Serra discursa na inauguração do 16º Poupatempo do Estado

Unidade é a segunda instalada no Vale do Paraíba

ter, 12/01/2010 - 15h37 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas – e agradecer pela acolhida calorosa, literalmente, porque está um calor aqui. Deve estar uns 35º, não é? Mas desta vez é democrático porque antigamente – e o (ex-governador) Mário Covas sempre ironizava isso – as autoridades ficavam na sombra e o pessoal assistindo no sol. Ainda tem gente no sol, mas a grande maioria está aqui dentro e tem lugar lá para trás.

Eu queria cumprimentar o prefeito (de Taubaté), Roberto Peixoto; o vereador Henrique Nunes, presidente da Câmara Municipal (de Taubaté); o nosso secretário de Gestão Pública, que é deputado estadual, o Sidney Beraldo; o coronel da Polícia Militar (Luiz Massao) Kita, que é o secretário-chefe da Casa Militar – que cuida da Defesa Civil no Estado e que tem feito um trabalho tão intenso, importante e bem feito nestas últimas semanas de calamidades naturais.  

Queria também saudar o deputado José Aníbal, deputado federal, líder do PSDB na Câmara Federal, que aqui nos falou; os deputados estaduais – o Padre Afonso Lobato, que nos falou, cujas palavras, como as do José Aníbal, eu agradeço, o deputado Said Murad, deputado Hélio Nishimoto e o deputado Ricardo Montoro, que é secretário de Participação e Parceria na cidade de São Paulo, mas é um deputado estadual, filho do nosso saudosíssimo governador (Franco) Montoro, com quem eu trabalhei tantos anos, e marido também de uma mulher daqui de Taubaté. Esperava que ela fosse estar aqui, mas veio o Ricardo em vez dela.  

Queria também saudar os prefeitos de Bananal, Redenção da Serra, São José dos Campos, Cunha, Natividade da Serra, Monteiro Lobato, Lagoinha, Tremembé, Roseira, Mogi das Cruzes, Piquete – o Otacílio (Rodrigues da Silva), que também é presidente do CODIVAP (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba). O João Shibata, que é diretor-presidente do Shibata Supermercados, que cedeu este local gratuitamente para a instalação do Poupatempo. E aí é uma comunhão de interesses. Nós, de fazermos o Poupatempo, e não gastar nada com o aluguel – e o Shibata quer atrair gente para cá. Nesse sentido, o Shibata, que é de Mogi (das Cruzes), não é daqui, se revela um empresário com espírito público e também que sabe atrair a sua clientela para a sua área comercial.

Queria cumprimentar também a administradora do Poupatempo que hoje inauguramos, a Edilene Barbosa, os vice-prefeitos, secretários municipais, vereadores, servidores e usuários do Poupatempo de Taubaté que nós inauguramos.

Este Poupatempo… O (secretário Sidney) Beraldo já deu as informações básicas, mas alguma coisa eu vou repetir… Este Poupatempo vai atender em torno de 2 mil pessoas por dia. São praticamente 60 mil por mês. Na verdade, por dia é mais, porque ele vai abrir até sábado ao meio dia, e ele abre na segunda-feira – fica um dia e meio fechado. É um Poupatempo que incorpora todas as inovações que a gente vem fazendo. Por exemplo: o pagamento… não precisa ir mais ao guichê. Em alguns serviços paga diretamente com o cartão de crédito. Ele já tem dentro o Acessa São Paulo, que é uma lan house do Governo, gratuita, para o pessoal usar o computador, inclusive com monitores.

É também um Poupatempo que vai manter a rapidez, evidentemente, dos Poupatempos anteriores, com os dados que eu costumo dar:

·         RG (Carteira de Identidade) – de 15 a 30 dias, pelas vias normais. Pelo Poupatempo, 24 horas a primeira via, quatro horas a segunda via;

·         Carteira de Trabalho – 10 dias no esquema tradicional. Agora (no Poupatempo) meia hora;

·         Atestado de Antecedentes – 10 dias (no esquema tradicional). Agora, meia hora;

·         Seguro Desemprego – 10 dias, 12 dias. E agora meia hora.

Portanto, o Poupatempo poupa mesmo o tempo das pessoas. Poupa de verdade. Para o trabalho ou para o lazer, que também é uma atividade, entre aspas, bastante importante. 

E, há outras inovações. Entre elas, uma que permite controlar a satisfação com o serviço – on line, praticamente com funcionamento do próprio esquema da própria entidade, da própria instituição, coisa que nos interessa muito. Aliás, um levantamento que a gente faz permanentemente em São Paulo mostra o altíssimo grau de satisfação (proporcionado pelo Poupatempo). É um serviço de primeira classe – e é um serviço regional. Esse Poupatempo não é só para Taubaté. Ele vai aliviar o Poupatempo de São José (dos Campos) e vai atender uma parte da região do Vale (do Paraíba). Futuramente, nós teremos também um Poupatempo em Caraguá (Caraguatatuba), para que as pessoas que estejam no Litoral Norte não precisem subir a Serra (do Mar) para tirar um documento. A região vai estar muito bem atendida.

Há um outro serviço de primeira classe que nós vamos instalar aqui, que é o Ambulatório Médico de Especialidades, o AME. Nós fazemos os AMEs… a instalação em cooperação com as Prefeituras, a manutenção é nossa. E devo dizer que, em geral, manter um ambulatório médico custa, por ano, o dobro do que custa instalar, do que custa construir, do que custa botar equipamentos, etc. Isso dá uma ideia de como é que é a saúde. Saúde… a gente constrói um hospital, gasta com o hospital o dobro daquilo que custou a construção, o equivalente quando a gente bota os equipamentos. Mas este… o prefeito (de Taubaté) me dava a noticia de que finalmente tem agora o Projeto Executivo, que é indispensável para a construção. Sem Projeto Executivo não dá para fazer. E aí nós vamos, imediatamente, partir para os procedimentos de construção. Já tem um AME em São José (dos Campos) e vai ter outro em Taubaté.

Uma outra iniciativa de primeira classe, porque os AMEs… Quem tem sabe disso. É o serviço… Cadê o (Eduardo) Cury, nosso prefeito de São José? O Cury pode dar o testemunho sobre a categoria dos serviços do AME…

Eduardo Cury, prefeito de São José dos Campos: É melhor do que clínica particular. As pessoas confundem, e as vezes acham que estão entrando em uma clínica particular.

Governador José Serra: Ambulatório significa dezenas de especialidades médicas, rompendo um ponto de estrangulamento importante na oferta dos serviços de saúde. Aqui em São Paulo, pelo menos, era o mais importante: demora nas consultas, demora para exame médico. Em geral um AME médio atende 15, 20 mil pessoas por mês e faz mais de 40 mil exames de imagem e laboratoriais. Portanto, Taubaté também vai ter o seu.

E tem uma terceira coisa que nós estamos trabalhando, que é a instalação aqui de uma unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, que é uma iniciativa da Secretaria especial (dos Direitos da Pessoa com Deficiência) que nós temos. É uma rede para reabilitação. Em São Paulo, 10% da população tem problemas de deficiência física, que dificultam a mobilidade de alguma maneira. E nós estamos fazendo um enfrentamento massivo desta questão. Eu comecei na Prefeitura de São Paulo com acessibilidade, que é um ingrediente básico – mas tem que ter também a reabilitação, a ação de reabilitação. Já temos uma unidade da Rede Lucy Montoro em São Paulo. Vamos ter outra em São Paulo e depois vamos ter outra em São José, outra em Taubaté, em Campinas, em Marília, em muitos lugares no interior do Estado. É uma coisa que vai representar o antes e o depois em matéria de atendimento de pessoas que têm muita capacidade para exercer a sua cidadania, mas que às vezes não conseguem por um problema de mobilidade. Então, temos que dar não apenas acessibilidade, como temos que dar também reabilitação mesmo, de verdade. Em Taubaté vai ter uma unidade que vai ser em frente ao Hospital Regional, feita em parceria com a Unital. É a Universidade de Taubaté, que vai ser nossa parceira nesse tipo de ação.

Mas uma outra coisa que eu queria mencionar aqui, que para mim é o mais importante de hoje, por incrível que pareça – e que não se vê… A gente vai vir aqui na inauguração, etc, mas eu sei que vai ficar meio ignorado, que é a maior obra do interior do Estado em saneamento: a instalação do sistema de esgotamento sanitário de Taubaté e Tremembé. O esgoto aqui, o tratamento é próximo a zero – e vai chegar a 100%. Isso vai mudar a história do Município de Taubaté, as condições de saúde. Foram 100 milhões de reais, 100 milhões de reais – e essa obra está para ser inaugurada em fevereiro. 

Portanto, como vocês podem ver, estamos trabalhando, trabalhando bastante. Tivemos – eu quero aqui fazer um reconhecimento público – sempre o apoio muito importante da Assembléia Legislativa (do Estado de São Paulo), que acolheu os principais projetos que permitem ao Governo fazer o que está fazendo. Muitas vezes modificando, mas para melhor, pelo menos 90% das vezes para melhor. Mas é um trabalho que revela espírito público da nossa Casa Legislativa. E eu quero aqui agradecer publicamente aos deputados estaduais que representam a Assembléia, que são: o deputado Said Murad; o deputado (Padre Afonso) Lobato, o deputado (Hélio) Nishimoto; e o deputado, embora licenciado, Ricardo Montoro.

Nós dependemos muito, em tudo aquilo que fizemos e que vamos fazer, do apoio que eles nos tem dado. E eu quero aqui fazer o reconhecimento público. São eles batalhadores para o conjunto do Estado de São Paulo – e muito batalhadores, bastante batalhadores pela região do Vale do Paraíba, que para nós é um orgulho em São Paulo. Porque é uma região de vanguarda em matéria de progresso econômico, de tecnologia, de formação de recursos humanos. Não é por menos que a gente fez tantas ETECs (Escolas Técnicas), uma FATEC (Faculdade de Tecnologia)… Tem outra FATEC programada aqui para Taubaté, Faculdade de Tecnologia, Escolas Técnicas, Parque Tecnológico na área de São José, em parceria com a Prefeitura, o Estado e as empresas privadas. Enfim, muita coisa.
Outro dia mesmo inauguramos uma expansão da unidade da Ford aqui no Município de Taubaté, que se fez, em grande medida, com incentivos que o Governo do Estado tem dado a esse setor – e a muitos outros setores. E nós, outro dia, não só renovamos como ampliamos os setores que merecem incentivos. Hoje são 93 mil empresas beneficiadas por esses incentivos, basicamente visando a modernização da produção, a competitividade e os investimentos. Porque, para a economia crescer – a brasileira e a de São Paulo – precisa investir, e às vezes o pessoal esquece isso. E nós estamos dando incentivo ao aumento da capacidade instalada. O Vale do Paraíba entra nessa jogada de maneira muito competente, muito cooperativa com o Estado e com o Brasil.  

Por último, quero dizer que estamos trabalhando bastante em relação à questão das enchentes. Outro dia mesmo eu fiz reunião em uma região que é vizinha, lá em Bragança, com os prefeitos da área da Cantareira. Porque lá tem muitas barragens, e as barragens estão cheinhas. Elas seguraram até agora as enchentes, mas vai lotando até em cima, e a barragem não pode transbordar, porque se ela transbordar, ela pode se fraturar, vocês imaginem o que isso seria. Mas nós temos que ter um controle estrito disso e próximo das Prefeituras. Desde outubro a gente está trabalhando, e desde agosto a gente manda os boletins avisando – que são, além do mais, publicados praticamente diariamente, toda vez que há um registro de dados, inclusive da internet e nas publicações das bacias hidrográficas de São Paulo.

Particularmente em Cunha e São Luiz do Paraitinga nós atuamos com rapidez. Em Cunha passamos ou anunciamos para a Prefeitura recursos de 400, 450 mil reais, e a ação também direta da CODASP, da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo, que cuida de estradas rurais, mediante a oferta de máquinas, equipamentos e tudo aquilo que for necessário. E, em São Luiz, em todo o processo que vocês têm acompanhado. Por sorte, o índice de destruição de moradias é muito menor do que aquele que se calculava inicialmente. Hoje está em menos de 10% daquelas que já foram limpas e examinadas, inclusive por técnicos do Estado, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que estão trabalhando nisso, e da Secretaria do Meio-Ambiente também. Portanto, estamos dando uma ajuda estreita, próxima, e esperamos poder promover a recuperação do centro histórico, inclusive a reconstrução da catedral como era. 

Naturalmente não vai poder ser mais de taipa. Eu ia até dizer para o João Sayd (secretário de Cultura do Estado) outro dia: “Patrimonialistas… está ótimo, os órgãos do patrimônio etc. e tal. Agora, a igreja foi totalmente para o chão, não tem o que restaurar. A gente restaura alguma coisa que está… não inteira e tal… faz-se uma restaurada. Agora, quando foi tudo para o chão, não é mais restauração, é refazer a igreja, inclusive aproveitando materiais antigos.” Nós temos arquitetos que, eu tenho certeza, vão fazer uma obra bonita. Agora, ela vai ter que ser refeita, porque, por exemplo, o Templo de Jerusalém foi feito pelo menos 3 vezes. Se o pessoal tivesse naquela época entidades de patrimônio histórico, provavelmente não sairia do primeiro, de quando, se não me engano, os assírios destruíram pela primeira vez. 
Portanto a gente vai ter que ter flexibilidade nisso, para poder fazer uma rápida reconstrução do centro histórico. E é impressionante também o apoio que a sociedade tem dado, a ponto de que as coisas que chegam já não cabem mais em São Luiz, já têm de ficar à distância. E o trabalho é tão acelerado que estava tendo reclamação dos moradores por causa do trânsito dentro de São Luiz. Por quê? Por causa dos caminhões. Que caminhões? Nossos caminhões públicos, que estão recolhendo toda a sujeira acumulada. Isso é um sinônimo de que se está trabalhando com muita rapidez. Agora… vamos continuar alertas, as diferentes Prefeituras identificando as áreas de risco, as áreas potencialmente inundáveis. E tomando providência nos casos de risco maior – porque é melhor exagerar na prevenção do que ter que correr atrás de um prejuízo muito grande.

Mas, enfim, eram essas as questões que eu queria dizer aqui, agradecendo a todos e a todas pela presença, desejando muito boa sorte à diretora e aos funcionários aqui do Poupatempo que mantém – eu tenho certeza que vai acontecer isso – o padrão de primeira classe no serviço público. É o que a população de São Paulo necessita e a gente tem batalhado muito para isso.

Muito obrigado!