Professores recebem certificado de formação pedagógica

Os diplomas foram entregues no Auditório Simón Bolívar, do Memorial da América Latina

sáb, 06/09/2008 - 20h01 | Do Portal do Governo

O governador José Serra participou neste sábado, 6, da cerimônia de entrega dos certificados aos cerca de 1.200 professores que concluíram o Programa Especial de Formação Pedagógica para as disciplinas do Ensino Profissional Técnico ministrado pelo Centro Paula Souza. Os diplomas foram entregues no Auditório Simón Bolívar, do Memorial da América Latina, na zona oeste da capital. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o nosso vice-governador e secretário do Desenvolvimento, Alberto Goldman. A Linamara Battistella, que é secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência. A Laura, superintendente do Centro Paula Souza.

Queria cumprimentar, também, o Ademar, que é coordenador deste programa; o Luis Carlos Farcas, orador da turma e em nome de quem eu cumprimento todos os formandos. Os coordenadores, diretores, professores, funcionário do Centro Paula Souza e familiares dos formandos.

Eu vim hoje aqui com muita satisfação, porque este é um bom passo adiante no aperfeiçoamento da qualidade do nosso ensino técnico aqui em São Paulo.

Vou dizer uma coisa a vocês: este, para mim, é o programa mais importante que nós estamos tocando no Governo do Estado. Às vezes, não parece, porque não se divulga, eu digo sempre isso, mas não vai para a mídia por algum motivo. Mas quem está dentro do Centro Paula Souza sabe da importância que nós estamos atribuindo a esse setor.

O Centro é o braço do governo no ensino técnico e no ensino tecnológico, inteiramente mantido pelo governo, agora na sua etapa de expansão. E dirigido de forma primorosa, dinâmica, tranqüila, pela Laura Laganá. Eu queria fazer aqui o meu reconhecimento público pelo trabalho que tem feito.

Nossas metas são muito ambiciosas. Nós queremos duplicar o número de Fatecs, de faculdades de tecnologia, com relação àquele que encontramos. Nós encontramos 26 faculdades e vamos deixar mais de 52. Já temos quantas? Já temos 45, ou seja, aquilo que era meta para o final do governo já ameaça se cumprir nos dois primeiros anos do governo. Eu só fico preocupado porque depois os prefeitos vão cair em cima para querer mais faculdades.

Por outro lado, no que se refere ao ensino técnico que tem a ver mais com vocês, diretamente, aqui, a nossa pretensão é, até 2010, criarmos mais 100 mil vagas. Ou seja, encontramos cerca de 70 mil e a idéia é deixar 170 mil, que se materializará plenamente em 2012 por causa de defasagem de começar e concluir o curso.

Isto significou, ou está significando, um esforço enorme. Em grande medida, em cooperação com as Prefeituras, não a manutenção, que evidentemente é o que custa. Tanto no ensino, quando na educação, o que custa não é investir no prédio, o que custa mesmo é manter. É custeio, são salários e tudo mais, mas as Prefeituras têm colaborado na instalação. A grande maioria, tanto no caso das Fatecs quanto nas Etecs, colabora nesta instalação e na fase inicial do funcionamento.

Nós estamos dando muito ênfase, agora, ao ensino técnico com vistas a uma necessidade, em São Paulo, de atender à expansão do desenvolvimento da economia e de proporcionar, também, mais empregos para nossa juventude. O ensino técnico é de nível médio. Por isso, aliás, é que nós também estamos expandindo as vagas do ensino médio dentro da Paula Souza. É o melhor ensino médio público do Estado e um dos melhores do Brasil.

Nós encontramos 20 mil alunos do ensino médio e vamos aumentar, até o final do governo, em 50 mil. Ou seja, serão 70 mil alunos que terão uma formação de ensino médio juntamente com a formação do ensino técnico. Como se fosse uma escola de tempo integral, que é o que eu desejava desde o início.

Essas oportunidades de trabalho não são incompatíveis com o aluno depois prosseguir o estudo, até de nível universitário, sempre que conclua o ensino médio. Mas já representam uma opção de trabalho.

Estou cansado de ver, pelo Estado afora, gente que estuda com muito sacrifício, faz um curso universitário, pago, de qualidade discutível. Ao  terminar, não consegue emprego, ou não passa no exame da OAB porque não fez um curso de Direito de boa qualidade. Não teve tempo para se dedicar durante cinco anos de forma adequada a esse curso. E também porque tem excesso de formandos nessa área.

Ora, a opção do ensino técnico é uma opção de mercado de trabalho muito boa e funciona, aliás, de maneira mais econômica do que o próprio sistema estadual de ensino. Isto é que é interessante e cumpre, também, aquela que, a meu ver, é uma função dos governos estaduais: proporcionar o ensino técnico, função mais própria do Estado do que do município, do que do governo federal. O que não impede que o governo federal esteja embarcando em programas assim, quando, na verdade, deveria fazer parceria direta com os Estados, proporcionando recursos, estabelecendo critérios para fortalecer os sistemas estaduais. Seria mais econômico, mais ágil, mais flexível do ponto vista da necessidade de desenvolvimento de cada lugar. Mas, de todo modo, estamos tocando o nosso trabalho diretamente.

Eu tenho certeza de que, com a qualidade – a prova é o comportamento do mercado de trabalho que o Estado de São Paulo necessita – nós temos que eliminar essa defasagem perversa. Muitas vezes, uma empresa se instala, gera empregos, o desemprego é um problema número um do Estado e número um da juventude. Ora, a empresa se instala e não tem gente qualificada. Isso acontece com muita freqüência. Às vezes, tem que vir até de outros Estados, em certos casos.

Nós estamos eliminando essa defasagem na direção de um sistema flexível, capaz de reajustar a sua oferta de alunos formados às necessidades da demanda das empresas, às necessidades da demanda do nosso desenvolvimento.

Eu queria não só dar os meus parabéns aos formandos e às formandas de hoje. Português é uma língua machista. Mesmo sendo, às vezes, maioria de mulheres. Eu suspeito que é. É maioria de mulheres ou não? Professores e professoras? Meio a meio, mas somos obrigados a pôr o plural sempre no masculino, pelo português.

Mas eu dizia: não apenas quero dar os parabéns aos formandos e formandas, como também convocá-los nessa tarefa de emancipar São Paulo em matéria técnica e tecnológica.

Nós podemos fazer o que nós quisermos. O governo, a direção, a Secretaria, o Centro Paula Souza. Mas onde a melhora vai acontecer é na sala de aula, é no laboratório, é em cada escola. É partir da capacidade, da boa vontade, do compromisso, da solidariedade dos nossos professores e professoras.

São Paulo depende de vocês, e eu tenho certeza de que vocês vão corresponder.

Muito obrigado.