Serra discursa no início das obras de ampliação do Corredor Metropolitano ABD

Parte do Plano Expansão São Paulo, novo corredor beneficiará cerca de 15 mil usuários/dia

ter, 22/12/2009 - 21h50 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Este corredor foi iniciado no Governo (Franco) Montoro, quando eu era Secretário de Planejamento (do Estado de São Paulo) – e foi feito na Secretaria do Planejamento, foi concepção nossa.

Originalmente, era para ter somente ônibus elétrico e um corredor grande. São 33 quilômetros ligando o Jabaquara a São Mateus, passando pelo ABC. Isso é que é extraordinário. Muito pouco intuitivo para quem anda em São Paulo só pelo chão, não é? Como é que pode fazer esse tipo de ligação? E é um corredor que foi tocado efetivamenteno começo, depois foi interrompido, mas foi retomado e nós estamos agora programando investimento de 24 milhões de reais aqui – o que é muito dinheiro, especialmente porque é basicamente do Tesouro, ou seja, em última análise do Estado.

Vão ser implantados 12 quilômetros de faixas de ônibus exclusivas, 18 paradas duplas – inclusive com plataformas elevadas de embarque, rampas de acesso, sinalização e bancos para sentar – e cinco estações de transferência: Jardim Mirim, Washington Luís, Vereador José Diniz, Santo Amaro e Morumbi. Portanto, vai melhorar muito o corredor, até porque nós vamos também fazer a adequação do acesso de entrada e saída de veículos, complementação do pavimento da faixa exclusiva à esquerda, para ter um pavimento melhor; no trecho próximo ao Shopping Morumbi, sinalização, travessia de pedestres, paisagismo, etc. Enfim, vamos beneficiar cerca de 15 mil usuários/dia por esse meio de transporte, por este corredor.

É um corredor que deu certo. Agora, a gente vai ter que continuar investindo para aperfeiçoar, para aprimorar. E este é um motivo, um dos dois motivos, desta visita. Nós estamos aqui na véspera de Natal, mas continuamos trabalhando. Não deixamos passar um dia nas coisas, porque tem muito a fazer aqui no Estado de São Paulo – e eu estou especialmente dedicado a isso, ao trabalho de São Paulo, ao trabalho de governador de São Paulo. Há muita tentação de se dispersar esse trabalho com questões eleitorais, mas é uma tentação que, para mim, não pega. O que pega é servir ao povo do meu Estado, é servir ao meu mandato de governador, é ficar trabalhando em cima disso.

Hoje nós temos também uma outra coisa, que é uma semente. O começo do começo. Nós não estamos nem no fim do começo. É o começo do começo, que é trazer o sistema metrô e de trilhos para o ABC. Quando eu digo trazer, eu digo conectar com toda a rede de São Paulo. Aqui já tem a linha Turquesa, que tem investimentos previstos a longo prazo de 600 milhões (de reais), modernizando, virando metrô, e nós vamos logo inaugurar a Estação Tamanduateí.

A Estação Tamanduateí faz parte do metrô de São Paulo, da Linha Verde. Qual é a idéia? Que esse metrô leve, que nós estamos começando hoje, na prática, vá se ligar à estação Tamanduateí. E, aí, é uma decorrência natural que, depois, ele vá se alastrar pelo ABC. Mas a gente tem que começar por algum lugar e tem que começar, também, do ponto de vista do processo, porque metrô custa uma ‘baba’ de dinheiro. Começa a ‘baba’ de dinheiro no projeto. Mas o metrô da Freguesia do Ó, que eu me lembro o número, são uns 80, 85 milhões (de reais) só para fazer o projeto. Você vê o que é dinheiro. Só o projeto, porque é uma coisa muito complicada, tem que ter um projeto executivo que dê toda orientação para as obras, senão, não anda.

Agora, aqui nós obtivemos cerca de 27,7 milhões de reais do Governo Federal, gestão feita pelo Luiz Marinho (prefeito de São Bernardo), mais 1,5 (milhão de reais) que a Prefeitura (de Diadema) está pondo. Este dinheiro não vai dar para fazer o projeto base. Vai faltar um pouquinho, que o Estado vai complementar, quando for necessário para fazer o projeto básico. O projeto básico não é nem o executivo – é o básico, aquele que vai dar para fazer… realmente dá toda a diretriz para que, aí, a gente faça o (projeto) executivo. Nós já entramos nessa rota e aí, uma vez que isso ande, vai ser natural – como eu disse antes – se alastrar por toda a região do ABC, uma vez tendo já os primeiros ramais funcionando. Para nós, o investimento em transporte coletivo é fundamental. Transporte coletivo é salário indireto. Transporte coletivo beneficia os trabalhadores, os assalariados. Não é investir em obras.

Às vezes tem algumas pessoas, eu não sei se por ignorância ou má fé, que dizem: “Não, o Governo Serra está investindo em obras, em vez de investir na área social”. Primeiro: não é verdade – estamos investindo muito na área social. Segundo: as obras são obras como estas, são salário indireto para aqueles que vivem do seu trabalho e que necessitam de um bom transporte público. Por isso, nós estamos fazendo na Região Metropolitana e na cidade de São Paulo o maior programa que já houve em intensidade de investimentos, de transporte de metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), transformando as linhas da CPTM em metrô de superfície.

Eu fico muito contente de vir aqui hoje para essas duas coisas. Melhorar o corredor de ônibus, que atende, no caso, principalmente Diadema, na região do ABC – vai do Jabaquara a São Mateus. Quero dizer também que nós estamos fazendo a (avenida) Jacu-Pêssego, que tem muito a ver aqui com a região do ABC, porque vai ligar Guarulhos ao ABC diretamente, uma área de expansão de emprego enorme – e que as pessoas não sabem, você vai perguntar e ninguém sabe o que é a Jacu-Pêssego. Estamos gastando uma nota nessa Jacu-Pêssego, que vai ligar com Mauá com toda a região do ABC e vai expandir as possibilidades de emprego e de transporte por essa área.

Temos aqui, também, o trecho Sul do Rodoanel (Mário Covas), que é muito importante. Porque hoje qualquer mercadoria que vem do interior de São Paulo, ou de outro Estado, que vai para Santos, que vai para o litoral, passa pela avenida dos Bandeirantes, em São Paulo, o que é o cúmulo. Nesse sentido, o Trecho Sul do Rodoanel resolve o problema. E, queira Deus, a gente consiga terminar agora, no final de março, se as chuvas deixarem, porque as chuvas estão atrapalhando. Chuva e obra viária… no começo, no meio e no fim… sempre atrapalham. Mas, de toda maneira, o Trecho Sul vai estar funcionando logo.

Ontem eu o percorri de helicóptero. Vendo, é uma maravilhosa obra que nós fizemos em um espaço de tempo curto pelo tamanho dela. Não por pressa política, (mas) por pressa de compromisso com São Paulo, porque é um alívio para São Paulo ter esse Rodoanel – para o interior, para a Capital, para a Grande São Paulo. No caso do ABC, é extraordinariamente importante, porque nós temos, inclusive, aqui, obras e ações compensatórias em todos os Municípios que são atravessados pelo Rodoanel, começando pelos Municípios de Mauá, São Bernardo, Diadema, enfim…

É uma obra que vai fazer a região dar um salto, inclusive econômico. Aliás, a experiência do Trecho Oeste do Rodoanel… Eu vejo sempre o Emídio (de Souza), prefeito (de Osasco), contar vantagem de empresas que ele está levando. É por causa do Rodoanel. O Rodoanel facilita isso tremendamente.

Bem, nós temos aqui também, eu quero mencionar… com Diadema estamos chegando no limite… no limite, quero dizer, favorável de uma… de desatar o nó do saneamento, criando uma sociedade de propósito específico do Estado e Diadema, sócios no equacionamento do problema do saneamento. Olha, isso pode parecer uma abstração para muitos dos que aqui estão, mas é um nó que nós estamos desatando daquele tamanho, e eu queria aqui agradecer tanto a equipe do Governo do Estado, a secretária Dilma (Pena, de Energia e Saneamento), o Gesner (Oliveira), que é o presidente da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), quanto ao prefeito (de Diadema, Mário) Reali por essa gestão. Ele vai mandar um projeto de lei (para a Câmara Municipal) agora no começo no ano, não é? E nós vamos poder aprovar e desatar o nó que envolve basicamente dívidas e envolve inércia nas obras, por causa das dívidas e da situação da empresa do Município, que não aguenta resolver tudo. Então, o Estado vai entrar como sócio nisso e estamos fazendo um equacionamento. Eu acho que é uma coisa para se comemorar. O (deputado estadual) Orlando Morando me dizia também que ontem a SABESP anunciou 500 milhões de reais de investimentos no sistema de saneamento.

Mas eu quero também só dizer de passagem que estamos firmes no projeto da FATEC (Faculdade de Tecnologia) no ano que vem. Diadema já tem uma ETEC (Escola Técnica) que foi entregue na minha gestão, em 2007. Santo André tem uma FATEC, que foi entregue também na minha gestão, uma Faculdade de Tecnologia. Mauá tem uma FATEC. As de Santo André e Mauá serão ampliadas. E nós teremos uma faculdade aqui em Diadema, junto com uma Escola Técnica. Isso é para preparar o progresso, para preparar o futuro. A riqueza de um País está nos seus recursos humanos, na qualificação que eles têm. Gente preparada. E a gente está fazendo isso em São Paulo como nunca.

Não é que os Governos anteriores não fizeram. Quando o (ex-governador Geraldo) Alckmin entrou no Governo, (o Estado) tinha 9 FATECs, e ele deixou 26. Mas aí nós estamos fazendo 26 mais, ou seja, levando para 52. Como diria um político – não é o Lula não – um outro político paulista: “Tudo o que se fez, do descobrimento até agora, nós fizemos em 4 anos o equivalente”. E. São Caetano… como São Caetano é o primo rico, a gente tende, às vezes, a não falar de São Caetano. Mas, na verdade, São Caetano é o Município mais desenvolvido do Brasil. O sonho de qualquer homem público é ser prefeito de São Caetano. Não tem rua para calçar, não tem saneamento para fazer, pode dar bolsa para universidade… Tem enchente, mas também não dá para ser perfeito – e não teve neste ano.

Agora, bem, eu queria pedir ajuda dos prefeitos, do Luiz Marinho e do Mário… eu sei que eles não têm má vontade… para a instalação da Fundação CASA, que nós precisamos fazer em Diadema, em São Bernardo e em Santo André. Esse negócio da Fundação CASA é muito sério. Fundação CASA é a ex-Febem. Eu não quero ficar contando vantagem – porque de repente dá azar – mas vocês sabem que diminuíram muito os conflitos no âmbito da Febem. Por quê? Porque nós temos um novo modelo de pequenas unidades, que são unidades em que cabem mais de 50 jovens. Com isso, eles ficam perto das famílias, não vão para outro lugar.

A maioria das cidades grandes tem superávit nessa matéria, tem garotada deles noutro lugar. Sobrecarrega outro lugar e fica longe da família. Além do que, na unidade menor, o atendimento melhora de qualidade para a recuperação. Então, isso está andando… Eu acho, eu não tenho certeza, mais de 50% já está assim. Então, nós precisamos concluir esses novos edifícios aqui na região do ABC. Ninguém vai receber adolescente transgressor de fora, mas é dos seus lugares mesmo, porque aí a recuperação é muito mais fácil e a convivência é muito mais fácil, do Poder Público com eles, em unidades menores.

Mas enfim, haveria muitas coisas para falar, eu não vou me alongar, mas queria agradecer aqui a cooperação das Prefeituras. Vamos embarcar em um novo projeto importante na área de saneamento em Diadema, na melhora desse corredor, no metrô leve, que inicialmente pega São Bernardo e São Caetano. E temos também uma parceria importante com os deputados, na Assembléia Legislativa, que tem nos ajudado. Tem aprovado leis, modificando para melhor. Todos os projetos críticos importantes do Governo, a gente tem conseguido aprovar com a cooperação dos deputados.

Bem, muito obrigado a vocês, de coração. Contem conosco, contem comigo pessoalmente, para trabalhar pelo ABC. Eu nasci na Mooca e vivi lá até os 15 anos. Mas depois eu mudei para o Ipiranga, muito perto daqui. Meus pais moraram até relativamente poucos anos no bairro do Ipiranga, e sempre fui muito próximo aqui à região, muito próximo a esses municípios todos que eu conheci, frequentei como criança, adolescente e como agitador também, estudantil. Porque eu não comecei a ser agitador agora não, nessa fase da vida. Eu sempre fui agitador, e aqui no ABC aprontamos muita, muita coisa no passado. Mas é uma região que tem o nosso interesse pelo papel que ela desempenha em São Paulo e no Brasil – e que tem o nosso afeto pelos nossos vínculos de vida.

Muito obrigado. Aproveito para desejar um bom Natal e um Feliz Ano para todos vocês.