Serra anuncia obras da Nova Marginal Tietê

Governador José Serra: Queria dar minha boa tarde a todos e a todas. Saudar o nosso vice-governador, Alberto Goldman; o deputado Barros Munhoz, presidente da Assembleia Legislativa (do Estado de […]

qui, 04/06/2009 - 23h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar minha boa tarde a todos e a todas. Saudar o nosso vice-governador, Alberto Goldman; o deputado Barros Munhoz, presidente da Assembleia Legislativa (do Estado de São Paulo); o prefeito (de São Paulo) Gilberto Kassab, nosso parceiro nas ações da cidade. Queria cumprimentar também os deputados estaduais aqui presentes: João Caramez e Orlando Morando; o secretário da Casa Civil, Aloysio (Nunes Ferreira); o Mauro Arce, (secretário) dos Transportes; a Dilma (Pena, secretária) de Saneamento e Energia; o (secretário Francisco) Luna, de (Economia e) Planejamento; o Bruno Caetano, (secretário) da Comunicação; o (José Luiz) Portella, (secretário) de Transportes Metropolitanos; o Delson (José Amador), presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A); o Ubirajara (Felix), que é superintendente do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica); o vereador Claudinho de Souza; nosso secretário Municipal do Verde (e Meio Ambiente), o Eduardo Jorge; o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo; o deputado Ricardo Montoro, secretário municipal de Participação e Parceria; o Jorge Tadeu Mudalem, da Secretaria (Municipal) de Assuntos Metropolitanos; o Manuelito Magalhães, (secretário municipal) do Planejamento; o Marcelo Branco, (secretário municipal) de Infraestrutura Urbana e Obras. Queria também saudar os subprefeitos de regiões envolvidas aqui na Marginal, o Marcelo Bruni da Freguesia (do Ó) / Brasilândia e o Walter Abrahão (Filho), da Casa Verde. Queria também saudar o diretor geral da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), o (Carlos Eduardo) Sampaio Dória.
Creio que tudo o que é fundamental foi aqui apresentado. Eu vou me limitar a fazer um resumo e dois comentários importantes a respeito do significado desta obra. São 24 quilômetros, aproximadamente. São 4 pontes e 3 viadutos, além do aprofundamento de outras obras desta natureza. O orçamento é da ordem de 1,3 bilhão (de reais). Esta obra vai gerar, durante a sua execução, cerca de 2 mil empregos diretos – o que não é nada desprezível nesta conjuntura – e 6 mil empregos indiretos.

Uma parte da obra é bancada pelas concessionárias. São cerca de 200 milhões de reais por parte das concessionárias, nas duas pontas. A que ganhou o Ayrton Senna, na ponta que vai para a cabeceira do Tietê. E, no começo da Marginal, nas concessionárias que têm hoje a Anhanguera e a Bandeirantes. Portanto, é uma obra que é financiada com recursos do tesouro e com o dinheiro público das concessionárias, que é dinheiro do pedágio, segundo projeto e orientação do próprio Governo. Isto é importante sublinhar, porque nós estamos alavancando investimento das concessionárias também para viabilizar esta obra.

Duas ou três observações, ainda… Com relação ao fluxo de trânsito, como dizia o (vice-governador, Alberto) Goldman, talvez seja uma das vias mais movimentadas do mundo. Um milhão e 200 mil acessos por dia. Vocês podem imaginar o que isso significa, não só de amolação como de poluição e de incerteza. Há um elemento que consome tempo, que é a incerteza – ninguém está seguro quanto ao que vá acontecer quando for atravessar a marginal. E isso também toma tempo, porque implica precaução ou então perda de compromisso, ou chega antes ou chega muito depois. Portanto, tem um significado importante em diferentes aspectos.

Agora, eu queria aqui mencionar duas coisas relevantes. Primeiro, com relação à questão ambiental. O Eduardo (Jorge, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente) deu aqui um dado importante: nós estamos gastando com meio ambiente (nesta obra) mais de 50 milhões de reais. Com relação à obra mesmo, que custa 900 milhões de reais – porque depois tem desapropriações, assentamentos etc – é um percentual elevado. Não chega aos pés do percentual do Rodoanel (Mário Covas) Trecho Sul, onde nós vamos gastar cerca de 500 milhões com preocupações ambientais, ou seja, em torno de um oitavo, em torno de 12%, 13% daquilo que a obra está custando.

Eu quero sublinhar esse aspecto porque haverá uma discussão a respeito da questão da Marginal, desta obra, nos próximos dias. E nós estamos hoje apresentando todos os argumentos que poderão e deverão fazer parte dessa discussão. O investimento ambiental é significativo. Nós vamos esverdear, o que não é mal para a beleza da cidade e tudo mais, toda a região da Marginal. São 83 mil árvores. Como disse o Eduardo (Jorge), ár-vo-res. Vamos criar um parque linear, que vai ser muito grande. Maior do mundo eu acho exagerado. Não é o maior parque do mundo, mas deve estar entre os maiores do mundo. Nesse parque vai ser feita uma via estrada-parque, com uma ciclovia, que vai ser imensa. A ciclovia vai ser feita de São Miguel (Paulista) até Itaquá (Itaquaquecetuba), pelo menos nessa primeira fase. E nesse parque também serão plantadas 63 mil mudas de árvores.

As quinhentas e tantas árvores que o Eduardo fez referência que vão ser eliminadas, vão ser multiplicadas muitas e muitas vezes aí em toda a região. Sem falar da importância do parque, para efeito na prevenção de enchentes. Portanto, é uma obra que está tendo todo o cuidado ecológico. Isso é importante, porque não é uma tradição de São Paulo. Não é o que aconteceu no passado. Pelo contrário, obra e devastação andavam de mãos dadas – e isso acabou nos tempos atuais. Isso é fundamental de se ter presente.

O segundo aspecto que eu queria mencionar é que ninguém tenha ilusão de que problema de trânsito vai ser resolvido só com obras viárias. Isto não é razoável de se esperar, e nem nós estamos dizendo isso. A expectativa é de que alivie o trânsito. É de que aumente a fluidez em 35% – evidente que o aumento da fluidez também aumenta a utilização dos veículos, é um circulo vicioso, sempre, nesse caso. Mas, o fato é que nós temos um sistema estruturado que precisa funcionar, que é o sistema viário. Então, esta obra, junto com a do Rodoanel, vai melhorar muito o trânsito no conjunto da cidade. O Rodoanel vai tirar veículos das marginais também. Essa é outra questão fundamental.

E o Rodoanel está aí. O Trecho Sul deve ser entregue até o fim deste ano, numa iniciativa e numa ação da Dersa, muito complexa – e que foi muito bem sucedida para a gente ter operando esse Rodoanel, esse trecho decisivo do Rodoanel; a meu ver, é o mais importante de todos.

Lembro ainda que estamos trabalhando na Jacu-Pêssego, que faz as vezes do Trecho Leste do Rodoanel, provisoriamente. E nós vamos fazer a licitação, porteira fechada, do trecho Leste do Rodoanel. Quer dizer… vamos deixar dois lados prontos, como já encontramos o Trecho Oeste e o Trecho Sul – e caminhando, em andamento, o Trecho Leste. Será a ferradura. O trecho que vai ficar para depois, porque está sendo redefinido, é o Trecho Norte, que é ambientalmente o Trecho mais complicado.

Agora, na verdade, a questão do trânsito, ela vai ser mesmo equacionada com o transporte coletivo, com as obras do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), cujos investimentos são muitíssimo superiores aos investimentos viários. Eu tiro o Rodoanel… porque o Rodoanel não é um investimento para o automóvel andar dentro da cidade; é para não entrar caminhão na cidade, é outra natureza de investimento; não é propriamente um investimento viário urbano – não é? Em metrô e CPTM nós temos uma programação de investimentos de cerca de 20 bilhões (de reais). Como o Mauro (Arce, secretário de Transportes) disse, são 15, 16, 17 vezes aquilo que está sendo investido agora na Marginal. Para vocês terem uma idéia, até 2014, na seqüência de tudo que está sendo feito, que está sendo programado ou que será iniciado, nós vamos ter 50 quilômetros a mais de metrô. E vamos ter 100 quilômetros de trilhos da CPTM modernizados, transformados em metrô de superfície.

Nós encontramos no transporte de trilhos, em São Paulo, um volume de um milhão e trezentos mil passageiros/dia. Hoje são dois milhões. Em 2014, o planejamento é para ter quatro milhões atendidos. Na medida em que exista a opção do transporte confortável, do transporte seguro, do transporte confiável de trens, de metrô e de trens urbanos, cada vez mais próximos do que seria o metrô também. Isso, com o sistema de garagem adequado, é o que pode permitir realmente um alívio grande no trânsito, a melhor utilização do automóvel. Não se trata de imaginar que se pode proibir o automóvel hoje em certas regiões, quando não tem o transporte público.

Na verdade, a indução maior a não utilizar o automóvel é a de ter um bom sistema de transporte de um lado, ter um bom sistema de garagens do outro lado. Isso é o que dá, digamos, a base estrutural para a melhora do sistema de trânsito. E é onde nós estamos concentrando o principal dos nossos investimentos.

Bem, eram essas as questões para as quais eu queria chamar a atenção aqui, e colocar o governo à disposição do debate que certamente acontecerá nas próximas semanas, em função desta obra. Eu creio, particularmente, que o programa de várzea do Tietê demanda outro evento, uma coisa mais demorada, até para que ele possa ser perfeitamente compreendido.

Por último, quero também sublinhar o óbvio… Mas nem sempre dizer o óbvio é demais: que esse trabalho resulta da cooperação entre o Estado e a Prefeitura. É mais uma parceria pela cidade. Nós temos muitas. Desde o ensino técnico – estamos fazendo escolas técnicas nos CÉUs (Centros Educacionais Unificados), passando por um conjunto de ações na área de saneamento, do Córrego Limpo, chegando até obras viárias desse porte. Já tinha a Jacu- Pêssego e, agora, a Marginal. É um trabalho de parceria, é um trabalho em parceria. E com isso a cidade ganha muitíssimo.

Esse entendimento Estado-Prefeitura é crucial para o futuro da cidade de São Paulo e da Região Metropolitana. E, graças a Deus, ele vem vindo muito bem e virá cada vez melhor.

Muito obrigado!