Pronunciamento de Serra na inauguração da fábrica de vacinas

Discurso foi realizado na quinta-feira, 26, no Instituto Butantan, em São Paulo

sex, 27/04/2007 - 17h06 | Do Portal do Governo

Discurso foi realizado na quinta-feira, 26, no Instituto Butantan, em São Paulo

Queria dar o meu boa noite a todos e a todas. Hoje é um dia de muita alegria para todos nós. Queria cumprimentar o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que o temporal quase não deixou chegar (risos), mas que chegou e veio participar de uma solenidade que é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo; o vice-governador e secretário do Desenvolvimento, Alberto Goldman, ao Luiz Barradas, nosso secretário da Saúde, Jean-Marc Gravier, cônsul geral da França, ministro Adib Jatene, o Otávio Mercadante que é diretor do Instituto Butantan, o professor Isaías Raw presidente da Fundação Butantan a quem eu presto a minha homenagem.

O Isaías quando eu estava no Ministério da Saúde estava sempre disposto a ajudá-lo. Por vários motivos: ele é sério, tem capacidade cientifica, tem sentido prático e é patriótico. Esse é um termo que caiu em desuso, infelizmente caiu em desuso. Ele é patriota verdadeiramente   muito insistente. Quando o Isaías insiste viu (José Gomes) Temporão, é melhor ir concordando (risos). Ele é perseverante pra ser mais eufemisticamente.

Bem, ao presidente do laboratório Sanofi Pasteur. Aliás, depois do seu discurso em português você já pode se considerar meio brasileiro. (risos).

Os deputados estaduais, Lélis Trajano, Valdir Agnello, André Soares, José Bruno, a Cida Orsini, secretária municipal da Saúde, a Isaka Higashi, diretora da divisão Bioindustrial do Butantan, presidentes e diretores de fundações, funcionários, senhoras e senhores.

É interessante pra mim participar desta cerimônia porque eu acabei involuntariamente até certo ponto, fazendo parte das duas pontas deste processo. Nós decidimos trazer a vacina da gripe para, eu me recuso a dizer idosos né, (risos), pessoas com mais de 65 anos no primeiro ano e depois baixamos o limite para 60. E era muita despesa, porque naquela época a vacina custava mais de US$ 4 por unidade. De lá para cá, Euro, Franco, fica até meio difícil comparar custos, mas era muito elevado. Então em conversa tanto com o Butantan como com a Fiocruz, nós desenhamos a estratégia de uma associação entre o laboratório Sanofi Pasteur que na época tinha outro nome e um instituto brasileiro. Para a empresa era uma vantagem, porque passou a ser fornecedora cativa, mas nós diminuímos o preço, à época menos da metade. A empresa concordou com isso.

Ao mesmo tempo fizemos essa associação do Butantan com o laboratório Sanofi Pasteur. Isso veio até o dia de hoje com esta inauguração. Eu acabei sendo governador de São Paulo neste ano precisamente na inauguração desta fábrica. O Ministério da Saúde e o governo de São Paulo dividiram o investimento, aproximadamente R$ 34 milhões cada um. Nós vamos ter uma autonomia total e a produção de vacina por semestre vai ser suficiente para abastecer o Brasil durante um ano. Ou seja, nós vamos produzir o dobro da demanda hoje existente. O ministro já me falava da idéia de estender para crianças até dois anos, para profissionais da área de segurança, enfim, haverá muitas possibilidades de expansão do programa.

Nós temos uma proposta que já apresentamos ao ministro (José Gomes) Temporão. A idéia é fazermos mais duas fábricas. Isso custará ministro R$ 60 milhões, R$ 30 milhões cada uma. Queremos dividir esse projeto com o Ministério da Saúde. Ou seja, o governo entra com a metade e o Ministério com a outra metade.

Hoje o plasma que vem do sangue dos brasileiros vai para a Europa para poder voltar fracionado. É um absurdo isso! Há uma planta prevista para Pernambuco, da Hemobras, mas ela não é excludente com a possibilidade de termos uma planta de hemoderivados aqui em São Paulo com o Instituto Butantan. Fiquei feliz que o ministro já sinalizou na fala dele com a possibilidade dessa parceria dos hemoderivados e eu acrescentaria com a fábrica do rotavírus. Portanto vamos avançar ainda mais nessa direção.

Queria cumprimentar todo o pessoal aqui do Butantan. Quando eu vinha para cá, um pesquisador me passou uma carta mostrando a realidade salarial dos pesquisadores. Eu quero dizer que nós temos a disposição no governo de corrigir a distorção existente. Por que? Os institutos de pesquisa em São Paulo tem uns que são das Universidades, mas tem os que não são das Universidade em várias áreas. Efetivamente o pessoal que trabalha aqui trabalha por vocação, por sentimento de dever. Nosso único problema são as isonomias e etc. Eu até liguei para o secretário do Planejamento e ele me disse que está estudando esse assunto. Não quero despertar nenhuma expectativa eufórica, mas nós estamos trabalhando neste assunto. O próprio fato de eu dizer isso aqui já é uma maneira de eu me comprometer com esse assunto. Portanto, estou deliberadamente prometendo encaminhar essa questão.

Enfim, eram essas as palavras que eu gostaria de dizer aqui. Nós estamos fazendo um empenho muito grande agora na área da saúde de São Paulo no sentido de poder enfrentar as questões da nossa população em diferentes níveis. No nível da prevenção, da atenção básica, no nível da atenção hospitalar de média e alta complexidade. São Paulo vem cumprindo emenda constitucional que nós aprovamos em 2001, que estabeleceu para os estados um piso mínimo da ordem de 12% das suas receitas, 15% para os municípios e no caso do governo federal o reajuste nominal segundo o PIB a cada ano. São Paulo está cumprindo, estamos nos desdobrando, mas evidentemente é necessário e nós vemos isso quando nos defrontamos com a situação das Santas Casas, é necessário haver uma contribuição maior do SUS centralizado no Ministério da Saúde.

Eu queria dizer ao ministro que ele tem aliados entre nós para que o objetivo de poder fortalecer as finanças da saúde no Brasil. Ele terá nosso integral apoio aqui em São Paulo e até onde nós podemos ter influência na esfera política, porque isso também é necessário.

Portanto, vamos cumprindo o nosso dever, nossas tarefas, administrando nosso estado. Tudo o que eu queria era ter em São Paulo mais Butantans em todas as áreas. Mas se Deus quiser a gente trabalha para isso porque o que nós queremos é nivelar por cima nesse sentido o Butantan é um belo e magnífico exemplo.

Muito obrigado!