Serra inaugura AME Heliópolis

São Paulo, 9 de dezembro de 2009

qua, 09/12/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas. Este AME (Ambulatório Médico de Especialidades) aqui, realmente é de primeira. No que se refere à tecnologia, é o único ambulatório que tem ressonância magnética, super bem equipado e com volume enorme de atendimentos. Nós gastamos aqui 20 milhões de reais. Mas esse número é enganador. Lá no filme (exibido antes do pronunciamento para os moradores de Heliópolis) disseram: “O Governo investiu até agora 90 milhões de reais” – 20 AMES. Na verdade, só esses 20 AMES custam, por ano, mais de 200 milhões de reais. Este aqui vai custar perto de 30 (milhões de reais), ou seja, 50% a mais do que o investimento feito.

Na Saúde é assim. A gente, para construir, equipar, etc., gasta algo que é substancial. Mas para manter é o dobro, com muita frequência, às vezes até 3 vezes, dependendo do tipo de unidade de que se trata. Aqui, nós temos 45 consultórios médicos. Eu contei, porque não tinha o número aqui, eu contei uma por uma, 24 especialidades. E para que se tenha uma ideia do volume, a capacidade é de 19.000 consultas por mês. Com isso, a gente rompe um gargalo no Sistema de Saúde de São Paulo – e do Brasil nem falar – que é fila para consulta, que é a pior coisa que tem.

Olhando antes, a gente faz um diagnóstico, vê que o grande problema no quadro de São Paulo, o número 1, chama-se fila para consulta. Eu implico sempre com ortopedia, porque é a (especialidade médica) que mais tem fila em todo o Estado. Eu não sei exatamente por quê é a ortopedia. Pois bem… com um ambulatório como este, o problema tende a ser minimizado – e isto multiplicado por todo o Estado de São Paulo, como se mostrou aí. Nós já temos mais de 20 (AMEs), e vamos chegar a 40 até o final (do próximo ano). Portanto, vamos ter uma rede de consultas… se mais ou menos for 15.000 consultas (por mês) em média – este aqui (de Heliópolis) tem mais, outros têm um pouco menos, depende do lugar – mas se for 15.000 consultas/mês, são 180.000 por ano. Multiplicado por 40, dá 7 milhões e 200 mil consultas por ano.

Agora, outro item importante é o dos exames médicos. Exame aqui (no AME Heliópolis), a capacidade é para quase 48.000 exames por ano – 48.000 exames, incluídos exames laboratoriais, que são exames de imagens, exames de laboratório, todo tipo de exame, que também é um ponto de estrangulamento. E aqui montaram um esquema, inclusive, de chamar as pessoas por torpedo. É aquele “pai de santo”: só recebe. Quer dizer, recebe o aviso. Eu achei uma ideia excelente, que podia ser adotada para todos. Só tem nesse aqui? Todos terão, mas esse aqui já tem. Um problema que tem na rede pública é consulta que é marcada e a pessoa não vai. Isso aí ocupa tempo, faz com que a tendência seja marcar mais do que pode atender, porque assim não perde a oportunidade. Só que às vezes vai todo mundo, e aí fica a fila, aí a pessoa às vezes tem que voltar. Então, a melhor coisa é ter um aviso certeiro, como é o caso do telefone.

Mas aqui, além do mais, nós vamos ter 3 mil consultas não-médicas, estritamente. O quê que é consulta não-médica? Nutricionista, psicologia… Mais 3 mil de fisioterapia. E vamos ter, por ano, mais de 1.300 cirurgias ambulatoriais. É cirurgia que não precisa ficar dormindo à noite – 1300 por mês. Bom, isso aqui tudo que eu estou dando é por mês, todos os números aqui são mensais. Ou seja: por ano, aqui, vão ser 16 mil cirurgias, pelo menos. Não é brincadeira. Cirurgias ambulatoriais… desafogam o hospital, porque são cirurgias mais leves, como hérnia, catarata, varizes, amígdalas… Portanto, a gente desafoga os hospitais. É importante entender que cada AME funcionando é um alívio e melhora do hospital. Aqui, no caso, estamos vizinhos ao Hospital de Heliópolis, que é um hospital grande, antigo, do Estado.

Ao mesmo tempo, é importante dizer que aqui na região de Heliópolis tem duas AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais), que lidam com 8 especialidades – e uma delas 24 horas. Em matéria de atendimento médico, termina sendo, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), uma das regiões mais atendidas na cidade. Essa é a verdade, porque são duas AMAs e um AME com grande potencial de atendimento.

Aqui na região de Heliópolis, é importante também sublinhar, nós já fizemos investimentos – o Estado e a Prefeitura – muito importantes. Entre eles, uma escola técnica (gratuita). Uma escola técnica de grande qualidade que eu tive a oportunidade de inaugurar e de visitar. Inclusive, a arquitetura dela é interessante, porque é uma antiga garagem imensa, que foi transformada pelo (arquiteto) Ruy Ohtake em uma escola com muitas especialidades. Tem um CEU (Centro Educacional Unificado), serviço de água e saneamento, moradia também, porque estamos removendo, principalmente, aqueles que estão em áreas de risco. Área de risco é um problema grave, como nós vimos com essa enchente agora. Gente que tem uma casa – no modo de dizer – porque é uma residência muito precária, em cima de um córrego, numa encosta. Nós estamos fazendo um trabalho intenso, febril, no sentido dessa remoção, oferecendo moradia alternativa.

Aqui, em matéria de creches, ouve uma expansão de 2.000 vagas. Quantas tinha antes? Tinha três creches, foi para 11 – quer dizer, é um aumento de quase 4 vezes. O fato é que nós estamos transformando esta que era a maior favela de São Paulo, num bairro. Num bairro de gente trabalhadora. É o que está acontecendo.

Quando eu vi a Casa do Adolescente, por exemplo… O atendimento aqui é de 200 adolescentes por dia. Se eliminarmos as repetições, deve dar uns 2.000 por mês, tem orientação psicológica, orientação de conduta, de natureza sexual, tem até aprendizado de nutrição. Não sei se eles vão aprender a cozinhar, mas salada de fruta vão ser campeões, porque tá todo mundo lá cortando (frutas), garotada de 10, 11, 12 anos de idade.

Portanto, esta instituição de saúde, esta unidade, deve ser compreendida nesse contexto. Quer dizer, no contexto de desenvolvimento social pra toda esta região da cidade de São Paulo. Eu tenho a impressão que este não é o maior AME, mas é o mais equipado.
É o maior em volume de atendimento, e o mais equipado. Como vocês veem, num prédio muito agradável, muito bem feito. Já dei parabéns à arquiteta e à engenheira que tocaram essa obra. Sinal dos tempos, porque é mulher – não é só na saúde, é também na engenharia e na arquitetura. Queria dar parabéns a toda a equipe da Saúde do Estado e do Município, porque nós trabalhamos sempre juntos. A Casa do Adolescente, aliás, tem parceria da Prefeitura, e quem ganha com essas parcerias é a nossa população. No caso, ganha muito na área da Saúde.

Muito obrigado!