Serra discursa na posse de Dom Fernando Antônio Figueiredo na Academia Paulista de Letras

Governador José Serra: Eu queria dar meu boa noite a todos e a todas. Cumprimentar o nosso cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer; nosso desembargador José Renato Marinho, […]

qua, 27/05/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Eu queria dar meu boa noite a todos e a todas. Cumprimentar o nosso cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer; nosso desembargador José Renato Marinho, presidente da Academia Paulista de Letras; Dom Fernando Antônio Figueiredo, bispo da Diocese de Santo Amaro, que hoje toma posse na Academia Paulista de Letras. Queria saudar também os parlamentares presentes através do deputado federal José Carlos Stangarlini, que recém assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados. Queria cumprimentar Dona Lurdinha, irmã do Dom Fernando, e, em nome dela, cumprimento todos os familiares aqui presentes. Queria saudar a nossa principal autoridade legislativa do Estado, o presidente da Assembléia, deputado Barros Munhoz.

Cumprimentar também o desembargador Munhoz Soares, vice-presidente do Tribunal de Justiça, que representa, esta noite, o seu presidente. Saudar o nosso querido prefeito da capital, Gilberto Kassab, cumprimentar também o padre Marcelo Rossi, como se fosse necessário, porque ele foi o mais aplaudido aqui. Queria também fazer um cumprimento muito especial aqui ao nosso secretário de Estado de Desenvolvimento e ex-governador, meu amigo, Geraldo Alckmin e a sua esposa, Lu Alckmin. Cumprimentar o vereador Gabriel Chalita e, através deles, todos os integrantes, acadêmicos, integrantes da Academia Paulista de Letras. Saúdo também os secretários municipais, Andrea Matarazzo, na Coordenação das Subprefeituras, e o Alexandre de Moraes, Transportes e Serviços. E queria cumprimentar o subprefeito de Santo Amaro, coronel Manoel Araújo, e através dele todos os subprefeitos presentes. Quero, por último, saudar a todos e a todas que aqui estão, representantes eclesiásticos, religiosos, religiosas, senhoras e senhores.

Para mim, hoje é um dia muito especial, (em que venho) participar dessa sessão solene na qual Dom Fernando toma posse. A cadeira número 36 da Academia Paulista de Letras tem como patrono nada mais, nada menos do que Euclides da Cunha. Portanto, é uma cadeira que tem peso, cuja última ocupante foi Esther de Figueiredo Ferraz, uma mulher que dedicou integralmente a sua vida à Educação e ao Direito.

Em relação a Dom Fernando, nós não apenas compartilhamos a mesma fé mas, também, ambos estudamos Economia, visto que ele ingressou (nessa escola) na sua juventude. Eu, na verdade, ingressei em Engenharia e terminei, no exílio, estudando Economia. Eu garanto que aqui poucos sabem que ele estudou Economia inicialmente, mas, com toda razão, ele preferiu acreditar mais nos milagres de Deus do que nos milagres econômicos. Daí porque veio a ser sacerdote, aos 28 anos de idade. Eu quero dizer que, apesar de economista, eu não acredito em milagres econômicos…

Bem, a partir de então, Dom Fernando se aprofundou no estudo da Filosofia e da Teologia. Ocupou-se também, não é pouca coisa e é muito sério, pondo-se também “a serviço do Evangelho” – ordenamento inspirado em Santo Agostinho que hoje é lema do seu episcopado. Na condição do presidente de honra da Academia Paulista de Letras, como governador, ressalto que é motivo de muita satisfação, como é para os paulistas e para os brasileiros de São Paulo, que Dom Fernando ocupe uma de suas cadeiras. Legitimamente eleito para esta Academia, tendo a quase totalidade dos acadêmicos, eu creio que Dom Fernando conquistaria nova vitória caso a eleição fosse feita por voto direto, tendo como eleitores os cidadãos e as cidadãs de São Paulo. É o que podemos concluir, inclusive, pela presença maciça de tanta gente.

Aqui e lá fora, ele tem a condição de um intelectual sério, um intelectual consistente. Soma a essas condições seu caráter fraterno, solidário e jovial. E fala diretamente ao coração das pessoas. Os seus pensamentos são sempre de fé, as suas palavras são sempre de esperança, sua atuação é sempre a da caridade. Quero dizer que Dom Fernando visitou a minha mãe quando ela estava em muito más condições de saúde, a pedido de minhas tias, sem saber que ela era a minha mãe. Visitou uma pessoa à qual a família pediu que ele fosse dar assistência nos seus últimos meses de vida. Esta é, portanto, também uma homenagem minha.

O seu ingresso nesta instituição é uma demonstração do espírito aberto e respeitoso da casa, relativamente à diversidade de crença, pontos de vista e opinião. Em todas as entrevistas que eu dei, eu sublinhei essa questão da pluralidade que caracteriza a nossa Academia e a essência da sua existência. Portanto, a Academia, hoje, se enobrece pela qualidade de quem ela homenageia ao convidar para integrar seus quadros. Na Academia, o que importa são a qualidade do pensamento, a excelência da sua manifestação e a ética dos seus integrantes. Eu quero lembrar também que Dom Fernando é o sexto membro de uma verdadeira linhagem de sacerdotes católicos. Como especialista em Teologia, Dom Fernando já sabe tudo sobre a eternidade. Mas, a partir de agora, na condição de membro da Academia Paulista de Letras, ele passará, também, a conhecer tudo sobre a imortalidade, pois os acadêmicos são imortais: esses homens e mulheres que se dedicaram e continuam a se dedicar ao aprimoramento da própria imortalidade da cultura brasileira. A Dom Fernando, os nossos parabéns. À Academia, os nossos parabéns também pela escolha. E a todos, muito obrigado!