Serra entrega mais três obras do Programa Onda Limpa no Litoral

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Olha, eu sei perfeitamente que mudar de cidade não é fácil. A gente sempre fica ansioso quando […]

sex, 26/02/2010 - 21h02 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Olha, eu sei perfeitamente que mudar de cidade não é fácil. A gente sempre fica ansioso quando muda de casa, mesmo que seja para pertinho. Eu imagino para longe, em um novo ambiente. Crianças têm que ir para uma outra escola, muda a condução que tem que tomar. Enfim, sempre tem uma certa insegurança. Eu entendo isso perfeitamente.

Agora, o que a gente está fazendo é uma medida que vai trazer não apenas mais conforto na moradia, no acesso a serviços públicos que aqui são perfeitamente disponíveis na área da Educação, na área da Saúde. Vai também oferecer uma propriedade, que pode ser deixada como herança, que pode ser vendida futuramente, que pode ser utilizada como garantia. Modesta, mas confortável.

Para o Governo, para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), cada unidade custou em média 43 mil reais. Mas as pessoas vão pagar como se o apartamento valesse 21.500 reais. Por quê? Porque tem um subsídio dado pelo Governo de 50%. Ou seja, metade é subsidiado, o que vai diminuir muito o valor da prestação. Uma prestação que, no mínimo, será de 70 reais. E mesmo para as famílias que não puderem pagar haverá outro esquema de ajuda, nesse sentido, para quem não puder pagar 70 reais. Portanto, eu diria que há uma segurança razoável em tudo isso. Agora, a Serra do Mar tem problema para moradia, porque é um lugar inseguro.

A gente está vendo quanta calamidade natural está acontecendo com essa chuvarada, não apenas no Brasil. A gente viu outro dia na Ilha da Madeira, lá perto de Portugal; na Argentina, em Buenos Aires; na Venezuela, que em vez da chuva é a seca; nos Estados Unidos, que em vez de chuva é neve. Enfim, está tendo problema por todo lado no mundo, em razão das mudanças climáticas, e a gente nunca sabe o que vem pela frente.

A Serra do Mar é um lugar inseguro. Eu tenho implicância com a ocupação da Serra do Mar desde a época do (ex-governador Franco) Montoro. Quando ele era governador, na primeira metade dos anos (19)80, e eu era secretário (de Planejamento), via o perigo que é morar em um lugar que não foi feito para morar, em que a base de sustentação é precária. O fato de que não aconteceu nada antes não implica que não possa acontecer.

Por isso, nós decidimos fazer um grande programa. Um programa que custa, só no caso das moradias e dos conjuntos da urbanização, 850 milhões de reais, mais ou menos. É o maior programa que tem no Brasil nessa área. E se a gente for contabilizar viadutos, estradas, outras coisas que têm que ser feitas em volta, soma 1 bilhão de reais, que nós estamos injetando na Baixada Santista e, principalmente, em Cubatão.

Aproximadamente dois terços das pessoas que moram lá vão morar lá mesmo.  São 1.860 apartamentos no Jardim Casqueiro, inclusive alguns desses apartamentos vão ser de 3 quartos ou um pouquinho maiores, dependendo do tamanho da família. Portanto, é um investimento enorme.

Eu queria aqui agradecer publicamente a duas pessoas que foram fundamentais para esse programa, fora o nosso secretário (estadual da Habitação) Lair (Krähenbühl), que tanto tem se empenhado com toda qualificação que ele tem na área da Habitação. Essas pessoas são (o ex-deputado) Rubens Lara, que morreu. Ele era o diretor (Agência Metropolitana da Baixada Santista), antecessor do Edmur (Mesquita), e foi fundamental para esse processo. Vocês foram visitados, tudo foi conversado – esse trabalho começou efetivamente a ser organizado pelo Lara. Não é por menos, aliás, que ele dá o nome de um conjunto habitacional lá no Jardim Casqueiro. O segundo é o coronel da PM, o Eclér (Eliseu Eclér Borges), que era o comandante da PM quando eu assumi o Governo – e entrou em um processo de reforma que sempre acontece, os coronéis se aposentam depois de 2 anos que estão no comando da PM. Ele é engenheiro, já tinha trabalhado na Defesa Civil quando tinha uma patente menor de oficial, e nós o convidamos para ser o coordenador deste processo. Eu queria agradecer publicamente o coronel Eclér por toda a competência, toda a sua capacidade técnica e humana para conduzir esse processo. Parabéns, coronel!

Bem, acho que eu já disse tudo o que tinha que dizer. Nós viemos aqui à Praia Grande também para inaugurar uma Estação à qual eu nunca tinha sido apresentado, chamada pré-condicionamento, para tratar água de esgoto. Porque aqui nós fizemos um emissário para jogar o esgoto no mar. Esse emissário tem 1,4 quilômetro. Se jogar o esgoto diretamente in natura, acaba voltando para a praia uma água de má qualidade. Então, nós estamos jogando uma água tratada em alto mar. E isto vai ajudar muito a recuperação das praias, a qualidade das praias.

O que tem a ver com a vida de vocês isso? Tem a ver com a vida porque vai melhorar o turismo, melhorar a qualidade do turismo aqui na Praia Grande. Vai valorizar imóveis, vai melhorar como fonte de empregos, fundamental para todo mundo. Segundo, ajuda a saúde, e a saúde das crianças. Porque isso que nós estamos jogando no mar vai ser coletado das casas. Aqui a coleta de esgoto tinha um índice ainda baixo para os padrões do Estado de São Paulo. Era 50%. Esse índice de coleta vai chegar a uns 95% das moradias – e tudo isso vai ser tratado. Então, quando trata melhora o meio ambiente, diminui a mortalidade infantil, melhoram as condições ambientais. 

Nós já fizemos aqui 172 quilômetros de rede coletora, obras que estão em andamento. Cerca de duas vezes e meia (a distância) daqui a São Paulo, só de rede coletora. Isso vai melhorar a Praia Grande inteira e os novos moradores da Praia Grande, que passam de Cubatão para cá, os novos praia-grandenses, vão entrar em uma nova era em matéria de saneamento.

É uma obra invisível, mas é uma obra presente no cotidiano. Não há nada mais invisível que seja tão importante quanto saneamento. Em geral, os políticos não amam investimento em saneamento porque não aparece. Quem vai ver 172 quilômetros de rede coletora? Ninguém! Vai tudo por baixo da terra. Então, não rende tanto do ponto de vista político-eleitoral. Mas para a vida das pessoas, é um rendimento fundamental e que elas sentem no seu cotidiano.

Portanto hoje, estamos aqui trazendo novas moradias e novo saneamento. É a Praia Grande que está de parabéns pela batalha que sempre tem dado para a melhora das suas condições de existência. Eu sou o mais antigo aqui em matéria de Praia Grande, porque eu vinha à Praia Grande quando era moleque. Para vocês terem uma idéia, o ônibus vinha pela praia. Não tinha estrada, a Pedro Taques. Não tinha. Era pela praia. A Vila Caiçara devia ter umas 50 casas só, e eu ia para a Vila Caiçara. Para ir à Cidade Ocian tinha que ir a pé, ou arranjar uma carona dentro da praia, era tudo mato, e a Praia Grande era um distrito de São Vicente. Não existia nem como município, muito menos prefeito, vereadores, ninguém! E eu fiquei 14 anos fora do Brasil, exilado. Quando voltei era outra realidade. Uma urbanização acelerada, um turismo que se expandiu centenas de vezes e acumulou problemas. E agora nós estamos corrigindo os problemas para tornar a Praia Grande tão agradável como era na época que não era habitada. Agora, tornar agradável com muita gente, o que é melhor ainda!

Muito obrigado, um grande abraço, meus parabéns e contem comigo!