Serra assina convênio entre o Metrô de SP e a prefeitura de Salvador

Salvador, 10 de agosto de 2009

seg, 10/08/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Eu queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Dizer da minha alegria de vir aqui a esta espécie de canteiro (de obras) do futuro metrô de Salvador. Queria dar os meus parabéns ao prefeito (de Salvador, João Henrique Carneiro), pelo avanço que aconteceu aqui nesta área, e que está por acontecer, que está por se materializar. Cumprimento o prefeito e o professor Edvaldo Brito, que é o vice-prefeito de Salvador – é um paulista também, não é? Os deputados federais aqui presentes: Jutahy Junior, o ACM (Antonio Carlos Magalhães) Neto, o (José Carlos) Aleluia e o João Almeida. E também os deputados estaduais Arthur Maia e o Sérgio Passos. Queria saudar também aos secretários que me acompanham aqui, através da pessoa do (José Luiz) Portella, o nosso secretário de Transportes Metropolitanos.
E queria saudar também os secretários municipais (de Salvador) na pessoa do Almir Mello, que é o secretário de Transportes e Infraestrutura. Não podia deixar também de dar o meu abraço no Luiz Hebert (Motta), que é o presidente da CTS (Companhia de Transporte de Salvador). E nos vereadores Sandoval Guimarães, Paulo Câmara, Jorge Jambeiro e Pedrinho Pepê. Queria também saudar os trabalhadores do metrô, dirigentes técnicos, colaboradores da CTS e participantes do Movimento em Defesa do Metrô de Salvador.

Olha, eu acho que o Metrô está chegando tarde, porque o ideal – e isso não foi feito em nenhum lugar do Brasil – é você fazer o metrô quando a cidade é pequena, quando tem 300, 400 mil habitantes. São Paulo é o caso extremo. Começou a fazer (o metrô quando) já devia ter 6, 7 milhões de habitantes. Aí, sai muito mais caro, com desapropriações, necessidade de enterrar os trilhos, etc. Mas, de toda maneira, isso é algo que vem sendo feito no Brasil. Neste momento, em São Paulo, é onde mais está se expandido o transporte de trilhos. Nós estamos fazendo mais três novas linhas – já tínhamos 60 quilômetros, estamos fazendo mais três novas linhas e fazendo uma outra coisa muito importante, que é transformar o trem de subúrbio em metrô de superfície – no sentido de que todo trem de subúrbio, lá, anda na superfície, não tem túneis. Algumas linhas… não sei quem tem parentes em São Paulo, quem conhece, por exemplo, a linha que vai de Itaquera até Guaianazes, é trem de subúrbio, (mas) todo mundo pensa que é metrô – e nós estamos investindo pesadamente nesta área.

Para vocês terem uma idéia, já foram encomendados, ou estão em processo de encomenda, cerca de 130 novas composições, trens mais os vagões. É da melhor qualidade, com uma particularidade muito importante, que é a segurança. Em São Paulo, e eu sei que aqui em Salvador este (também) é um problema sério, o ônibus está se tornando inseguro como objeto de assalto. É um problema. Os trens novos, lá, têm quatro câmeras por vagão. Acho que é o lugar mais seguro do mundo, não é? Você está num negócio que tem quatro câmeras e alguém lá monitorando, alguém olhando, com uma atuação rápida, como eu vi no metrô. Eu fui para a cabine de controle de segurança. Aí um sujeito assaltou alguém, roubou um celular, trocou de camisa para poder escapar, isto tudo sendo visto pela câmera. E aí foi preso, evidente, porque viu-se até que ele estava trocando de camisa.

Tem esse lado da segurança, que é uma coisa muito importante, que o metrô pode trazer. Aqui havia uma linha – não é, prefeito? – de 12 quilômetros (de extensão que) por motivos financeiros, eu imagino, e das questões de contas, foi restrito agora a 6 quilômetros. Mas este é um começo. Quando puder completar os 12 (quilômetros), aí vai pegar uma grande massa de pessoas que se deslocam dos bairros mais distantes para o centro de Salvador.

Este nosso convênio – no momento protocolo – tem uma importância grande. Realmente, nós temos até escola lá, cursos… eu fui visitar outro dia… para treinar técnicos de nível médio para operarem (os) trens, que é uma coisa muito importante. Às vezes se fala: “Você pensa que é só botar o trem no trilho?” Mas isso é o de menos. O problema é o controle, o problema é a operação, é a segurança. E é nisto que nós podemos ajudar. Já fizemos cooperação com o metrô de Porto Alegre (RS), de Belo Horizonte (MG), de Recife (PE) e eu fico muito feliz de poder fazer agora com Salvador (BA).

São Paulo tem muita gente do Nordeste. Eu calculo que tenha umas 10 milhões de pessoas. Não diretamente, (mas também os) seus descendentes. Quer dizer, o que poderia se chamar colônia nordestina. Mas a primeira, entre todas, é a baiana. Eu não tenho dúvida de que São Paulo é a cidade que tem mais baianos depois de Salvador. E olha lá, pode até dar uma disputada se for ampliar. Então é um motivo de muita alegria, para mim, poder desenvolver este trabalho de cooperação.

Eu queria dizer ao (prefeito) João Henrique que vocês vão ter toda a ajuda que for necessária para formar as pessoas para poderem planejar, operar e manter este metrô. Vocês vão ter toda a cooperação do Governo de São Paulo, e vamos fazer isto com muito prazer e satisfação. Se der certo, como eu espero que dê certo, o mérito vai ser do prefeito e de mim. Se der errado, a culpa é do (José Luiz) Portella (secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo) e do Almir (Mello, secretário de Transportes e Infraestrutura de Salvador), está certo? Eu estou brincando, mas é importante sublinhar que a gente depende do Portella e do Almir para que esta cooperação dê certo. E, se Deus quiser, ela vai dar certo, pelo bem da cidade, pelo bem da população trabalhadora.

Bem, eu queria dizer isso. Podem contar conosco, podem contar comigo pessoalmente, podem contar com os nossos secretários. Formação de recursos humanos, que é essencial, é um pessoal que tem que ter muita qualificação… Olha, eu já fui levado pelo Portella para ver manutenção (no metrô) de madrugada, nos túneis, que é feita em três horas. Vai gente até com um negócio que radiografa os trilhos, para ver se tem trincas internas etc. É uma coisa que tem que ser muito (bem) apurada, porque nunca houve um acidente, e não pode haver, não é? Isso não é por acaso, não é por proteção divina. Tem que ser por ação responsável daqueles que cuidam do transporte de trilhos. Para ser eficiente, para ser seguro, para ter frequência precisa ter gente muito qualificada e vocês podem contar conosco. É isso o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado aqui pela acolhida, muito obrigado pela gentileza do prefeito por este convite. Quero dizer que para nós é um privilégio poder fazer essa cooperação.