Inauguração Etec de Artes

Escola funcionará no Parque da Juventude, onde funcionou o complexo penitenciário do Carandiru

ter, 13/05/2008 - 19h42 | Do Portal do Governo

O governador José Serra anunciou nesta terça-feira, 13, os primeiros resultados do Programa de Expansão do Ensino Profissional do Estado de São Paulo.  O anúncio ocorreu durante a inauguração do prédio que abrigará a nova Etec de Artes, no Parque da Juventude, zona norte da capital, onde funcionou o complexo penitenciário do Carandiru.  Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Queria dar uma boa tarde a todos e a todas, cumprimentar o vice-governador, secretário Alberto Goldman.

Queria saudar aqui os secretários presentes de Esporte, Gestão Pública, Saúde e Trabalho. A Laura Laganá, superintendente do Centro Paula Souza. Os deputados estaduais Jonas Donizette, Celino Cardoso e Uebe Rezeck. O doutor Pedro Kassab, presidente do Conselho Estadual de Educação. A Márcia Loduca, diretora da ETEC Parque da Juventude. A Marisa, professora responsável pela instalação da ETEC de Artes. Ela mesma já estreou aqui tendo uma queda absolutamente estética. Escorregou de uma forma bonita.

Queria cumprimentar também o vereador Cláudio de Sousa, o Claudinho, que é aqui da região. Um vereador batalhador. Os subprefeitos de Santana, Tucuruvi, Vila Maria, Mooca e Jaçanã. Os diretores, professores e colaboradores do Centro Paula Souza e os alunos e alunas aqui presentes. Aliás alunas, porque as três primeiras colocadas que aqui apresentaram são mulheres. O que mostra que as mulheres estão tendo um aproveitamento bom do sistema Paula Souza. Para não dizer melhor que o dos homens, o que é obvio.

Bem, eu queria, em primeiro lugar, agradecer a Assembléia Legislativa pela rapidez na aprovação do Plano de Carreiras. Nós mandamos em 12 de março e no dia 16 de abril ele já estava aprovado. É uma agilidade que decorre do espírito de colaboração da Assembléia, mas também da importância do Centro Paula Souza e da sua expansão. Trata-se de instituição que tem orgulhado o Estado de São Paulo, ao governo e até a mim, pessoalmente.

Recapitulando os resultados do último ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, onze ETECs da Capital ficaram entre as cem melhores escolas públicas e privadas da cidade. E em cinqüenta e nove municípios de São Paulo, as ETECs ficaram em primeiro lugar entre as escolas públicas. É um resultado significativo, se a gente levar em conta também que o custo por aluno do ensino médio numa ETEC é mais ou menos equivalente ao custo por aluno na rede de ensino. Quer dizer, não há uma situação privilegiada do ponto de vista de gastos. O que existe é um padrão de qualidade que certamente pode melhorar ainda muito, mas que é bastante satisfatório em relação à média do sistema.

Como nós vimos aqui, não são só as ETECs que fazem bonito, mas também seus alunos e suas alunas. A Carolina, que foi a primeira colocada no curso de Fisioterapia, a Luciana, primeira colocada no curso de Desenho e a Thaís, primeira colocada

em Psicologia. Uma

da ETEC de São Paulo, outra da ETEC de São Paulo e outra da ETEC Getúlio Vargas. Ou seja, não apenas as escolas como um todo vão bem, mas também temos destaques entre seus alunos. Por isso, aliás, é que nós estamos homenageando as vinte e cinco ETECs que mais se destacaram no ENEM e estendemos essa homenagem aos professores, funcionários e alunos delas.

A excelência do Centro Paula Souza fez que, logo no inicio, desde antes de começar o governo, eu já tivesse definido que faríamos um vigoroso processo de expansão. As FATECs nós encontramos vinte e seis. A nossa meta mínima é deixar cinqüenta e duas, o dobro. Dessas vinte e seis a mais, nós já instalamos  treze. Metade, ou seja, andamos metade do caminho em um ano e meio, menos de um ano e meio. O que permite prever que nós completaremos o caminho antes de terminar o governo, com folga.

Nas ETECs, estamos promovendo uma expansão de cem mil novas vagas. Cem mil. O que ultrapassa em trinta mil as vagas que nós encontramos. Ou seja, nós mais do que duplicamos – um aumento de quase duas vezes e meia. E no ensino médio, vamos ter cinqüenta e uma mil matrículas a mais, como um elemento de suporte de uma estratégia de melhora do ensino médio

em São Paulo

– ponto mais fraco de todo o nosso sistema de ensino. Porque houve uma expansão quantitativa muito grande, mas foi acompanhada de uma deterioração na média da qualidade desse ensino.

Já no segundo semestre deste ano, o número de vagas nas ETECs terá aumentado 22,5% comparativamente ao primeiro semestre de 2007. Isso mostra a rapidez com que estamos perseguindo essas metas. Passamos de vinte e nove mil vagas nelas para trinta e cinco mil e quinhentas. Nas FATECs, o número de vagas vai crescer 72%. Ou seja, entre esses dois semestres, de quatro mil cento e setenta para mais de sete mil, em trinta e nove cursos.

No ensino médio, as vagas terão subido 88,5%. Estou dando esses números intermediários para mostrar a rapidez deste avanço. Nesse contexto, nós entregamos aqui – no ano passado – o prédio I, onde agora funciona a ETEC Parque da Juventude, voltada aos cursos técnicos de Museu, Enfermagem e Informática. Eu vim aqui inaugurar. Esse ia ser um prédio administrativo da Secretaria da Cultura e a da Saúde. Nós mudamos a orientação e entregamos para que funcionasse como escola técnica.

Na verdade, parece até que foi feito para escola técnica: é extremamente apropriado. E agora inauguramos o prédio II deste complexo, onde funcionará a ETEC das Artes. Investimos aqui uns R$ 200 mil para reformar o prédio, dotar de equipamentos para as atividades que correspondem à ETEC das Artes. Ele, inicialmente, vai oferecer cursos técnicos de Música e de Dança. No próximo ano, terá novos cursos de apoio a espetáculos, como iluminação, figurino, maquiagem e gestão. Os cursos estão sendo feitos em parceria com a Fundação Padre Anchieta.

Nós vimos, há pouco, uma apresentação muito bonita de dança de um pessoal de Ipaussu, que é uma ETEC de dança. O vice-governador fica se perguntando: Mas isso não é uma profissão técnica? Não é uma escola técnica, mas entrega uma profissão. E as artes – eu acho cada vez mais – devem ser entendidas como algo técnico, no sentido mais amplo.

A propósito, é importante a gente ter presente a força das ETECs e das FATECs no mercado de trabalho. Os levantamentos mostram que nas ETECs chega até 80% o número de alunos que terminam o curso já tendo um emprego. E é gente que não precisa nem ter o ensino médio completo. É uma alternativa ótima para o mercado de trabalho, porque o aluno vai fazer o ensino médio junto com a escola técnica. Já nas FATECs, essa porcentagem chega até a 90%, em matéria de emprego. Às vezes, eu vejo tanta gente fazer esforço para pagar uma faculdade particular de Direito, por exemplo. Não tenho nenhuma pinimba com Direito, mas para dar o exemplo de Direito, cinco anos, um sacrifício tremendo. Termina, depois não consegue passar no exame da OAB, ou quando passa não consegue emprego.

Gastou muito dinheiro, gastou tempo e a pessoa obteve uma certa frustração. Aqui no Paula Souza, é exatamente o oposto. É menos tempo, mais especialização, mais emprego, mais realização pessoal. Este plano de carreira dos docentes técnicos tem um duplo ou triplo objetivo. De um lado, atender às necessidades atuais e futuras do Centro Paula Souza, que está se expandindo muito. Eu tenho receio de que a expansão possa prejudicar a organização, a estruturação e a qualidade. Segundo, melhorar a qualidade dos cursos ministrados. Terceiro, dar aumento de salário, porque – não tenhamos ilusão – essa história de reestruturação de carreira é um eufemismo feito para falar aumento salarial. Às vezes, o funcionário fala: Não é aumento, é reestruturação de carreira. É verdade, mas é para ganhar mais. O que é legitimo reivindicar. É o que nós fizemos agora, com esse projeto.

Estamos criando pelo projeto, também, vinte e dois mil cargos, mais ou menos, para docentes, auxiliares de magistério e técnicos administrativos. O reajuste médio de hora/aula é de 49%. Estamos corrigindo também, entre 10 e 40%, os salários dos técnicos administrativos das ETECs e das FATECs, em razão do tempo de serviço e outros benefícios.

Agora é também importante – e isso é uma pequena solenidade lá fora que nós fizemos – que nós estamos procurando também facilitar a acessibilidade para ETECs no Interior, localizadas em áreas agrícolas. Trinta e cinco delas. Por isso, entregamos trinta e cinco vãs, há pouco, para o transporte de alunos. E também para escoamento da produção de cada unidade, entre outras funções desses veículos, onde, aliás – estive vendo – cabem quinze passageiros. Realmente é um milagre de uso do espaço, porque não é tão grande assim.

O Centro Paula Sousa na verdade, tem a cara e a alma de São Paulo. Eu me lembro de quando estudei na Politécnica, quando era lá no Bom Retiro. E quando eu voltei, já tinha aulas, em 80, também na Cidade Universitária. Foi um erro. As faculdades que estavam instaladas deviam ter ficado onde estavam, e a Cidade Universitária deveria ser uma frente de expansão. Mas eu fiquei meio deprimido quando eu vi que não tinha mais nada da Poli, lá na Avenida Tiradentes.

Eu não sabia o que era FATEC, nem ETEC. Acho que não existia até 64. Foi quando eu saí do Brasil exilado, voltei só em 78 e fiquei meio deprimido. Bem aqui na escola técnica, no lugar da Poli, que era o máximo, em matéria de Engenharia. Mas – ao longo dos anos – fui aprendendo a me orgulhar de ter como sucessora da Poli a FATEC e a ETEC que tem lá. Realmente, honram a tradição daquele espaço que foi tão importante para o desenvolvimento da técnica no Brasil. Como eu disse, o Centro Paula Souza tem a cara e a alma de São Paulo, e traz oportunidades para a nossa juventude e para o nosso desenvolvimento.

Meus parabéns a todos vocês.