Queda nos índices de gravidez na adolescência

Dados da pesquisa da Secretaria da Saúde foram divulgados nesta terça-feira, 11, em São Paulo

qua, 12/09/2007 - 12h45 | Do Portal do Governo

O governador José Serra participou nesta terça-feira, 11, em São Paulo, do evento que divulgou dados da Secretaria Estadual da Saúde sobre a queda no índice de gravidez na adolescência em municípios paulistas. O anúncio foi feito na  no Amparo Maternal Maternidade Social.

Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, que nos falou; a irmã Anita Gomes, presidente do Amparo; a irmã Enir, vice-presidente; e a irmã Rita, colaboradora. Ela é irmã? A Rita? Cadê ela? A Rita é a mais antiga colaboradora do Amparo Maternal.

Aqui é uma instituição que vem dos anos 30, 39, e da qual São Paulo tem muito orgulho. É uma casa aberta a todas as mulheres quando vão ter filho e recolhem – inclusive, no passado era uma fonte de adoção importante, porque muitas mães que não sentiam condições de cuidar dos seus filhos deixavam as crianças aqui. Elas encaminhavam aos juízes.

Agora, isso tem diminuído, o que, aliás, é um bom indicador. Tem diminuído o abandono de crianças graças ao trabalho que se faz e à própria evolução sócio-econômica do Estado.

Também como ministro da Saúde, eu tive a oportunidade, na época, conversando com Dom Cláudio Hummes, de aumentar a ajuda que era dada para o Amparo. E também de criar aqui a Casa de Parto, que é uma forma de atendimento à gestante que prescinde de médico: é feito com uma enfermeira em um ambiente de casa, e apenas entra o médico se for necessário. É um programa que deu muito certo. Portanto, é um lugar adequado para apresentarmos estes resultados.

A gravidez na adolescência é um problema seriíssimo no Brasil. Os dados aqui são de crianças ou jovens de até 20 anos de idade. Mas até 14 anos de idade tem muita gravidez.

Eu lembro, quando eu era ministro, que o número era de aproximadamente 30 mil crianças nascidas de mães de até 14 anos. E nós tivemos até polêmicas na época. Eu acabei me envolvendo por causa desse assunto do ponto de vista do tratamento que a mídia dava, e às vezes a idealização do que representaria a chamada produção independente. Mães solteiras e meninas que vêem sua vida bastante limitada, porque têm que parar a escola; interrompe todo o seu processo de formação; não têm ainda uma nova família constituída e tudo mais.  É dos problemas mais difíceis de serem enfrentados, porque exige uma espécie de atenção à família; e ao mesmo tempo, é preciso chegar até as jovens.

O nosso secretário da Saúde deu aqui os elementos fundamentais; por que essa melhora significativa: caiu em aproximadamente 1/3 o registro de crianças nascidas de mães adolescentes, na média. Caiu em todas as faixas, na média foi aproximadamente 1/3.

Ele deu aqui os elementos: o aumento da escolaridade; o aumento ou a ampliação da capacitação de pessoal que atende os adolescentes; a melhora do atendimento, a ampliação nos postos de saúde e as Casas do Adolescente, feitas principalmente aqui na Capital e na Baixada, dirigidas pela Albertina Duarte Takiuti.

Programa esse que nós vamos expandir nos próximos anos para todo o Estado.

O que nós vamos fazer? Vamos continuar a batalha para que a gravidez na adolescência continue diminuindo. Essa diminuição depende de uma ação muito abrangente por parte do Estado.

Os resultados até agora foram muito bons, mas convenhamos que são muito altos ainda. Mais de 100 mil. Portanto, tem muito ainda a ser feito pela frente.

Nós vamos ampliar as Casas do Adolescente, reforçar a ação abrangente feita pela Secretaria e pela Casa do Adolescente que trata de aspectos psicológicos. Enfim, aspectos mais amplos do ponto de vista do atendimento à saúde.

E vamos também facilitar o acesso aos anticoncepcionais que hoje já são distribuídos gratuitamente em 20 estações de Metrô e de CPTM e por todo o interior, através das Prefeituras.

É a primeira vez que isso é feito no Brasil da forma sistemática e ampla, como está sendo feito em São Paulo, e eu confio que este programa também contribuirá para o declínio da gravidez na adolescência, que deve ser um objetivo de toda a nossa sociedade.

É uma batalha de todos nós. Não é apenas do governo. Não apenas das famílias dos adolescentes. É de todos.

Temos que batalhar muito para conseguir ir diminuindo esses índices e, portanto, proporcionando às futuras mulheres uma liberdade de escolha, porque na adolescência ficam sem liberdade de escolha – exatamente pela desinformação, por alguma ilusão – e vêem a sua vida seriamente limitada. Não é que não possam dar a volta por cima, mas a vida fica muito mais difícil e é isso que nós não queremos.

Portanto, eu anuncio esses números aqui com muita alegria. Queria cumprimentar a Albertina e o Barradas que estiveram por trás dessa luta e dizer que nós vamos intensificar essa luta ainda mais nos próximos anos.

Queria agradecer a recepção aqui no Amparo, e dizer também a tantas mães jovens – eu não encontrei nenhuma adolescente – mas tantas mães jovens que encontram aqui um ponto de atendimento e de esperança.

Muito obrigado.