Serra entrega conclusão da ligação Dutra-Carvalho Pinto

São José dos Campos, 16 de outubro de 2009

sex, 16/10/2009 - 19h31 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todas e a todos, dizer da minha alegria de vir novamente a São José dos Campos. Já devo ter vindo quantas vezes? Umas 10 vezes. Afora as realizações, e tudo o que a gente tem encaminhado por aqui, eu tenho sempre uma satisfação especial de vir por causa da parceria que nós temos com a Prefeitura. Parceria essa que vem de períodos anteriores, quando eu não era governador e o prefeito era o Emanuel (Fernandes). Uma cooperação muito estreita que, aliás, se reflete na obra de hoje, que nós estamos inaugurando.

Queria cumprimentar o (Eduardo) Cury, nosso prefeito (de São José dos Campos); o Luiz Antonio (Ângelo da Silva), que é o vice-prefeito (de São José dos Campos); o Mauro Arce, que é o secretário dos Transportes (do Estado), nosso grande secretário. Queria cumprimentar também o deputado Hélio Nishimoto, deputado estadual; o Emanuel (Fernandes), nosso deputado federal; os prefeitos de Jambeiro, São Sebastião, Igaratá, Roseira, Caraguá (Caraguatatuba), Natividade da Serra, Ilha Bela e Caçapava. Queria também cumprimentar a família do Octávio Frias de Oliveira, os filhos, a Maria Helena, o Otavio, Luís e Cristina, bem como os netos que os acompanham, a Laura, Celina, o Augusto, Heitor e o Antônio. Queria também cumprimentar o diretor de engenharia da DERSA, o Paulo de Souza; os vereadores e secretários municipais, presidentes e representantes de associações de moradores de bairros e lideranças comunitárias.

Nós estamos inaugurando hoje a fase 3 da ligação entre a (Rodovia Presidente) Dutra e a (Rodovia) Carvalho Pinto. Com isso, nós completamos a duplicação – e não é apenas duplicação. São trevos, viadutos, marginais, um conjunto de obras que acompanham, digamos, a estrada principal. Nós estamos fazendo hoje a inauguração simbólica, porque assim que a estrada ficou pronta ela foi aberta. Mas ainda faltavam algumas coisas, não na estrada, (mas obras) complementares. Se a gente inaugura antes, iam dizer que inaugurávamos obras inacabadas. Portanto, aguardamos ter todo o conjunto pronto para esta inauguração.

Mas eu queria aqui também cumprimentar os nossos trabalhadores da empresa que fez a estrada. Simbolicamente, foram muitos mais os que trabalharam aqui do que os que nos acompanham, para a nossa alegria, no dia de hoje. Esta obra custou 84 milhões de reais, a fase 3. São 5,3 quilômetros. Por que é tão caro? Porque na verdade é uma obra urbana. E a Prefeitura entrou com 11 milhões de reais. Posso dizer a vocês que isso é inusitado no Estado de São Paulo. Não estou aqui cobrando parceria semelhante dos outros prefeitos, porque São José tem mais recursos. Mas isso mostra o espírito de cooperação, de parceria e de trabalho O conjunto, o total da obra de ligação da Dutra e da Carvalho Pinto custou aproximadamente 150 milhões de reais, sem atualização. Atualizando por correção monetária, etc., daria inclusive mais.

E é um avanço no desenvolvimento do sistema rodoviário aqui da região. Porque esta duplicação é da Rodovia Tamoios, onde também estamos construindo duas pontes na área continental de Jambeiro e Paraibuna, que vão romper estrangulamentos para expansão e futura duplicação dessa rodovia. Aqui eu devo acrescentar uma informação. Na verdade nós fomos capazes de fazer esse investimento pelo fato de que nós desenvolvemos concessões em outras partes do Estado e aqui mesmo na Rodovia Ayrton Senna. Nós obtivemos, graças às concessões de estradas – na minha gestão foram 5, além do trecho Oeste do Rodoanel (Mário Covas) – 5,5 bilhões de reais. Com esse dinheiro nós investimos nas vicinais, investimos nesta duplicação.

Aqui, diga-se de passagem, na região, são 400 quilômetros de vicinais que estão ficando como novas. Investimos, no conjunto do Estado, em obras que não têm pedágio, que não são objeto de concessão. Ao mesmo tempo, as empresas que ganham as concessões investem também, têm a obrigação de investir 8,5 bilhões de reais. Ou seja; nós, com essas concessões, investimos no sistema rodoviário de São Paulo cerca de 14 bilhões reais. Por isso é que a gente tem conseguido tocar tanta obra e manter São Paulo na condição de um Estado muito bem servido do ponto de vista rodoviário, na segurança e na qualidade.

E aqui tem uma peculiaridade. Nós concedemos a Ayrton Senna – e eu vou dar uma notícia que se mantém secreta há muito tempo, clandestinamente, porque nunca é divulgada. O pedágio na Ayrton Senna, com a concessão, caiu mais de 40%. O pedágio era 22,10 reais e caiu para 12,60 reais, porque nós implantamos o seguinte modelo: concessão implica um pagamento fixo e ganha quem oferecer o menor pedágio. Com isso, nós baixamos o pedágio aqui na Ayrton Senna, substancialmente, mais de 40% – muito significativo para quem vem até Taubaté.

Mas ainda na área viária, rodoviária, eu gostaria de mencionar que está muito avançado o recape (recapeamento) de uma obra que é fundamental, que é a Rodovia Oswaldo Cruz, entre São Luiz do Paraitinga e Campos do Jordão. Estamos também preparando projeto para a reforma – porque é disso que se trata – da rodovia que leva Campos do Jordão. É uma rodovia federal, que nós resolvemos pegar para promover a melhora. Para mim tem um significado muito especial batizar este trecho urbano, de 5,3 quilômetros, da duplicação, com o nome do Octávio Frias, que todos conhecem no Estado de São Paulo muito mais pela construção de um grande jornal (Folha de S. Paulo), que teve, tem tido e vai continuar tendo um papel muito importante na informação no Estado de São Paulo. E a gente sabe que informação é um requisito para a liberdade. As pessoas não informadas são pessoas sem liberdade. O conhecimento e a informação são ingredientes fundamentais da democracia e do exercício da liberdade, das liberdades da cidadania.

Isso todos sabem, da Folha de São Paulo. Sabe-se menos, no entanto, da atividade dele aqui em São José dos Campos. Ele foi um empresário que, desde os anos 30, marcou, acompanhou, esteve associado ao desenvolvimento, à história de São Paulo. E aqui em São José dos Campos é onde ele construiu uma granja, como era conhecida, que eu tive a oportunidade de conhecer no começo, no comecinho dos anos (19)80. E como foi sublinhado pelo prefeito, (ele) não apenas contribuiu com o desenvolvimento de uma atividade… Eu me lembro que quando eu vim aqui, isso aqui era campo, era uma zona rural, agora é uma zona urbana. E (ele) também sempre manifestou preocupações a respeito de São José dos Campos.

O (prefeito) Cury ou o (ex-prefeito) Emanuel citaram a questão da Santa Casa. Isso é absolutamente verdadeiro, porque eu fui, na época, o objeto de pressão por parte dele, porque eu era ministro da Saúde. A única coisa que o senhor Frias me pediu, em toda a minha vida de Governo ou de parlamentar, se referiu à Santa Casa de São José dos Campos. Eu vim visitar aqui por causa dele – e na época demos um aporte de recursos, eu acho que o Emanuel era o prefeito, substancial para a Santa casa, à qual, devo dizer, nós estamos proporcionando um aumento do número de leitos. Mas é uma homenagem que tem um grande significado, inclusive porque eu trabalhei na Folha de S. Paulo durante 4 anos ao lado do seu Frias. É uma pessoa por quem eu sempre tive um afeto, uma estima, uma amizade muito intensa. Portanto, tem um significado especial, pessoal também para mim, o batismo desse trecho urbano, da duplicação dessa via, dessa obra viária tão importante.
Mas eu queria também aproveitar para mencionar alguns outros aspectos do nosso trabalho. Nós já fizemos um belo AME (Ambulatório Médico de Especialidades) em Caraguatatuba – muito bonito, não é, Antônio Carlos (da Silva, prefeito de Caraguatatuba) – que deve estar funcionando muito bem, pelo menos você nunca reclamou de nada. E inauguramos um, aqui em São José dos Campos, em julho. Os AMES são Ambulatórios Médicos de Especialidades, para romper um estrangulamento importante na área da Saúde em São Paulo. É o mais importante chama-se consulta. O problema não é hospital, o problema número um. A falta de atendimento nessa área sobrecarrega os hospitais, porque hospital não é lugar de consulta – e acaba atendendo porque não há outra possibilidade para as pessoas.

Por isso nós criamos essa nova unidade de saúde: o Ambulatório Médico de Especialidades – que promove, varia de AME para AME, mas são 15 (mil), 12 (mil), 20 mil consultas por mês, mais de 40 mil exames em certos casos, cirurgias-dia, e que tem funcionado de maneira primorosa no Estado, graças às parcerias. Nós tocamos os AMEs com parcerias com as organizações sociais, organizações não-lucrativas, organizações que trabalham com mais eficiência, com mais produtividade e com menor custo. Aqui, Cury, quem é o parceiro no caso de São José? A Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo. Em Caraguá quem é Antônio Carlos? O Hospital Bandeirantes. E nós vamos fazer mais dois AMEs: um AME em Lorena e um AME em Taubaté. O prefeito de Taubaté não está aqui, não é? Porque nós estamos dependendo do local que o prefeito deve oferecer. Quem toca o AME é o Estado – isso é o que sai mais caro. Em geral, como acontece na Saúde, um ano de AME custa praticamente o que custa para construir e instalar. Mas na construção e instalação a gente quer parceria com as Prefeituras. E a Prefeitura de Taubaté… nós estamos aguardando que possa resolver o problema do local para fazermos. O custeio, a organização, o funcionamento serão de responsabilidade do Estado.

Mas com isto a região ficará muito bem atendida, porque cada AME é uma unidade regional, não é local – é para atender a região. Em geral atende 500 mil, 600 (mil), 800 mil pessoas. Não de consultas, porque não é todo mundo que vai ao médico se consultar. Mas atende um universo populacional desse tamanho. Estou sublinhando esse ponto porque eu sei que as demandas de Saúde aqui, apesar de tudo o que o Estado tem feito, ainda continuam bastante intensas. Por isso mesmo é que na minha gestão nós aumentamos a oferta de leitos aqui em toda a região do Vale (do Paraíba) e do Litoral Norte em cerca de 140… nós aumentamos 140 leitos, que praticamente é um novo hospital. E até o fim do ano serão mais 24 leitos na Santa Casa de São José, Aparecida e Ubatuba, para poder atender bem a população. O que, devo dizer, vai ser reforçado pelos AMEs, pelos ambulatórios, que vão contribuir para aliviar o trabalho dos hospitais.

Outro aspecto que eu queria mencionar aqui na área da Saúde é a Rede (de Reabilitação) Lucy Montoro. Nós criamos em São Paulo uma rede de hospitais de reabilitação. Porque São Paulo tinha trabalhos isolados da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), a associação das crianças com problemas de deficiência física, o Hospital das Clínicas, enfim, algumas unidades esparsas cuidando desse problema. E, na verdade, 10% da população de São Paulo tem problemas de deficiência física, como problema de mobilidade. E nós decidimos então criar uma rede que possa servir… não vai dar para atender 4,2 milhões de pessoas… mas que possa servir como referência para esse atendimento. Inclusive vim ao Vale do Paraíba até em um ônibus que nós transformamos em ambulatório (móvel) para o tratamento de deficientes físicos pelo Estado de São Paulo. Foi em Jacareí.

E nós vamos fazer 9 unidades no Estado. Uma já foi inaugurada, que é um primor, lá em Santo Amaro, nas vizinhanças do Morumbi (na cidade de São Paulo). É um hospital público, tocado por organização social de cinco estrelas, para o atendimento de deficientes de todo o tipo, deficiência visual, deficiência de mobilidade, para quem teve derrame, para quem teve acidentes e tudo o mais. Essa nós já inauguramos. Foi o primeiro. É um hospital primoroso, realmente primoroso, com tudo o que tem de melhor em matéria de instalações e tecnologia. Estamos construindo outro na Vila Mariana (também em São Paulo). Estamos construindo em Campinas, em Marília. Pois bem… aqui haverá no Vale também uma unidade da Rede (de Reabilitação) Lucy Montoro, aqui em São José dos Campos. O local, inclusive, vai ser ao lado do Hospital Municipal. Essa, eu quero dizer a vocês, é uma inovação na política de saúde e na política social do Governo do Estado – e, eu diria, até do nosso País. Existe uma rede federal que é a do (Hospital) Sara Kubitschek, que será menor do que a nossa, apesar de que é tocada com recursos federais. É uma boa rede. Eu, inclusive, como ministro da Saúde, sempre tratei de fortalecê-la e de ampliá-la, inclusive com uma planta no Rio de Janeiro.

Outra questão que eu queria enfatizar é na área do Ensino Técnico e do Ensino Tecnológico. Até o ano que vem nós teremos implantado mais duas Faculdades de Tecnologia (FATECs) e mais cinco Escolas Técnicas (ETECs) aqui na região. Nestes 4 anos nós teremos ampliado o número de vagas das ETECs em cerca de 165% – ou seja: 2,6 vezes mais dos alunos das Escolas Técnicas, que são escolas de Ensino Médio, e que em um ano e meio entregam para o adolescente uma profissão. Eu fico sempre de coração cortado quando vejo famílias com muita dificuldade em pagarem, por exemplo, 5 anos de um curso de Direito para um filho, para uma filha. Chega ao final, tem o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Vocês sabem qual é o índice de reprovação da OAB? Ou seja: que o jovem que estudou não consegue exercer a profissão de advogado? É de 80%. De cada 5 que se formam, 4 não obtêm o registro para trabalhar como advogado. Muito recurso e muito tempo perdido.

Nós temos que disseminar o Ensino Técnico em São Paulo. Ele é uma opção importante. Não bloqueia o curso universitário posterior, mas já dá uma profissão, já reforça, inclusive, o aproveitamento no Ensino Médio. Eu encontrei 70 mil vagas no Ensino Técnico em São Paulo. Nós vamos deixar 170 mil vagas em São Paulo, sem falar do Ensino Médio que nós proporcionamos também no Centro Paula Souza. O Centro Paula Souza é o braço do Estado (de São Paulo) para atuar nesta área. Às vezes eu fico preocupado, porque o pessoal pensa que Centro Paula Souza é uma entidade da tia Paula, que faz o Ensino Técnico. Mas não é da tia Paula, é apenas o nome do engenheiro que fundou a Escola Politécnica (da USP-Universidade de São Paulo). E nós também fazemos o Ensino Médio lá e é o melhor Ensino Médio do Brasil. È gratuito, mas tocado não no sistema, na rede tradicional de ensino. É tocado pelo Centro Paula Souza, com professores CLT e etc. E é o melhor que nós temos, apesar de que é consideravelmente mais barato quando nós tomamos o custo por aluno.

E outra expansão fundamental é na área das FATECs, das Faculdades de Tecnologia, que forma tecnólogos. Aí são cursos de 3 anos, de nível universitário. Nós estamos aumentando o número de vagas aqui na região do Vale e Litoral Norte, de 320 para 720 vagas, portanto mais do que duplicando. E esse curso de tecnólogo é de nível superior, que combina muito bem com quem faz uma ETEC anteriormente. E é altamente especializado. Outro dia eu fui a Sertãozinho inaugurar uma FATEC, que forma tecnólogos em solda, soldagem. Eu sempre achei que soldagem era pegar um pedaço de chumbo com o maçarico e grudar as peças. Na verdade, estuda-se 3 anos de soldagem. Nós vamos fazer tecnólogos em soldagem que são especialistas internacionais. Essa expansão, para nós, é muito importante, porque ela abre oportunidades para a nossa juventude. Por um lado, oportunidade de trabalho, de vida. Segundo, porque ela prepara São Paulo para o desenvolvimento, quer dizer, sustenta o desenvolvimento de São Paulo. No caso das FATECs, nós estamos duplicando o número de FATECs, de 26 para 52. Essa era a minha meta. Nós já completamos 49, ou seja, é provável inclusive que a meta seja ultrapassada até o final do governo.

Mas eu queria mencionar isso porque é algo, em relação com o Vale do Paraíba, que está sendo muito atendido. E aqui nós temos também a nossa APL, o nosso Arranjo Produtivo Local Aeroespacial. Nós, inclusive, aplicamos recursos aqui, isso em cooperação também com a Prefeitura, o Parque Tecnológico e tudo o mais. Esta é uma região que tem vocação para ser vanguarda do nosso desenvolvimento – e tem sido, não apenas em São Paulo, mas também no Brasil. Por isso, eu queria agradecer essa parceria, essa cooperação. Queria dizer que nós contamos com o Vale do Paraíba – eu incluo sempre o Litoral Norte, onde, aliás, nós estamos fazendo obras de saneamento ambiciosas. Estamos estendendo o programa que estamos fazendo na Baixada Santista, que é o maior projeto de saneamento do Brasil, para despoluir, dessa vez definitivamente, as praias e levar rede de esgoto e tratamento de esgoto até 100% nos próximos anos.

Mas eu dizia, contamos muito com vocês. E queria que vocês soubessem que podem contar muito conosco, com o Governo do Estado e comigo pessoalmente.

Muito obrigado!