) de Segurança Urbana (de São Paulo); a Laura (Laganá), que é a (diretora) superintendente do Centro Paula Souza, a quem devemos muito; os vereadores Domingos Dissei, que falou aqui curto e preciso, disse o que era mais importante e o Dalton Silvano.

Os subprefeitos da Vila Prudente e Sapopemba, o Wilson Pedroso, e do Ipiranga, o Milton (Roberto Persoli); a diretora da ETEC aqui de Heliópolis, a Soraya (Kullerkupp); o (arquiteto) Ruy Ohtake, que é responsável pelo pólo educativo e cultural do Parque Heliópolis; a (Antônia) Cleide (Alves), que é presidente da Unas (União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco), e que nos falou aqui. Cadê a Cleide? Cleide eu estava falando para a diretora, eu acho que vale a pena trazer o povo de Heliópolis para ver a ETEC, porque isso vai motivar, não é? Trazer as famílias… não apenas os estudantes… mesmo quem tem filho pequeno, para visitar, para olhar. Eu acho que seria muito interessante. Queria também saudar os alunos e professores desta ETEC; e as lideranças comunitárias…

Nós estamos completando hoje, aqui, o que em um certo momento foi um sonho. Logo que cheguei no Governo, pensei: “Temos que fazer uma ETEC lá em Heliópolis”. E em conversas com a Prefeitura, nós descobrimos aqui uma garagem. Não dá para reconhecer… mas isso aqui era uma garagem  antiga, abandonada, um lugar imenso, desolado, mas hoje faz parte de um verdadeiro círculo virtuoso:  o Bairro Educador.

Nós estamos inaugurando hoje o prédio. A escola já começou a funcionar, com cursos de Administração, Design de Interiores, Informática e Nutrição e Dietética, e vai ter ainda o curso de Edificações, que é muito importante. Daremos ainda cursos rápidos para a formação de pedreiros, encanadores, e várias outras profissões dessa área.

Vai ter também Ensino Médio, e esse Ensino, no Centro Paula Souza, é o melhor ensino público, não só de São Paulo, mas do Brasil. O Centro Paula Souza é o braço do Governo do Estado na área do Ensino Técnico e Tecnológico.  Sem contar o Ensino Médio e o futuro curso de Edificações, já temos 400 vagas oferecidas no segundo semestre deste ano, e  no ano que vem, no primeiro semestre, 520 vagas, por semestre. Ou seja, 1.440 quando os três semestres estiverem funcionando.

Quase quatro de cada cinco alunos que terminam uma ETEC – garotada de 16,17,18 anos, na média – obtêm emprego dentro de um ano. Não é pouca coisa.

Estamos fazendo, também, muitas faculdades de tecnologia, que formam tecnólogos. Todo aluno da ETEC, quando se forma, tem mais facilidade para ingressar numa FATEC, porque já se acostumou com o ritmo de estudo, que é pesado. A garotada tem de estudar bastante.  Afinal, o curso é bom. Eu tenho ido visitar várias ETEC no Estado de São Paulo, e posso dizer que os alunos gostam do regime de estudos, que é duro. Tem de estudar, tem de levar a sério.

Nós estamos conseguindo expandir muito a rede de Ensino Técnico e Tecnológico em São Paulo, mantendo a qualidade. A expansão é tão grande que o orçamento inicial, que era de 300 milhões de reais, hoje está em 1 bilhão de reais. E olha que antes do meu Governo já tinha crescido muito. Quando o Alckmin chegou ao Governo, existiam  9 FATECs. Ele elevou para 26, e eu propus na campanha: “Vamos dobrar para 52”. Como diriam os políticos exagerados, fazer tantas quantas foram feitas desde a época do Descobrimento….

Heliópolis é um caso, a meu ver, semelhante a Paraisópolis, porque são duas comunidades muito grandes, e a realidade delas é ser cada vez menos favela e cada vez mais bairro. O presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) me disse que 100% das casas já urbanizadas têm água corrente e 80% das casas urbanizadas já têm rede de esgoto em Heliópolis. O Kassab canalizou o córrego do Sacomã, que era um problema tremendo aqui nesta área. Na área da Habitação nós estamos fazendo 1.240 moradias, a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) em conjunto com a Secretaria da Habitação, o Estado e a Prefeitura. Já entregamos 648; não é pouca coisa.

O Metrô vai ficar pronto… E não tem ninguém rezando mais do que eu para que fique pronto logo: a Linha Verde, que vem até a Vila Prudente, e a estação Sacomã, que é perto daqui. Mais ainda: vai se ligar a Linha Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) com a estação Tamanduateí. Portanto, em matéria de transportes, a comunidade vai estar super bem servida, porque não tem nada melhor em matéria de transporte do que o Metrô. Metrô que vem moderninho, com trens novos, com trens com segurança, com trens adaptados a quem tem deficiência física.

Na área da Saúde nós fizemos uma AMA (Assistência Médica Ambulatorial), que o Kassab tornou 24 horas, e que é aqui do lado. Estamos ampliando o Hospital de Heliópolis, tem a Casa do Adolescente, acrescentamos mais 6 equipes de Saúde da Família, e aqui a Prefeitura fez o Núcleo de Assistência à Saúde da Família. Na área da Educação, o (secretário municipal Alexandre) Schneider está me dando um número muito importante: antes, aqui tinha 5 creches, agora são 17. Caramba! Isso tudo é da Prefeitura. Vejam bem: tinha 5, agora tem 17! Três delas estão aqui neste que é o chamado pólo cultural. Antes, eram 450 crianças atendidas em creches; hoje são 2.050. Todas as Emeis (Escolas Municipais de Ensino Infantil), que são de ensino pré e fundamental, funcionam com 6 horas diárias. Todas as escolas de Ensino Fundamental têm uma hora a mais, ou 5 horas de aula.

Se a gente olhar, por exemplo, a questão cultural, esta aí o Instituto Bacarelli, com a Orquestra Jovem de Heliópolis: estão fazendo um prédio, a Prefeitura deu o terreno. Enfim, esta região vai virando um bairro. É a política habitacional correta. Só se remove quem está em área de risco, com a casa em cima de um córrego, ou numa encosta que pode ter deslizamentos, coisas desse tipo. O resto vai virando bairro, vai sendo urbanizado, e fica muito peculiar, com uma arquitetura diferente. Mas o importante é que as pessoas possam viver bem assim.

Eu estava perguntando para a diretora da ETEC, e ela me disse que 90% dos alunos noturnos são daqui. E dos diurnos, 70%. Ou seja, isso é uma injeção na veia do progresso da comunidade. Claro que vem gente de fora, como em São Caetano, que é um Município rico: nós inauguramos lá uma ETEC e uma FATEC, e essa FATEC tem gente de fora, daqui de Heliópolis. É normal isso. Cada um vai para um lado. Agora, o fato é o seguinte: no conjunto da região, a ensino vai indo para cima.

Vou dizer aqui: fico de coração cortado quando eu vejo uma família,  tive um caso na minha, pagando 5 anos de um curso de Direito numa faculdade particular para um dos seus filhos. O garoto ou a garota se forma, vai fazer exame da OAB, a Ordem dos Advogados (do Brasil), porque sem esse exame não pode exercer a profissão, e… 80% dos alunos em São Paulo não passam. De cada 5 formados em Direito, 4 não podem exercer a profissão, porque não passam no exame, porque não tiveram um curso bom. O exame não é ruim não, o exame é correto. Só que o curso não ensinou. E eles gastaram uma nota nisso. A ETEC abre outra chance, outra oportunidade na vida, até porque não é incompatível com a universidade.  O aluno pode fazer a universidade – pode não, deve fazer depois.

Tem um dado dessa expansão que é interessante. Até pouco tempo atrás, a variedade de cursos das ETECs era de uns 30. Hoje já tem 86, ou seja, a gente vai se adaptando ao mercado de trabalho, às empresas. Se vocês olharem países que são exemplares em matéria educacional, como Coréia do Sul, Alemanha, Israel, há uma ligação muito estreita entre escola e empresa. Isso é muito importante. Não é que escola só forme gente para as empresas, mas ela tem também que formar as pessoas para as empresas. Essa ligação é muito importante, útil e fundamental para qualquer país. É o que estamos fazendo em São Paulo.

Dá gosto a gente ir para o interior e ver especialidades que nunca se imaginou que podiam estar sendo objeto de um curso de um ano e meio. A mesma coisa com as FATECs, que também vão se adaptando, que vão mudando, diversificando, digamos, o seu sistema de ensino.

Nunca na história de Heliópolis, ou de Paraisópolis, essas grandes comunidades de São Paulo, o poder público esteve tão presente, tão atuante. Antigamente, havia muito discurso e pouca ação. Hoje, talvez a gente tenha pouco discurso, mas tem  muita ação. Eu acho até que precisaria ter um pouco mais de discurso para mostrar aquilo que está sendo feito.

Na área da Educação, além disso, foi feito um CEU (Centro Educacional Unificado) também.  Enfim, as mudanças estão em andamento e vão  continuar nos próximos anos, sempre a partir de uma qualidade melhor. E vamos caprichar na qualidade, vamos caprichar na formação. É a maneira de pagar aos paulistas que, com impostos, estão financiando essas escolas. Não precisa dar dinheiro de volta, não. O que tem que dar de volta é um bom aproveitamento.

Obrigado!