Serra discursa na inauguração da nova ala do Hospital do Rim e Hipertensão

Governador José Serra: Quero dizer que no ano passado, eu creio, nós fizemos um concurso com base em pesquisa, junto aos usuários de todo o sistema hospitalar de São Paulo […]

qui, 04/02/2010 - 18h30 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Quero dizer que no ano passado, eu creio, nós fizemos um concurso com base em pesquisa, junto aos usuários de todo o sistema hospitalar de São Paulo – quase hospital por hospital ligado ao SUS (Sistema Único de Saúde) – e o Hospital do Rim chegou em primeiro lugar. O melhor hospital do Estado do ponto de vista do usuário. Ganhou o prêmio.

Bem, nós estamos em um lugar que faz 30% dos transplantes de rim no Brasil, em um Estado que faz 60%, mais ou menos. Portanto, o Instituto do Rim faz metade dos transplantes feitos aqui em São Paulo, que por sua vez faz 60% do Brasil. Algo próximo a 50% de todos os tipos de transplantes são feitos no nosso Estado. Este, aliás, é um salto, eu vi no gráfico do Hospital do Rim… Na verdade, o grande salto do rim, dos transplantes, foi na minha gestão no Ministério da Saúde. Foi de (19)98 a 2002, que mais ou menos triplicou a altura daquelas coluninhas que configuram o gráfico.

Nós realmente demos um impulso muito grande aos transplantes, inclusive, transplantes captados de pessoas falecidas, que na época era uma coisa meio deixada de lado. Eu me lembro que nós regulamentamos inclusive o pagamento para a captação de órgãos – foi fundamental. Não é pagamento para o doador, mas para o hospital pequeno, onde a pessoa eventualmente falece, que é o estimulo para poder captar o órgão. E estas cirurgias de transplante de doadores falecidos têm crescido muito aqui no Estado de São Paulo. Basta dizer que foram 700, mais ou menos, em 2008, e 1.035 em 2009 – um aumento de quase 50%. Isso mostra o nosso avanço nessa área.

E o Estado agora aportou cerca de 3 milhões de reais para reforma física da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), aquisição de novos equipamentos como respiradores, monitores, equipamentos de fisioterapia, construção de nova ala de enfermaria do hospital, com 28 leitos – eleva o total de leitos para 142 – e mais equipamentos, tomografia computadorizada, litotripsia extracorpórea (fragmentação de cálculos renais por ondas de choque, sem anestesia ou internamento), aparelho de hemodiálise e equipamentos cirúrgicos. Portanto, estamos dando um apoio grande aqui ao desenvolvimento desse hospital, que é um orgulho para todos nós.

Só no ano passado o Hospital do Rim fez 867 transplantes, inclusive 6 transplantes que são muito complicados, de pâncreas, e 25 combinados de pâncreas e rins. Isso realmente mostra a sua capacidade, inclusive cientifica. De fato, o Hospital do Rim é o centro que mais faz transplantes renais no mundo, em adultos e crianças. Nós estamos numa instituição como essa. Além disso, é a que mais capacita profissionais para as áreas de transplantes em todo o Brasil. Só um único último dado: o Hospital do Rim e o Hospital São Paulo, no seu total, são os responsáveis pela captação de órgãos para transplantes em uma região de 7 milhões de habitantes, região sul da Grande São Paulo, Santos e Baixada Santista, correspondendo a 110 hospitais. Essa é a infraestrutura que nós montamos na época do Ministério (da Saúde), inclusive com divisão regional da coordenação e das responsabilidades.

Bem, mas nós hoje estamos aqui também para uma outra coisa, que é relacionada com a área de Oftalmologia da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), o Centro Cirúrgico da UNIFESP. Quero dizer que foi um dos berços das campanhas de mutirão de catarata, que nós fizemos no Brasil. Foi aqui um dos 2 berços fundamentais, sempre com muita proximidade, com muita parceria. Outro dia inauguramos (em São Paulo) um parque com o nome do (sertanista) Orlando Villas-Bôas, e eu me lembrei que conhecia aqui, combinando, articulando os mutirões para serem feitos no Alto Xingu, com o pessoal profissional aqui do hospital. E esse Centro de Oftalmologia hoje faz 140 mil atendimentos por ano, 7 mil cirurgias, 550 mil exames oftalmológicos, 275 transplantes de córneas e 15 mil atendimentos de catarata e olho diabético.

É impressionante a feminilização da Medicina, em geral, e da Oftalmologia.  Sem querer fazer demagogia, as mulheres são atraídas por esse tipo de atendimento, que é um atendimento muito delicado e que exige um trato com o paciente, que envolve muita sensibilidade. Eu não estou dizendo que os homens não têm…  mas, indiscutivelmente, é uma coisa apropriada às mulheres. E nós também aqui investimos cerca de 2,2 milhões de reais no Centro, principalmente para cirurgia de catarata e retina. E aqui eles têm o Instituto da Visão, que é uma entidade filantrópica ligada ao departamento que melhora muito a flexibilidade da gestão da administração do sistema.

Portanto, de fato eu vim aqui reencontrar amigos e parceiros. Este é um dos apoios que fizemos agora. A gente vem apoiando há muitos anos, mesmo quando eu não era governador, desde o Governo (Mário) Covas – e fiz também isso no Ministério da Saúde. Na verdade, a gente não fez mais do que a obrigação, porque aqui é um investimento que rende na área da Saúde. Bota dinheiro, funciona. Ajuda a melhorar a situação de muita gente, tanto na área do rim quanto na área dos problemas renais, quanto nos problemas de visão. Isto é o mais importante de tudo.
Vocês são um orgulho para nós do Governo do Estado, para nós do Município – para a Capital, através do seu prefeito (Gilberto Kassab) – e para todo o Brasil.

Muito obrigado!