Serra dá posse a Alckmin na Secretaria de Desenvolvimento

O governador José Serra deu posse nesta segunda-feira, 26, a Geraldo Alckmin como secretário de Desenvolvimento do Estado, cargo antes ocupado pelo vice-governador Alberto Goldman. Governador: Queria dar meu boa […]

ter, 27/01/2009 - 18h05 | Do Portal do Governo

O governador José Serra deu posse nesta segunda-feira, 26, a Geraldo Alckmin como secretário de Desenvolvimento do Estado, cargo antes ocupado pelo vice-governador Alberto Goldman.

Governador: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar muito especialmente meu querido amigo, nosso presidente Fernando Henrique Cardoso. É uma honra tê-lo, comparecer a uma posse e a uma transmissão de cargo de secretário.

Queria saudar o nosso presidente da Assembléia Legislativa, o Vaz de Lima, que conduziu, está terminando o seu mandato, quero dizer que ele fez uma condução do trabalho legislativo impecável. Aliás, todos os projetos importantes que o governo mandou para a Assembléia foram aprovados, com contribuições positivas da Assembléia. Nós devemos isso ao conjunto dos deputados, sem dúvida nenhuma, e muito especialmente ao presidente da Assembléia.

Queria saudar o vice-governador, Alberto Montoro Goldman. Não preciso explicar mais. Quem diria, hem? O nosso ex-governador e novo secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. Queria cumprimentá-lo junto com a Lu e os filhos, aqui presentes. Queria também aqui já dar o meu abraço e o meu beijo para a Deusa, para a Paula, para todos os filhos do casal.

Queria cumprimentar também os senadores aqui presentes: Romeu Tuma, o senador paranaense e corintiano. Não quero deixá-lo mal no Paraná, mas ele torce para um time de São Paulo. Não é a escolha perfeita, mas (…). Álvaro Dias.

Queria saudar os deputados federais da nossa bancada: o Emanuel, que foi, se eu não me engano, o mais votado na última eleição, do PSDB.  O Sílvio Torres, Duarte Nogueira, Édson Aparecido, Wanderlei Macris, William Woo, o Júlio Semeghini e o Antonio Carlos Pannunzio.

Os deputados estaduais Samuel Moreira, que é líder do PSDB na Assembléia. O Orlando Morando, a Célia Leão, Mendes Thame, Celino Cardoso, Bruno Covas, Roberto Morais, que é líder do PPS na Assembléia. Hem? O Arnaldo Faria de Sá, não sabia que ele tinha chegado, porque estivemos em Santos agora, não sei como ele fez, porque eu vim de helicóptero e ele, de carro. O Davi Zaia, Hélio Nishimoto, Barros Munhoz, cadê o Munhoz? Que é o líder do governo na Assembléia. Said Mourad e Jonas Donizette.

Queria saudar também – eu não estou vendo aqui – o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que tem sido um tremendo parceiro nosso. Quero dar aqui o meu testemunho público, no trabalho pelo desenvolvimento de São Paulo.

Os secretários de Estado: da Casa Militar, Coronel Kita. Da Agricultura, João Sampaio. Do Desenvolvimento Social, Rogério Amato. De Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif. Da Justiça, Luiz Antonio Marrey. Dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Battisttella. Da Educação, Maria Helena Guimarães. Do Meio Ambiente, o Xico Graziano, que finalmente eu vejo, depois de algumas semanas. Da Casa Civil, o Aloysio Nunes. E o Xico veio queimadinho ainda, olha o governador aqui, pálido, e ele queimadinho, cheio de saúde.

Voz: (Inaudível)

Governador: O Claury, de Esportes e Lazer, o nosso aliado, o nosso competente secretário de Esportes. De Relações Institucionais, José Henrique Reis Lobo. Da Saúde, Luiz Roberto Barradas. Da Gestão Pública, Sidney Beraldo.

Queria também saudar o nosso querido amigo e grande parceiro Gilberto Kassab, prefeito da cidade, e o seu time de secretários municipais aqui presentes. Os vereadores, dirigentes e militantes de partidos, dirigentes sindicais, os prefeitos tantos aqui presentes.

Bem, nós hoje contrariamos a aritmética, porque, sem aumentar o número de Secretarias, nós ampliamos a nossa equipe. O vice-governador Goldman deixa a Secretaria e vem para o meu lado.

Ele não disse aqui. Na verdade, quando eu disse a ele, falei do assunto, ele teve a reação, realmente, de um pai que criou, que em grande medida desenvolveu o trabalho. Mas também tem a preocupação com relação aos horários de trabalho, porque ele vai ficar trabalhando do meu lado e nós somos complementares em matéria de horário. Ou seja, quando um está acordado, o outro está dormindo. Quando um está dormindo, o outro está acordado. Por mais que as pessoas resistam, alguma contaminação os meus horários exercem sobre os outros.

Mas, de fato, nós ganhamos com isso. Ter o vice-governador ao meu lado, na sala de baixo, exatamente para, como ele colocou com muita propriedade, cuidar, agora, do cumprimento das metas de tantas coisas que nós começamos e apontar também as metas para o futuro. Um auxiliar, nesse sentido, de grande qualidade, imprescindível, com toda a experiência que tem, administrativa e experiência política.

Eu queria aqui, publicamente, agradecer, de maneira muito sincera, a colaboração e o trabalho que ele realizou à frente da Secretaria de Desenvolvimento.

E nós ganhamos outro quadro para o governo. Um quadro como talvez não tenha ninguém em São Paulo, com a imensa experiência acumulada das questões de governo. Grande parte do nosso trabalho do governo se deve precisamente à herança que nós recebemos do governo Alckmin.

Por exemplo, recebemos a Sabesp financeiramente em ordem. Sem isso, não poderíamos expandir os investimentos como estamos expandindo. Recebemos o Metrô financeiramente em ordem. Sem isso, não poderíamos tocar os planos de expansão que já vinham e os novos. No caso do ensino técnico e tecnológico, na gestão dele já houve um grande salto. Eu poderia aqui dar numerosos exemplos, mas, na verdade, em grande medida, o que o governo tem feito está apoiado nos governos anteriores, especialmente do Mário Covas e do Alckmin.

Hoje eu estive em Santos e lembrava que o contrato do programa Onda Limpa, que representa – no total, porque nós acrescentamos – R$ 1,5 bilhão de investimentos, em todo o litoral norte e da Baixada Santista, para coleta, tratamento de esgoto, limpeza das praias. É o maior investimento em saneamento do Brasil. Começou, na gestão do Covas, a concepção do programa.

A gente sabe como isso demora, além do mais, com financiamento japonês, que é barato, volumoso, mas sempre muito demorado porque os japoneses são muito prudentes, têm um esquema que toma bastante tempo. Prosseguiu no governo Alckmin, que fez as licitações, e a nós coube executar, coube começar a tocar para frente as obras.

Enfim, poderia dar aqui numerosos exemplos. Esta experiência toda vai ser muito importante numa Secretaria que, se fosse numa universidade, digamos, eu chamaria de multidisciplinar, porque passa por todas as outras Secretarias. Desenvolvimento tem a ver com praticamente tudo o que a gente faz à frente do Governo do Estado.

Além das suas tarefas específicas na área do ensino técnico, do ensino tecnológico. Eu acho, Geraldo, um grande desafio é a gente ampliar as metas, que já foram ambiciosas, dos alunos nas Etecs. E aqui, nós vamos ter uma tarefa a ser desenvolvida, muito próxima da Prefeitura, porque o que nós verificamos é que havia uma distribuição que contemplava menos a região, proporcionalmente à população da Grande São Paulo e da Capital, na distribuição das faculdades, da Fatecs e das Etecs.

Estamos corrigindo, não tirando de algum lugar, porque estamos ampliando em todas as partes, mas fazendo um aumento mais do que proporcional – aqui na Capital e na região da Grande São Paulo. E temos esse projeto, com o prefeito Kassab, de instalar as Etecs nos CEUs e noutros lugares. Vamos fazer isso conjuntamente, o que vai ser muito importante para a nossa juventude para a nossa cidade.

Eu quero lembrar que, de cada cinco alunos formados numa Etec – que tem nível médio, não substitui ensino médio, mas tem nível médio – quatro já têm emprego quando se formam. De cada dez alunos de Fatecs, nove já saem com empregos assegurados. E nós fazemos os cursos adaptados às necessidades, aos potenciais regionais de cada lugar. Com muita abertura para criatividade, muita discussão, muito debate com as comunidades locais do Interior e mesmo aqui da Capital.

Mas as responsabilidades da Secretaria vão além. Na área da pesquisa, na área da ciência e tecnologia, nós estamos fazendo uma verdadeira revolução no IPT. Estamos criando, ou melhor, instalando agora uma Agência de Desenvolvimento. Uma agência financeira, que vai se chamar Nossa Caixa Desenvolvimento que, na verdade, se baseia numa lei aprovada no governo Alckmin e quando o Beraldo era presidente da Assembléia, se eu não me engano. O que, portanto, permitiu que a gente começasse depressa. Ela tinha sido aprovada, não tinha sido implantada e nós vamos fazê-lo agora, a partir de abril. O secretário do Desenvolvimento será o presidente do Conselho de Administração desta agência de desenvolvimento, integrando a Secretaria da Fazenda e a Secretaria de Desenvolvimento neste verdadeiro banco de desenvolvimento.

Não será um banco de depósitos, não terá mais do que 50 funcionários. Serão 50 funcionários, apenas. É uma agência enxuta, que utilizará recursos próprios do governo e fará repasses de financiamentos do BNDES e de agências financeiras oficiais internacionais.

Nesta área, ainda, estamos dando impulso a questões como do etanol, com o qual fizemos já um trabalho inicial muito importante. Vamos criar um centro de excelência em matéria de pesquisa. Será o mais avançado do mundo, será feito aqui em São Paulo junto com a Fapesp, junto com as universidades, no âmbito da Secretaria.

Estamos também nos preparando, como disse o Goldman, para a onda do petróleo, do pré-sal. Demore o que demorar, São Paulo vai estar preparado para isso porque, se não houver uma exploração adequada, não houver um planejamento adequado, a prosperidade significará atraso em matéria ambiental, em matéria de destruição de meio ambiente, em matéria de moradias precárias. Enfim, em matéria de pobreza, que vem junto, sim, com os booms econômicos quando não há um planejamento adequado.

Há muita coisa, portanto, na Secretaria e muita inter-relação. Quero dizer ao Geraldo, ele já conhece a maior parte dos secretários, que temos uma equipe muito cooperativa. Um parceiro importantíssimo para a Secretaria é o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, cadê ele? O Mauro, que estava aqui, não vai ouvir, então, o que eu vou dizer, está lá fora. É um homem duro, do ponto de vista fiscal. Está aqui também o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal, que eu não tinha citado. Mas dizia, o Mauro Ricardo é um homem duro do ponto de vista fiscal, mas é pró-desenvolvimento, é incrível. Se parece com alguns outros, não é, mas é pró-desenvolvimento.

E o Alckmin tem uma experiência grande em matéria fiscal, de ICMS, guerra fiscal, tem uma experiência própria nesse sentido. Aí a necessidade de trabalho conjunto é total, de integração no dia-a-dia. Integração com a Secretaria do Meio Ambiente, porque hoje investimento está ligado ao meio ambiente, qualquer investimento tem que hoje ultrapassar as barreiras, sadias, eu diria, apesar dos exageros ambientais.

Tem parceria com o nosso secretário do Planejamento, o Luna, que está ausente, em descanso, mas que de alguma maneira coordena toda a área econômica do governo. A Secretaria de Planejamento tem um papel de coordenador decisivo para o nosso governo.

Enfim, uma cooperação com a Secretaria do Trabalho, tocada de maneira muito competente e criativa pelo Guilherme Afif Domingos.

Queria, aliás, dizer ao prefeito Kassab, ao Afif e ao Alckmin que provavelmente nós vamos ter que preparar programas de emprego de emergência, se a onda do desemprego tiver o volume que está parecendo ter. Nós vamos ter que preparar isso na cidade de São Paulo e na região da Grande São Paulo, que usualmente, habitualmente são as vítimas maiores das ondas de desemprego e de retração econômica. Essa é uma tarefa importante pela frente.

Nós já temos tido muitas iniciativas nesse sentido, entre elas um programa que o Guilherme Afif concebeu e tem dado muito certo: é o Emprega São Paulo,  um programa de aproximação de oferta e demanda de mão-de-obra. Nós vamos ter que pensar também numa mais direta, que já existe, mas ampliá-la no sentido de empregos diretamente em obras públicas, em investimentos que sejam de utilidade social. Nós vamos ter, inevitavelmente, que levar a cabo nos próximos meses.

Portanto, o ex-governador, nosso secretário, vai ter uma cooperação, uma parceria dentro do governo que é enorme. E ele tem o conhecimento do Estado de São Paulo imenso, local, do ponto de vista político, administrativo e regional. Portanto, terá muitas vantagens para poder desenvolver este nosso trabalho.

Quero dizer, por último, que para mim é uma honra ter o Alckmin como colaborador do nosso governo. É uma honra, realmente. Ele demonstrou um espírito público enorme, porque – convenhamos – alguém que foi cinco anos, seis anos governador de São Paulo, nosso candidato a presidente da República, com uma votação tão elevada, vir para trabalhar numa secretaria do governo é um gesto que revela humildade. Revela, acima de tudo, espírito público e vontade de colaborar, de cooperar com São Paulo.

Muito obrigado.