Serra discursa na abertura oficial da Operação Verão 2010

Governador fala do início da Operação Verão e dos investimentos realizados na região da Baixada Santista e no Litoral Norte

qui, 24/12/2009 - 21h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Esse convênio que nós assinamos é com todos os Municípios. Foi apenas simbolicamente aqui assinado o de Santos, mas é com todos.

A Operação Verão é uma operação localizada no tempo, mas a cada ano a gente está fazendo melhor. Por quê? Porque está tendo investimentos que não são investimentos de curto prazo. A Baixada (Santista) e o Litoral Norte recebem hoje o maior investimento em saneamento do Brasil – que significa água e esgoto. Tem o Onda Limpa, tem o Onda Limpa 2, no Litoral Norte, e vários outros investimentos.

Às vezes alguém me diz: “O pessoal de Santos pensa que o programa Onda Limpa é para beneficiar só turista”. Bom, se fosse só assim não era mal. Nós temos aqui 1,6 milhão de pessoas normalmente. No verão vai para 3,8 milhões. É muita gente a mais – 2,2 milhões de pessoas a mais nesse período de verão. É uma coisa incrível que a região consiga absorver isso. Nós estamos ajudando, mas a capacidade mesmo aqui é das pessoas, da Prefeitura, da capacidade empresarial… Enfim, é de toda a comunidade da Baixada.

Mas, na verdade, esse programa de saneamento vai beneficiar o meio ambiente de toda a região. Ele vai diminuir a mortalidade infantil, que ainda é alta – não para a média brasileira, mas para a média do Estado – porque falta saneamento. E isso está sendo resolvido, além do que nós vamos ter a praia limpa, que é o lazer para quem mora aqui o ano inteiro, e para turista também vir aqui e deixar empregos e movimentar a economia, o que é muito importante. A Poliana me disse que nada aqui mesmo. Então ela vai poder nadar em uma água mais limpa ainda. É uma coisa que na verdade tem a ver com toda a população, esse tipo de investimento.

Mas a gente tem investido muito na área da saúde, na área de estradas. Aqui coincidentemente não estão o prefeito de São Vicente e a prefeita de Cubatão, mas nós concluímos e já liberamos a terceira faixa da rodovia Padre Manuel da Nóbrega, do km 275 ao 292, lá em São Vicente, e a liberação da alça do viaduto Cecílio Rego Almeida, da rodovia Cônego Domênico Rangoni, que liga o viaduto à avenida Plinio de Queiróz.

Portanto, continuamos trabalhando nessa questão viária também. O Rodoanel (Mário Covas) vai ter um impacto imenso. Se as chuvas deixarem, a gente inaugura no final de março. Eu acho que a região mais beneficiada vai ser a Baixada Santista, pelo acesso. Você imagina a facilidade de acesso, até para o turista, não é? Quem mora, como eu, no Alto do Pinheiros (em São Paulo), vai poder rapidamente se desvencilhar da saída, porque hoje é feito tudo pela avenida dos Bandeirantes. Vem um caminhão de Piracicaba, de Limeira, de Rio Preto, passa pela avenida do Bandeirantes. Vem um caminhão do Rio de Janeiro, que vá a Santos, passa pela avenida dos Bandeirantes. Isso vai desaparecer – quer dizer: nós vamos ter tudo intercomunicado, uma obra de 4,5 bilhões de reais. Que agora vai exigir mais investimentos federais no Porto (de Santos). Porque o Porto tem um potencial de expansão e de aperfeiçoamento muito grandes, se tiver investimentos adequados – o que infelizmente tem sido feito de forma lenta.

Nós precisamos ter mais e mais de pressa na área portuária. Aliás, nós precisamos preparar essa região toda. É uma preocupação enorme que eu tenho para a era do petróleo, do pré-sal . Vai demorar ainda, não é uma coisa para amanhã ou depois, tem 10 anos na frente, pelo menos. Mas este pode ser um fator bom ou um fator ruim. Se a gente não preparar toda a região, pode ser um fator de degradação ambiental, de desorganização urbana, de desorganização de moradias… em vez de melhorar, piorar e tudo mais, o trânsito. Então, a gente tem que estar de olho nisso – nós estamos de olho desde hoje. Saneamento é uma demonstração disso. A ponte Santos-Guarujá é outra demonstração disso também.

A imprensa está me perguntando bastante… Eu disse: olha, tem um ponto. É claro que é uma reivindicação secular aqui. Agora, quem levantou, como governador, o propósito de fazer a ligação seca fui eu, sabendo dos riscos. Que riscos? Que é uma solução complexa, que não sai de uma hora para outra e que aumentam as cobranças, é evidente. Nós íamos inicialmente fazer o túnel, a proposta era o túnel. Depois se revelou arriscado, em custos e em engenharia. Então veio a idéia da ponte, nós estamos trabalhando na idéia da ponte no projeto. Quando é que fica pronto o projeto? Final de fevereiro – a expectativa é de que fique pronto o projeto.

Agora, a gente conversa com o Município de Santos, conversa com o Guarujá, conversa com a Marinha, cada um tem, legitimamente, as suas preocupações e as suas sugestões. Também seria estranho se assim não fosse, porque… como é que a gente vai conhecer de fora todos os problemas existentes? Os prefeitos conhecem melhor. Quem opera aqui o litoral a Marinha, o porto, etc, também conhece. Então nós temos que fazer uma coisa bem feita. No meu Governo, graças a Deus, não há nenhum projeto que resultou em uma roubada, que resultou em fracasso – porque a gente tem tomado cuidado na definição da engenharia, na questão financeira e tudo mais. Portanto, esta ponte vai sair – e o importante é que a gente pegue o caminho que defina um rumo para adiante, da mesma maneira que para várias outras coisas, na área da Saúde, na área do Ensino Técnico e Tecnológico, que está capacitando a região, inclusive para depois poder receber muitos investimentos, sempre tendo em mente o problema do meio ambiente, que é crucial e que pode se deteriorar.

Já falaram também de novo – tinham desistido, mas voltaram – (sobre) a idéia do Porto de Peruíbe, um porto lá na região de Peruíbe. Vocês imaginam a pressão que isso vai trazer sob o sistema viário, de transportes e de moradia. Por isso, aliás, que a Secretaria de Meio Ambiente só vai licenciar projetos dessa natureza, projetos grandes, se os empresários providenciarem as moradias. Não vai ter mais esse negócio de instala indústria, traz gente de fora e aí vai armar barraco aqui, barraco acolá, porque não tem onde morar. Agora a empresa vai ter que providenciar a moradia. E aí tem que ter licenciamento, é uma moradia concentrada e tudo mais.

Vocês vejam o custo de uma ocupação desordenada pelo projeto de Cubatão, de remoção das famílias das áreas de risco da Serra do Mar, que se for somar tudo vai custar bilhão de reais – uma fortuna para corrigir uma distorção que vem já de décadas. Ou seja: ir atrás do prejuízo é custosíssimo, Muito melhor é a gente se antecipar. Governar é se antecipar aos acontecimentos, é não ir atrás, correndo atrás dos acontecimentos. Isso é o que a gente tem feito, também, porque temos parcerias. Temos parcerias com os nosso funcionários do Governo e das estatais, com os nossos prefeitos, com a Assembléia Legislativa… Todos os deputados que aqui estão têm sido nossos parceiros. A Assembléia aprova os projetos, mexe nos projetos, modifica, na maior parte das vezes para o bem – e trabalhamos juntos nisso, até porque estamos trabalhando para o interesse público, estamos trabalhando para a região, independentemente, inclusive, da coloração partidária de quem quer que seja.

O meu Governo não é um Governo para partido, ele é um Governo para os paulistas, é um Governo para a Baixada Santista e para as outras regiões do Estado – sem cor de camisa partidária. Bem… muito obrigado. Queria desejar um bom Natal a todos, uma boa entrada de ano – 2010 vai ser um ano tenso, porque é um ano eleitoral, mas vai ser um ano também agradável. Tenso e agradável podem se combinar perfeitamente.

Muito obrigado e um grande abraço!