Saúde entrega primeiro AME do litoral paulista

O governador José Serra inaugurou nesta sexta-feira, 16 de janeiro, o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Caraguatatuba. A unidade, a primeira do litoral paulista, também será referência para os […]

sex, 16/01/2009 - 17h37 | Do Portal do Governo

O governador José Serra inaugurou nesta sexta-feira, 16 de janeiro, o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Caraguatatuba. A unidade, a primeira do litoral paulista, também será referência para os municípios de Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. Quando estiver funcionando a plena carga, terá capacidade para realizar cerca de 15 mil consultas, 22,5 mil exames e 330 cirurgias por mês.

Governador: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o prefeito Antonio Carlos. Cumprimentar também o presidente da Câmara Municipal, Omar Kason. O deputado federal Arnaldo Faria de Sá. A nossa Dilma Pena, secretária de Energia e Saneamento. O doutor Barradas, secretário da Saúde.

Os deputados estaduais Afonso Lobato, Mozart Russomano e o Hélio Nishimoto, que acabou de assumir – não é, Hélio? – no lugar do Antonio Carlos. Quer dizer, agora, em vez de ter um, temos dois. O Antonio Carlos continua aqui e você, com mandato. Então, vocês já sabem: se alguma coisa faltar aqui, de quem é a culpa? É dos dois, não é minha. Os prefeitos de Taubaté, Paraibuna, São Sebastião, Ilhabela, Natividade da Serra.

Queria também cumprimentar o diretor-executivo da entidade parceira, que vai administrar esta unidade de saúde, o João Aidar Coelho. Queria cumprimentar os secretários municipais, vereadores, diretores, coordenadores, médicos e funcionários deste ambulatório.

Bem, este AME, Ambulatório Médico de Especialidades, faz parte de um programa novo aqui em São Paulo. O secretário Barradas usou uma expressão, que alguém pôs no cartaz aí, que é muito apropriada. É uma espécie de Poupatempo da saúde. Por quê? Porque ele é organizado para consultas, principalmente, para exames médicos e até, neste caso, para cirurgias leves, mais simples.

Ele rompe um ponto de estrangulamento importante no sistema de saúde, porque hoje muita gente precisa de uma consulta. E não só demora para conseguir a consulta, como tem que ir para hospital e até para pronto-socorro, pois não há outra possibilidade. Com uma unidade como esta, a pessoa poupa o seu tempo, porque consegue marcar, desafoga os hospitais e desafoga os pronto-socorros.

Portanto, é uma inovação. Nós estamos fazendo 40 unidades no Estado de São Paulo, distribuídas regionalmente. Para as Prefeituras, é uma boa, porque alivia muito a demanda sobre elas e, ao mesmo tempo, permite que elas dediquem à atenção primária, tradicional dos postos de saúde, que têm a ver com vacinação, com prevenção. Enfim, com todos os outros procedimentos.

Aqui, no caso, nós vamos fazer por mês perto de 14 mil consultas. É a capacidade existente, 14 mil. Na verdade, eu me enganei, não são 14 mil, são 12 mil consultas médicas. É que os médicos obrigam a gente a separar, e duas mil consultas não-médicas, que eu considero médicas também. Fisioterapia, psicologia têm a ver com a saúde também. Aí é que dá os 14 mil. Também aqui vão ser feitas 330 cirurgias ambulatoriais por mês. São cirurgias leves. Que tipo de cirurgia?

Governador: Plástica? Para tirar bolsa? Um luxo. Aliás, eu vou aproveitar e fazer uma consulta de oftalmologia porque eu acho que meus óculos já não estão servindo. Tem aí? Dá para medir se os óculos estão bons ou não? Então, eu vou fazer agora em seguida, mas já manda preparar para ser rapidinho.

Bem, nós vamos ter aqui também cerca de 22.500 exames de apoio, de diagnóstico, por mês. É a capacidade para se fazer. Vocês sabem que o negócio de exame é simples, mas dá trabalho.

Então, tendo uma unidade como essa arrumada, é possível fazer atendimento de forma muito mais rápida e segura. E vocês estão vendo, pelo tamanho, que não é uma obra local. Isso aqui não é para atender a Caraguatatuba, só, é para atender à região.

Na verdade, é para atender ao litoral norte, pela capacidade instalada que tem. É para atender São Sebastião, para atender Ubatuba, é para atender Ilhabela. Enfim, é para ter um atendimento mais amplo, regional. Como o padre Lobato disse, nós estamos fazendo também no Vale do Paraíba, lá em cima, mas aí já era um pouco longe para o pessoal ir daqui para lá.

Por isso que nós fizemos uma unidade específica para o litoral norte. Acho que o termo que o Barradas usou até nós vamos usar para classificar bem, para explicar bem o que é AME: é um Poupatempo da saúde. A propósito, nós vamos fazer também aqui em Caraguá, eu quero fazer o anúncio hoje, um Poupatempo. Aqui ver ser feito um Poupatempo.

Ontem, os técnicos da Secretaria de Gestão aprovaram o local indicado pela Prefeitura. É verdade isso? Portanto, nós vamos ter Poupatempo e aí o Antonio Carlos vai poder ficar os quatro anos tranqüilos, sem reivindicar nada, porque já ganha um AME, vai ganhar um Poupatempo. É uma mão na roda para a Prefeitura.

Mas quero dizer também que nós assinamos hoje aqui uma autorização de obras, que é muito importante, que tem a ver com o meio ambiente, tem a ver com a saúde e tem a ver com turismo. É na área de saneamento, na área de esgoto, de coleta e de tratamento. O índice de tratamento de esgoto, aqui na região, é alto – quase 100% – para o esgoto coletado. Mas o esgoto coletado é pouco, da ordem de 1/3 do esgoto produzido. É muito baixo.

Então, estamos deflagrando um programa que é o Onda Limpa do litoral norte paulista – nós já temos o Onda Limpa na Baixada Santista – para elevar a coleta de esgoto para 80% e tratar 100% daquilo que é coletado.

Isso significa muitos benefícios do ponto de vista – como eu disse – da saúde, da mortalidade infantil, que se reduz; do meio ambiente e da qualidade das praias. É muita coisa, nós já temos feito investimentos. No caso da água, investimos recentemente 6,2 milhões para modernizar estações elevatórias e reabilitação de captações de água. Houve um recorde, no ano de 2008, de água produzida. A nossa estação de tratamento de água, em Porto Novo, aqui de Caraguá, passou de 500 litros por segundo para 700 litros por segundo. Um aumento de 40%. Não é brincadeira, é bastante coisa.

Neste ano, graças a Deus, não está faltando água. Nós fizemos investimentos para isso, aqui e na Baixada.

Agora, é muito importante que – junto com o esforço de maior captação de água – haja um esforço de economia de água, porque em São Paulo, no Brasil, ainda existe uma mentalidade muito folgada com relação à água. As pessoas não se dão conta de que a água é um produto escasso e que nós temos que economizar. Isto é fundamental, porque não há abastecimento que agüente o desperdício na utilização da água. Mas eu estou muito otimista quanto ao que possa acontecer no resto deste verão.

Aliás, no verão, nós aumentamos muito a dotação policial da região e o trabalho de trânsito. O número de pessoas feridas em acidentes diminuiu, em média, em 25% no litoral paulista, em 2008, no natal e no reveillon, comparativamente ao natal e reveillon de 2007. É muita coisa. Ainda o nível é muito alto. Nós tivemos que prender algumas centenas e vamos continuar com esse trabalho.

A lei seca, em São Paulo, está pegando muito mais do que no resto do Brasil, porque aí é um problema que não é tanto da lei, é um problema da fiscalização. A nossa fiscalização se voltou, desde o começo do governo, desde antes de promulgada a lei, para esse trabalho de controle do trânsito dos motoristas, do índice de alcoolismo.

Ninguém é contra, eu não sou contra ninguém beber uma cerveja, enfim. O que não se deve fazer é beber e dirigir. Isto, sim, é fatal. Todos temos exemplos, nas nossas vidas, de acidentes de pessoas que morreram, filhos, principalmente jovens, filhos de amigos, também nesta região.

Portanto, fizemos uma ofensiva que deu certo. Mas temos que atacar os problemas de médio e longo prazo. Daí o programa fundamental na área de saneamento, que nós chamamos de Onda Limpa.

Mas deixem-me dizer mais coisas.

Em São Sebastião, aqui ao lado, na praia de Paúba, nós investimos 2,7 milhões do Tesouro para obras da estação elevatória de esgotos e outros tantas centenas de metros de linhas de recalque. Uma estação de tratamento de esgoto para tratar 30 litros por segundo. Em Caraguá, em várias praias, foi – como eu disse – 6,7 milhões. Em Ilhabela, 1,2 milhão, para beneficiar 1.650 pessoas da ilha; três estações elevatórias de esgoto e algumas centenas de metros de linhas de recalque. No total na região foram cerca de R$ 11 milhões, tudo voltado a melhorar o que se chama balneabilidade das praias.

Mas o programa Onda Limpa do litoral norte é um programa de R$ 240 milhões. Como eu disse, nós vamos levar o tratamento de coleta e tratamento de esgoto de 33% para 80%. São recursos de empréstimos para a Sabesp da Caixa Econômica Federal, do BNDES e dinheiro diretamente da Sabesp. Vão ser 600 mil moradores os beneficiados, dos principais municípios aqui do litoral.

Para vocês terem uma idéia, vão ser quase 400 quilômetros de rede coletora, como daqui ao Rio de Janeiro. 27 mil novas ligações domiciliares. Me dá arrepio de dar esse número porque nós temos 27 mil domicílios que não têm ligação de esgoto. 16 estações de tratamento, 15 estações elevatórias e uma estação de pré-tratamento, também, de esgoto.

No total, para todo o nosso litoral, o norte e da Baixada Santista, vão ser investidos R$ 1,5 bilhão. Isso tudo já está em andamento, o da Baixada já está em plena execução. Hoje mesmo, na Praia Grande, nós já pré-inauguramos uma etapa do emissário que vai despejar água de esgoto, mas água tratada – porque também não adianta poluir o mar furiosamente – mas vai despejar num ponto a quatro quilômetros do litoral. Isso aí já estará pronto, funcionando no ano que vem. Isso está em pleno andamento e vai entrar em andamento aqui na região.

Portanto, nós estamos tratando de duas questões que, na verdade, são afins: o Ambulatório Médico de Especialidades e saneamento. Tudo isso é saúde. Tem uma desvantagem a questão do esgoto: é que não se vê. Por exemplo, lá na Praia Grande, o túnel, que é a primeira parte do despejo do emissário, é subterrâneo, cavado por um tatuzinho. Não é o tatuzão do Metrô, mas é um tatuzinho semelhante ao tatuzão. Quer dizer, instala a máquina, ela vai, ela cava, cimenta, deixa tudo prontinho. Os primeiros 700 metros são assim, e ninguém vê. A gente bota cartazes, etc. e tal, mas é uma coisa tudo por baixo da terra. Não tem um apelo eleitoral, político, assim, mas é crucial para o bem estar e para a vida das pessoas.

Portanto, nós estamos fazendo um investimento imenso em São Paulo – não é apenas no litoral – duplicando os investimentos da Sabesp em todo o Estado de São Paulo.

Agora, há outra questão – não quero me alongar aqui – com relação às estradas na região. Há muita estrada vicinal. Nós anunciamos cerca de R$ 500 milhões em obras em estradas diversas. Vicinais, estradas normais, por exemplo, toda a parte continental da Tamoios, lá em cima, que vai receber investimento de 170, R$ 180 milhões, isso a partir de março. 

Mas tem uma prioridade muito importante aqui. Aqui em Caraguá tem uma vicinal, Jaraguá, que vai ser inteiramente refeita agora. E a questão das estradas do contorno, que são cruciais aqui. Eu quero dizer que nós já vamos ter logo o início dessas estradas. Essa é uma decisão tomada, é uma decisão que já está em andamento e logo teremos as obras. Eu sei que para São Sebastião e para Caraguá isso é crucial. O que está terminando é o EIA-Rima, porque, aqui, toda vez em que a gente fala em obras e estradas, tem que pensar na preservação ambiental, que para nós é outro critério fundamental de ação do Governo do Estado. Portanto, é uma espécie de anúncio que eu quero fazer aqui quanto a essas obras das estradas de contorno entre as duas cidades.

Governador: O prefeito está me dizendo que está começando outra, que é acesso ao Centro de Detenção Provisória, que tem oito quilômetros. Há outra obra importante, no caso a Rodovia Osvaldo Cruz, entre São Luís do Paraitinga e Ubatuba. Ele deve ser concluído até abril, é o recapeamento dessa rodovia que, para o caso de Ubatuba, é uma coisa muito importante.

Haveria muito mais para falar nessa área. Não vou me alongar aqui porque já temos coisas suficientes. Mas deixem só eu dizer que – no caso do porto de São Sebastião – nós temos programado uma expansão bastante considerável. Estamos preparando os planos para seis terminais privados, com investimento privado. Há muito interesse da área privada. E o porto expandiu sua movimentação física no ano passado em cerca de 70%.

Estamos trabalhando com uma direção de muita qualidade para o porto de São Sebastião para poder ser um pólo que puxe o desenvolvimento não só do Vale do Paraíba como do Estado de São Paulo. Nós esperamos que, no primeiro trimestre do ano que vem, poderemos assinar os contratos de arrendamento para a área privada. Isto significará emprego, significará atividade econômica para toda esta região.

Esta é uma região que, no futuro, vai ter mais movimentação ainda com a possível exploração de poços de petróleo aí por todo o litoral. Temos que nos preparar muito bem porque o impacto da exploração de uma matéria prima como o petróleo pode ser positivo ou altamente negativo e destruidor de condições ambientais e sociais, se não for bem planejado. Estamos de olho nisso. Aliás, estes investimentos em saneamento já têm em mente essa questão. Como devemos ter presente também toda a questão de moradia, de ocupação do solo e de tudo o mais.

O prefeito que for verde é um prefeito que está mais próximo da gente. Nós temos, a propósito, o programa Município Verde, que os municípios (…). Não, não é só porque é Palmeiras. É evidente que (…). Eu não tinha pensado, mas até que é interessante a idéia, não é? Não precisa ser palmeirense, tendo verde está ótimo. Hem? No meu coração, claro. Os municípios que cumprirem os 20 requisitos para um município verde recebem mais recursos também. Aqui, os da região são especialmente importantes. Eu, toda vez que vejo o prefeito de Ilhabela, já me dá um arrepio, porque é um dos municípios mais delicados do ponto de vista ambiental de todo o Estado de São Paulo.

Portanto, temos que cuidar com carinho daquilo que restou do nosso patrimônio florestal, do nosso patrimônio ecológico. Esta é uma região muito rica nessa matéria.

Meu muito obrigado a todos e a todas. Contamos com vocês, contamos com os prefeitos, com as pessoas, com a comunidade daqui de todo o litoral. Quero que vocês saibam também que podem contar conosco. Podem contar comigo nesse trabalho.

Muito obrigado.