Inauguração do trevo entre Anhanguera e D. Pedro I

Evento aconteceu nesta quarta-feira, 3, e contou com a presença de José Serra

qua, 03/12/2008 - 20h18 | Do Portal do Governo

O governador José Serra participou nesta quarta-feira, 3, da inauguração do trevo de entroncamento da rodovia Anhanguera (SP 330), km 106,6, com a rodovia D. Pedro I (SP 065), em Campinas. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o prefeito Hélio, nosso amigo, parceiro. O secretário Mauro Arce, dos Transportes, a quem devemos muito do que estamos fazendo nessa área em São Paulo. Os deputados estaduais Célia Leão e Jonas Donizete. Os prefeitos de Mogi-Mirim, Sumaré, Montemor e Americana, aqui presentes. Mais algum? Que aqui tinham tirado o de Americana. Eu olhei. O diretor-geral da Agência Reguladora de Transportes de São Paulo, Sampaio Dória, nosso amigo de tantos anos. O Renato Vale, que é presidente do Grupo CCR, que é a concessionária aqui desta área, de estradas. O diretor-presidente da Auto-Ban, o Maurício Vasconcelos. O coronel da PM Francisco da Costa, subcomandante do CPI-2. O tenente-coronel da PM Ramires de Oliveira Domingues, que é o comandante do 4º Batalhão da Polícia Rodoviária. Vereadores, secretários municipais, subprefeitos, enfim, a todos e a todas presentes.

Vim hoje com muita alegria aqui a Campinas para participar do lançamento do sinal digital no sistema da EPTV e para fazer esta inauguração. Esta inauguração vai beneficiar pelo menos 100 veículos por dia. É incrível a movimentação aqui. Eu acho que era o Jonas que dizia de como, realmente, parece que nós estamos na frente de uma avenida, de uma avenida urbana e essas são estradas. Isso mostra a densidade econômica e demográfica desta região e a vantagem que esse sistema de ampliação e reforma do trevo vai trazer aqui para a cidade, mais ainda para um bairro da cidade, que é chamado de Cidade Padre Anchieta.

Na verdade, é um aspecto do muito que nós estamos fazendo na área de transportes em todo Estado de São Paulo e nesta região. Há pouco, fechamos a concessão de algumas rodovias, entre elas a Dom Pedro.  Pois bem, a concessionária vai gastar R$2,4 bilhões em investimento no sistema da Dom Pedro, quer dizer, vão ser centenas de quilômetros de marginais, ampliações, enfim, todo tipo de melhoria.

São Paulo já tem o melhor sistema rodoviário do Brasil. Isso não é nenhum chauvinismo, não é para contar vantagem, é uma realidade. Das 20 melhores estradas brasileiras, 19 são de São Paulo, mas se pegarem as 100, provavelmente, as 99. Realmente, nós temos que manter esse padrão de qualidade e manter significa caminhar sempre, porque aí tem que fazer para não ir para trás, porque o progresso econômico aumenta a demanda. Se nós não ampliarmos ou melhorarmos a infra-estrutura, logo, logo, ela se deteriorará e não servirá ao nosso desenvolvimento.

Temos várias obras programadas, entre elas a ampliação do anel viário de Campinas até Viracopos, que vai facilitar muito a expansão desse aeroporto. O prefeito Hélio sabe, já me ouviu dizer isso para o ministro da Defesa, que cuida dos transportes aéreos, que o futuro aeroviário de São Paulo chama-se Viracopos. Pode chamar novo aeroporto, etc., mas Viracopos é onde o investimento vai ter um retorno maior e mais rápido. Viracopos pode aumentar 30 vezes a sua capacidade, com relativamente muito menos investimentos que qualquer outro aeroporto em São Paulo e no Brasil.

Nós temos defendido a concessão de Viracopos e a rapidez nessas obras e estamos fazendo a nossa parte, que é pelo lado da estrutura viária e faremos, assim que o projeto do trem Rio-São Paulo se concretizar, a nossa parte, fazendo com que ele comece desde Campinas, o que facilitará também a utilização do aeroporto, que já poderá ser utilizado em grande escala com essa ampliação de natureza viária.

Além do mais, há uma outra obra que não é aqui, mas que vai servir muito para cá, para essa região e para todo interior, que é o complexo da entrada na Anhanguera que nós estamos fazendo em São Paulo, que, realmente, vai eliminar aqueles engarrafamentos que a gente encontra quando entra na Anhanguera. Estamos fazendo, se eu não me engano, quatro pistas elevadas, viadutos, alças, além de duas existentes. Está certo?

Realmente, é um investimento alto, mas que vai facilitar a vida da capital de São Paulo e vai facilitar a vida do interior, porque todo mundo que passa pela Anhangüera, às 18h, quer vir para a Anhangüera, sabe o suplício a que é submetido nos dias atuais.

Mas eu quero dizer também que no novo esquema de concessões nós incluímos a manutenção das vicinais existentes. Essa foi uma inovação. Vicinal, estrada vicinal, é a artéria. O sistema de vicinais é o sistema de artérias do organismo econômico e social e geográfico de São Paulo, e é muito difícil mantê-las. Elas são municipais, as prefeituras nunca conseguem fazer direito. O estado vem para remediar. Também não consegue fazer uma manutenção adequada. Pondo nas concessões, nós temos a garantia e para as concessionárias o gasto é mínimo, porque, na verdade, ela já tem todos os equipamentos; já tem o pessoal; já tem tudo. Então, pela primeira vez na concessão, está incluída a manutenção de vicinais.

Aqui, no caso da Dom Pedro, são uns 81 km, se eu não me engano. No estado, mil quilômetros e nós vamos procurar refazer os contratos pré-existentes com as concessionárias no sentido de incluir a manutenção das outras vicinais. Estamos fazendo, refazendo novas. Só nesta região são quantas, Mauro? São mais 40 estradas vicinais que nós estamos transformando em novas, praticamente. Daí a necessidade de ter um esquema adequado de manutenção.

Mas estamos investindo também fora das concessões e eu vou dar um exemplo: são cinco rodovias da região que têm obras, entre elas a estrada de Campinas. Estamos gastando aí R$172 milhões de investimentos para a recuperação e intervenções em 102 km de estradas. Tudo aqui da região.

Agora, há outras coisas. Não é o caso de eu me deter muito aqui, mas eu não posso deixar de mencionar algumas delas, principalmente a que se refere ao ensino técnico e tecnológico. Nós já inauguramos, já há três Fatecs na região de Campinas, mais ampliadas, que entraram em operação. Em Bragança, Mogi-Mirim e Piracicaba. Nós iniciamos. Mas vamos fazer mais seis. Foram três Etecs e três Fatecs. Mas vamos fazer mais seis escolas técnicas novas aqui na região campineira. Vai ser a região mais bem equipada do Brasil em matéria de treinamento de força de trabalho, de nível médio, para corresponder às demandas das empresas e oferecer emprego para a juventude.

Quem se forma numa Etec, que é um curso de um ano e meio para quem está no ensino médio. Nós damos também cursos de ensino médio que são os melhores do Brasil, através do Centro Paula Souza. Quem se forma, de cada cinco, quatro já têm emprego. Numa Fatec, Hélio, nove entre dez já têm emprego, ou seja, nós estamos dando oportunidades de futuro para a nossa juventude e, ao mesmo tempo, fortalecendo o desenvolvimento. O desenvolvimento do estado, da receita de impostos, sem aumento de carga tributária para poder ter mais investimentos na própria estrutura e na própria educação e na saúde.

Outra coisa que eu queria mencionar aqui é o que a Célia fez menção, que é a Rede Lucy Montoro, que nós estamos criando. O nome é em homenagem a dona Lucy, a mulher do Montoro, que era uma grande mulher. E nós estamos criando uma rede de hospitais de reabilitação, centros de reabilitação, para quem tem dificuldade de visão, de audição, de locomoção, de todos os tipos. Não temos isso, não temos uma rede estabelecida. Nós vamos fazer seis hospitais. Um já começou, já está em licitação em São Paulo, na rua Vergueiro. Outro aqui em Campinas, no Centro Boldrini, ao lado do Boldrini. É Boldrini? Que já começou aqui, porque nós cobrir o mapa do estado para que as pessoas não tenham que ter muito deslocamento. Essa, realmente, é uma iniciativa pioneira.

Nós estamos fazendo isso com dinheiro de investimento, que nós estamos juntando, porque o estado gasta muito em salários. Para vocês terem uma idéia, a folha de salários de São Paulo, incluindo tudo – universidades, etc. – é de R$ 45 bilhões por ano, sem contar outras despesas de gastos correntes, de custeio. Falta dinheiro, mas nós conseguimos ir juntando recursos, inclusive, agora, com a venda da Nossa Caixa.

Onde nós vamos investir esse dinheiro? Vamos investir em estradas, vamos investir em educação nas escolas técnicas e Fatecs, vamos investir na saúde, estamos trocando patrimônio. Porque o estado vai continuar tendo patrimônio, só que vai ser noutras áreas.

Vamos fazer também uma coisa que tem sido pouco noticiada. Criar uma agência, já está criada, de desenvolvimento. Um BNDES, um banco de desenvolvimento do Estado de São Paulo, que vai levar R$ 1 bilhão dos 5,5 da Nossa Caixa, para apoiar o crédito de investimento, capital de giro de pequenas e médias empresas em São Paulo, que são as que geram emprego no nosso estado, inclusive repassando recursos do BNDES, recursos do Banco Mundial, do Banco Interamericano. E eu digo isto nesta região porque eu não tenho dúvida que vai ser a região do estado que mais vai obter recursos, porque é a região mais próspera, eu não sei se vocês têm essa consciência. Essa, toda, é a região mais próspera, economicamente, de São Paulo e do Brasil e é uma região que, inclusive, está na frente do desenvolvimento tecnológico também, pelos institutos e pelas universidades que tem.

Portanto, estamos, realmente, conseguindo manter, elevar investimentos, e o que é mais importante, de boa qualidade, porque não adianta ficar investindo em qualquer coisa. Nós investimos com economia e com prioridade, naquilo que é essencial.

Quero dizer também, e isto para nós é uma questão que vai muito além da gentileza, que somos muito reconhecidos, à parceria que temos tido com a Assembléia Legislativa de São Paulo. O que o Donizete e o que a Célia disseram é verdade. Nós temos encontrado apoio na Assembléia. Apoio crítico; a Assembléia modifica as coisas; os deputados têm ação, são ativos, mas positivos. Temos conseguido aprovar tudo o que é bom e de essencial para São Paulo. Nós aprovamos negociação de dívidas tributárias, que trouxeram recursos para o estado; aprovamos, estamos aprovando agora, o Jonas é relator, um projeto que vai permitir, Hélio, regularização fundiária em São Paulo, que é uma coisa incrível o número de imóveis irregulares. Três milhões. Nós vamos resolver esse problema, junto com as prefeituras. O que o estado está fazendo é criar a condição, inclusive com os cartórios. Estamos mexendo aí para isentar de pagamento no primeiro registro. Depois, vai ser bom negócio para os cartórios, porque isso entra no mercado, preparando, realmente, uma ofensiva que vai resolver, é pioneira no Brasil. É! no Brasil! Não há uma experiência semelhante em nosso país. E temos tido, para isso, o apoio e a contribuição positiva da Assembléia Legislativa, que eu espero também que aprove logo aquela lei anti-fumo, que gera controvérsias, mas que é muito importante.

Bem, queria também agradecer a parceria dos prefeitos. Aqui, tem prefeitos de todos os partidos. Dizer o seguinte: nós não descriminamos ninguém. O Denadai foi candidato em Americana. Tinha um candidato do PT que faturou, na eleição, com verba do Governo do Estado, que fez pavimentação, aumentou. Ele não disse muito que era do estado, mas fez do estado. Mas nós tratamos os deputados de maneira isonômica e tratamos as prefeituras também. A única coisa que eu quero é que quando é uma obra do Estado, no município, em parceria, que também apareça o nome do Governo do Estado. Porque os eleitores cobram, o que vocês estão fazendo, o que não estão e tal. Então, isso é muito importante, mas, de resto, são todos parceiros, de qualquer partido. É assim que são recebidos pelo governo, é assim que são tratados. Quando não forem, é só fazer chegar a meu conhecimento. Porque nós não governamos para partido, nós governamos para o povo de São Paulo. Isso é muito importante. Nem para partido, nem para amigo. É isso.

Quero dizer a vocês que nós contamos muito com vocês, contamos muito com essa região. Eu, particularmente, sou ligado à região profissionalmente, porque a minha carreira acadêmica foi feita, toda, na Unicamp, na Universidade de Campinas. Quando eu era do governo Montoro, modéstia à parte, com o Pinotti reitor, nós construímos praticamente a Unicamp, dobramos a área construída, que deu condição de infra-estrutura para a universidade manter o seu padrão das melhores universidades do Brasil e da América Latina e, portanto, tenho um vínculo muito pessoal, aqui com essa região, e muito orgulho de que ela seja o que é e esteja sendo cada vez melhor.

Contem conosco da mesma maneira que nós contamos com vocês, e contem comigo, pessoalmente. Muito obrigado.