Recursos para o Metrô e a CPTM

O governo estadual conseguiu US$ 1,74 bilhão em financiamentos

seg, 23/06/2008 - 20h23 | Do Portal do Governo

O governador José Serra anunciou nesta segunda-feira, 23, que o Estado de São Paulo conseguiu mais US$ 1,74 bilhão (o equivalente a R$ 2,8 bilhões) em financiamentos destinados à expansão do transporte sobre trilhos na região metropolitana de São Paulo.  Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

 

Governador: Queria cumprimentar o vice-governador Alberto Goldman. O prefeito Gilberto Kassab. Os secretários Afif Domingos; Mauro Ricardo Costa; João Paulo de Jesus Lopes, em exercício, de Transportes Metropolitanos; de Comunicação, Bruno Caetano.

O deputado Wanderlei Macris, que representa a Comissão de Transportes da Câmara. O Hiroshi Minoura, diretor-gerente para as Américas do Banco Sumitomo. O Tomoo Kushibiki, representante do Banco Japonês para a Cooperação Internacional, o JBIC, no Brasil. Creio que foi o Hiroshi que falou pela primeira vez em português, não é? Falou muito bem. Aliás, eu não via, há muito tempo, um japonês falar tão bem português.

O Alexandre Moraes, secretário municipal dos Transportes. Demais diretores do Metrô, da CPTM. A todos e a todas.

Nós estamos, hoje, dando um prazo crucial na viabilização da expansão da rede de Metrô e da CPTM em São Paulo.

Os contratos assinados entre o final da semana passada e agora somam um montante muito expressivo. São cerca de US$ 1,275 bilhão, sendo do JBIC, hoje, US$ 630 milhões. Do Banco Mundial foram US$ 645 milhões, que eu assinei em Washington na semana passada. E como contrapartida do Estado, que vem do Tesouro, são US$ 465 milhões. Ou seja, somando tudo, são US$ 1,740 bilhão para investir no sistema de Metrô e da CPTM, em São Paulo.

Para onde vai esse dinheiro? Esse dinheiro vai para a linha quatro e vai para a aquisição de equipamentos e de sistemas para o conjunto do Metrô e da CPTM.

Habitualmente, quando se fala em investimento, a gente pensa sempre no trem, na linha. Mas tem o sistema, que custa muito caro e é o que viabiliza segurança, a rapidez e a própria capacidade de transporte. Portanto, hoje são cerca de US$ 1,740 bilhão.

Quero dizer que há dois aportes a mais, aqui. Um deles é o da iniciativa privada no caso de linha quatro, que vai entrar com US$ 246 milhões e não estão contabilizados nesse total, que eu dei aqui, de US$ 1,740 bilhão. E da Prefeitura de São Paulo: são R$ 275 milhões até agora, e isso deverá ser expandido, até o fim do ano, para R$ 1 bilhão.

Portanto, isto ajuda a expandir e auxilia na contrapartida do Estado, uma vez que a Prefeitura, agora, é sócia da expansão do Metrô. Para o pessoal do Banco Sumitomo e do JBIC saberem, a Prefeitura não entra com recursos no Metrô desde os anos 70 e agora começou a participar de maneira ativa, viabilizando essa expansão.

Não preciso, também, me alongar a respeito da importância que isso tem para São Paulo. A solução do problema de transporte em São Pauloé estrutural. Ou seja, nós precisamos ter Rodoanel, precisamos ter Metrô e precisamos ter CPTM transformada em Metrô de superfície. Essas são soluções estruturais.

As soluções conjunturais são importantes. Medidas em relação ao trânsito, caminhões, etc., mas o que vai dar base para a gente mudar a cara e o conteúdo do sistema de transportes, em São Paulo, vão ser esses investimentos, que são de médio e longo prazo.

A linha quatro, por exemplo, só vai ficar pronta no começo de 2010. O Rodoanel só vai ficar pronto, se Deus quiser, no final de 2009. Nós estamos correndo contra o tempo. A linha dois a respeito da qual, aliás, houve uma matéria, creio que foi no Estado S. Paulo – se eu não me engano – nesse fim de semana, mostrando, já, como ela está em pleno andamento lá, entre o Alto do Ipiranga e a Vila Prudente. Nós começamos na nossa gestão e vamos terminar na nossa gestão essa obra.

E tem mais uma notícia nova, que se acrescenta a tudo isso. É que, dentro de nova capacidade de financiamento que o Estado tem, São Paulo tem tido um desempenho das suas contas, que é talvez o melhor do Brasil, incluídos os do Governo Federal. E, portanto, isso gera capacidade de endividamento.

Nós estamos já negociando um novo pacote de financiamento para o Estado, que vai incluir vicinais, vai incluir outras coisas. Apenas para a área Metrô – CPTM, vão ser mais US$ 1,3 bilhão de dólares, que somados a esse US$ 1.740 milhão, nos leva a mais de US$ 3 bilhões de dólares a serem investidos nos próximos anos. Nós já começamos as negociações com as instituições internacionais, com vistas a esse novo financiamento. Não misturar, são duas coisas: as que estamos anunciando hoje, e as que anunciamos que virão também nos próximos meses, nos próximos anos.

Quero destacar aqui também a parceria com o JBIC, conforme eu disse no jantar de recepção à Sua Alteza, o Príncipe Naruhito. Nós temos excelentes parcerias com o JBIC. Basta lembrar duas outras além do Metrô. O programa de saneamento da Baixada Santista, que implica despoluição de todas as praias e elevação de 53 para 95% do tratamento do esgoto recolhido, e o outro projeto que foi o da Calha do Tietê aqui em São Paulo, também financiado pelo JBIC.

Vocês podem, portanto, atentar que os financiamentos do JBIC são sempre para questões cruciais aqui no Estado de São Paulo. São grandes parceiros e eu queria aqui agradecer – como fiz diante do príncipe – queria agradecer publicamente a esta parceria muito competente, muito eficiente, muito generosa.

Muito obrigado.

Em reais, se for preferível, o conjunto dos financiamentos hoje anunciados que envolvem o JBIC, que envolvem o Banco Mundial são da ordem de R$ 2,8 bilhões. E no novo financiamento que virá a partir dos limites que nós já temos, serão mais R$ 2 bilhões. Somados, serão quase R$ 5 bilhões.

Portanto, nós estamos transformando rapidamente em realidade aquilo que dissemos no programa de campanha para o Estado que iríamos fazer. Ou seja, investir pesadamente nessa área. Não estamos perdendo tempo. São todos investimentos organizados em cerca de um ano e meio. Eu não estou aqui nem dando o exemplo do BNDES que nós assinamos lá em Heliópolis para a linha 2, que foi de R$ 1,2 bilhão do BNDES, mais setecentos de contrapartida.

Eu quero dizer a todos aqui e aos jornalistas que nós temos muita dificuldade para somar os financiamentos. Passamos vinte minutos do atraso aqui, foi porque eu pedi para eles somarem, e cada um dá um número. No final, chegamos aqui ao número, mas é melhor isso do que ter que ficar inventando.  Não saber todos os números necessários para a boa informação.

Por outro lado, quero sublinhar também que quando eu fui candidato a prefeito, eu disse que a Prefeitura voltaria ao Metrô. E a Prefeitura está voltando ao Metrô, agora na gestão do Gilberto Kassab, que deu seqüência à minha. Portanto, estamos entrando no Metrô de fato, não de boca, de fantasias. Mas na prática. Na prática significa com dinheiro. Dinheiro a fundo perdido. Não é nem dinheiro, no caso da Prefeitura, de financiamento. Mas é dinheiro a fundo perdido que vai diretamente para obras que não têm uma maturação curta.

É diferente pavimentar rua, que a gente faz em duas semanas, e investir em Metrô que a gente faz em anos. Mas os problemas de São Paulo de hoje só vão ser resolvidos se a gente empreender iniciativas que demorem anos, porque são problemas muito profundos. Problemas que vêm sendo acumulados durante muitas décadas e agravados por entrar – eu não sei se o pessoal do JBIC e do Sumitomo sabe – aqui no DETRAN, que é o Departamento de Trânsito, são registrados na Capital, setecentos, oitocentos veículos por dia, novos, dependendo da semana.

Não sei como é hoje ainda no Japão, que já está mais saturado. Mas isso dá uma idéia dos problemas urbanos que se acumulam, em razão desses veículos. A única alternativa aí é o bom transporte público. O bom transporte público permite que as pessoas deixem os automóveis em casa, ou permite também fazer pedágio urbano. Não dá para fazer pedágio urbano em São Paulo hoje, porque não há um bom sistema de transportes coletivos. Essa é uma discussão que só pode ser travada quando houver um bom sistema de transportes coletivos. É uma discussão que não está posta nos dias atuais, em razão disso.

Muito obrigado a todos e a todas. E – mais uma vez – aos nossos parceiros japoneses.