Inauguração do novo campus da Unesp em Franca

Obra recebeu investimento de cerca de R$ 20 milhões do governo estadual

ter, 13/01/2009 - 20h26 | Do Portal do Governo

O governador José Serra inaugurou nesta terça-feira, 13, o novo campus da Faculdade de História, Direito e Serviço Social (FHDSS) da Unesp, em Franca. Com investimento de cerca de R$ 20 milhões e 140 mil m² de área construída, a unidade vai oferecer cursos de Direito, História, Relações Internacionais e Serviço Social. No mesmo dia, Serra entregou a ampliação do campus de Rio Claro, com salas de Física e Geografia. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Governador: Queria cumprimentar o prefeito, o Sidnei. Eu nunca disse que ele era chorão, só para deixar isso claro. Ele chega para mim e diz: “Você sempre diz que eu sou chorão”. Mas eu nunca falei, mas aí já fiquei com a (…). Ao contrário, ele é, ele não chora, ele briga. É brigador, isso, sim.

Queria cumprimentar o nosso secretário do Ensino Superior, Carlos Vogt, que foi reitor da Unicamp, hoje está conosco, está organizando um grande programa do qual a Unesp faz parte, que é a Universidade Virtual. Nós vamos criar um canal de televisão digital, pela TV Cultura. Não vai ser o canal da Cultura, vai ser um outro canal, novo, dedicado ao ensino. Estamos fazendo isso inicialmente com as nossas três universidades, com a USP, com a Unicamp e com a UNESP. A Unesp é uma parceria importantíssima desse trabalho.

Queria cumprimentar aqui o deputado estadual Roberto Engler e dizer aqui, de público, que, realmente, a obra deste campus aqui se deve, foi uma condição necessária ao trabalho do deputado que já vem por décadas, quando ele ainda tinha cabelos escuros. Vocês podem imaginar quanto tempo faz. Aliás, eu já expressei minha reclamação para ele porque ele me botou num outdoor junto com ele e embranqueceu os meus poucos cabelos. Aí não tem cabimento.

Queria cumprimentar também o professor Marcos Macari, reitor da Unesp, que está deixando o cargo nesta semana e marcou sua gestão com muitas iniciativas e muita competência.

Queria cumprimentar também o bispo da diocese de Franca, dom Caetano Ferrari. O vice-prefeito de Franca, Ary Balheiro. Queria cumprimentar os prefeitos aqui presentes de Igarapava, Rifaina, Miguelópolis, Pedregulho, São José da Bela Vista, Sales Oliveira, Cristais Paulista, prefeito em exercício, Ribeirão Preto, Orlândia, Batatais, Aramina, Restinga, São Joaquim da Barra e Buritizal. E ao vereador, também Jepy Pereira, que representa a Câmara Municipal aqui de Franca.

Por último, o diretor da Faculdade de História, Direito e Serviço Social da Unesp deste campus, o Ivan Aparecido Emanuel. Junto com ele, quero cumprimentar também o Herman, que é o futuro reitor, que vai assumir nesta semana.

Queria também cumprimentar a Maria Abadia Garcia, que representa a Infacap, instituição que doou a área onde foi construído este novo campus. Queria cumprimentar também os secretários municipais aqui presentes, diretores, professores da Unesp, alunos.

Enfim, é um dia hoje de alegria. Aliás, nós temos três inaugurações nesta semana. O novo campus aqui em Franca, hoje mesmo em Rio Claro e em São Paulo, na Barra Funda, um campus que realmente vai ser pioneiro, porque está no centro da cidade. É um instrumento de recuperação, também, do desenvolvimento urbano lá. E foi, realmente, obra do Macari. Foi iniciativa dele. Eu ajudei como prefeito, o Gilberto Kassab continuou com isso, ajudei como governador. Mas muito do mérito deste campus da Barra Funda é do reitor que deixa o seu cargo nesta semana.

Lá vão funcionar os institutos de Artes e de Física Teórica. É a ciência, o conhecimento e as artes avançando no Estado de São Paulo. Eu quero dizer que, na minha experiência de governador – não quero aqui criar ciumeira com as outras universidades – a mais cooperativa é a Unesp. Fazer uma declaração aqui pública. O Vogt faz cara de paisagem para não se comprometer com o que o governador está dizendo. Mas o problema, as reclamações chegam para ele depois.

No programa que nós criamos de cursinho gratuito para a universidade, a Unesp foi a que mais se dispôs a fazer isso. Quer dizer, gratuito, mas o Governo do Estado paga a universidade. Naturalmente, é uma quantia modesta, levando em conta os cursos que são dados também por alunos. Eu mesmo fui professor de cursinho quando cursava a Politécnica de Engenharia, e sei que os alunos universitários têm excelente condição de dar aula para cursinho. E a Unesp foi a que se colocou à frente deste programa.

É uma universidade criada há pouco mais de 30 anos. Na verdade, reuniu várias faculdades isoladas, que inicialmente havia no Interior de São Paulo. Eu conhecia todas, porque quando era líder estudantil em São Paulo, presidente da União Estadual dos Estudantes, nós fazíamos a UEE Volante e íamos fazendo agitação em cada uma dessas cidades, onde havia as faculdades isoladas.

Foi uma boa iniciativa do governador Paulo Egydio ter juntado essas universidades, dado uma organicidade a essa junção e, a partir daí, aberto um processo de expansão. É uma universidade naturalmente descentralizada, muito mais do que a USP, do que a Unicamp. A Unicamp tem campus, agora, em Limeira. A USP tem em São Carlos, tem na Zona Leste. Mas o fato é que a Unesp é essencialmente descentralizada.

São 32 unidades, além de sete unidades complementares, três colégios técnicos, três de ensino médio, 168 cursos de graduação. Vocês vejam a amplitude: 109 programas de pós-graduação, mais de 46 mil alunos. Maior, portanto, bem maior do que a Unicamp, e talvez um pouco abaixo da USP. Só de professores são quase 3.400, e perto de sete mil funcionários.

Portanto, é uma universidade aberta geograficamente e que se situa em 23 cidades do Estado de São Paulo, que mostra a face da descentralização à qual eu fazia referência.

Bem, a Unesp aqui de Franca, além dos cursos de Direito, de Serviço Social e de História, tem também um trabalho de integração com a comunidade. Temos aqui a Universidade Aberta à Terceira Idade, o Núcleo Agrário Terra e Raiz, que trata de questões relativas à reforma agrária. A Ejur, assessoria e consultoria jurídica que mantém parcerias com a Prefeitura, o Procon e o Ministério Público. O Centro Jurídico Social, que dá assistência jurídica gratuita à população carente, e o cursinho pré-vestibular gratuito, conjuntamente com o Governo do Estado.

Além disso, quero dizer que nestes cursos aqui existentes, da Unesp, vai se desenvolver também o curso de Relações Internacionais, cada vez mais importante e que forma e formará cada vez mais profissionais com especialização numa área vital para o desenvolvimento do nosso País e para a política externa brasileira.

Bem, a área aqui é de 213 mil metros quadrados. Temos 13 mil de área construída, em sete prédios. É uma obra que custou perto de R$ 14 milhões, financiados inteiramente com recursos do Tesouro, diretamente da Secretaria da Fazenda e indiretamente por intermédio da Universidade. Mas as Universidades vivem dos recursos do Tesouro do Estado, da arrecadação de impostos pagos pelos paulistas.

É um patrimônio material que está associado a um patrimônio imaterial, digamos, que é indispensável para o desenvolvimento do nosso Estado. Aliás, aqui em Franca nós criamos uma Faculdade de Tecnologia, uma Fatec. Aqui, aliás, tem uma turma especializada na gestão da produção de calçados. Isso é uma coisa inédita no Brasil, e vem exatamente na terra do calçado, porque Franca é uma das cidades mais importantes, não apenas de São Paulo como do Brasil, na produção de calçados. Nós do Governo do Estado, estamos dando apoio sob vários aspectos: do ponto de vista tributário, com alíquotas menores na compra de couro no atacado por parte dos produtores locais. No produto mesmo de couro, há várias questões pendentes, vários pleitos aqui que estamos examinando.

Ontem mesmo, os líderes empresariais de Franca me entregaram um documento a respeito da questão tributária. Eu vou aguardar o retorno do secretário da Fazenda, que está viajando, para tratar ponto por ponto com ele. O fato é que os dados que o Sidnei aqui dava a respeito de arrecadação impressionam. Impressionam porque, realmente, é uma arrecadação muito abaixo da média do Estado. E, no entanto, Franca tem um desenvolvimento acima da média.

É interessante ter isso presente. Tem uma performance bem acima da média do Estado de São Paulo, tem uma Prefeitura competente. O Sidnei era dos prefeitos mais bem avaliados, ficou disputando com o Barjas, de Piracicaba, entre as cidades médias e grandes, quem era o melhor avaliado, e perdeu para o Barjas em matéria de percentual de votos. Mas teve um percentual de votos que eu só queria uma vez na vida ter, porque é altíssimo. Isso governando com padrão de austeridade, com padrão de seriedade.

Mas, falando de ensino, não apenas criamos aqui uma Fatec, mas criamos também, na região, muitas vagas na área de ensino técnico.

Em sete Etecs aqui da região, nós aumentamos em 77% o número de vagas porque, na verdade, muitas vezes as pessoas confundem expansão com prédio novo, ou com partir do zero. Nós estamos aumentando em 77% o número de vagas. É como se estivesse criando 77% novas Etecs que permitissem aumento de vagas. São cerca de 880 vagas, em toda a região, sempre afinados com as necessidades do desenvolvimento regional: cana-de-açúcar, calçados, fruticultura. Enfim, um conjunto – a área da saúde, como temos em Bauru – um conjunto de atividades que impulsionam o desenvolvimento do nosso Estado.

Aqui tem também um dado que é auspicioso nesta região: é a coleta, o tratamento de esgoto e o abastecimento de água. São índices altíssimos: 100% de água, 97 de coleta, 98 de tratamento.

Mas estamos olhando também para o futuro. Começaremos, neste ano, um investimento grande para criar um novo sistema de abastecimento de água, o Sistema Sapucaí, aqui em Franca, que vai ser muito importante. É um investimento – para vocês terem uma idéia – da ordem de R$ 126 milhões, feito pela Sabesp nos próximos anos. Sem descuidar das coisas de curto prazo. Estamos aqui fazendo uma obra de reversão dos esgotos dos bairros do Jardim Domínio e São Joaquim, para a estação de tratamento da cidade. Esgoto significa saúde, meio ambiente e saúde. E boa saúde.

Enfim, muita coisa. Na área de estradas, o que preocupa muito aqui a região, essa famosa e mal chamada, ou bem chamada, infelizmente, curva da morte, na rodovia Candido Portinari, que entrará em licitação depois de amanhã. São cerca de três quilômetros que vão ser duplicados, mais três viadutos para eliminar a periculosidade dessa estrada. 

São Paulo tem as melhores estradas do Brasil, de longe. Na nossa gestão, nós estamos ampliando muito a rede, na quantidade e na qualidade. Mas temos que manter, porque estrada é uma coisa que se põe a perder. Por isso, estamos refazendo toda a rede de estradas vicinais em São Paulo.

São 12 mil quilômetros. Aqui na região, já foram 430 quilômetrose vão entrar mais 700 ou 800, dependendo do conceito do que é a região, que vão ser recuperados. Sem falar de vicinais novas, de novas pavimentações, como é o caso da Estrada do Leite, também uma briga grande aqui do Engler, não é? Hem? Obrigado. Receber água da prefeita de Ribeirão é um motivo de honra. Água da Sabesp.

Mas, enfim, quero dizer, como coisas importantes que nós temos pela frente, eu destacaria duas: o Poupatempo e o AME, Ambulatório Médico de Especialidades. Um AME foi criado, concebido por nós, exatamente para melhorar as consultas, que é o grande gargalo. Uma consulta de ortopedia é uma coisa muito difícil de se fazer em São Paulo, só para dar um exemplo. E, ao mesmo tempo, aliviar os hospitais, porque os hospitais hoje ficam sobrecarregados porque têm que atender coisas que não são de hospitais, como consultas.

Então, nós criamos os AMEs, que têm um padrão básico, variam de região para região. São 40 no Estado de São Paulo inteiro. O de Votuporanga, que não tem cirurgia, atende 15 mil pessoas por mês e dá cinco mil exames médicos. O de Santa Bárbara do Oeste vai fazer milhares de cirurgias eletivas, breves, uma espécie de esquema de hospital-dia. Mas é uma rede diferente que otimiza, melhora muito a qualidade do atendimento à saúde.

Estava aqui combinando com o prefeito, ele tem que dar o prédio. Dando o prédio, a gente instala. Até o fim do ano, este AME estará funcionando aqui em Franca.

Segunda coisa, o Poupatempo. Ele dá o prédio, mas a manutenção é inteiramente do Estado. E vocês sabem que, na área da saúde, o que custa mesmo é manter. A gente constrói um hospital, ele custa por ano aquilo que custou para construir. Com educação e saúde é assim, o custeio é o elemento essencial. Ao mesmo tempo, o Poupatempo, que nós vamos fazer aqui também na cidade como uma obra regional.

Não é um Poupatempo para Franca, é um Poupatempo para Franca e para a região e que poupa tempo de verdade. Esta é uma iniciativa que começou com o Mário Covas, foi reforçada pelo Alckmin, pelo Lembo e na minha gestão nós estamos aumentando em 50% a capacidade de atendimento dos Poupatempos no Estado. Poupatempo esse que beneficia a população toda, porque documentos que demoram um mês, dois meses, tem que voltar várias vezes, etc., muitas vezes são tirados na hora, com um bom atendimento. Altamente aprovado pela população do Estado.

Portanto, quero aqui deixar, nesta visita, esses dois anúncios. E dizer também que na área de vicinais, aqui em Franca, nós vamos fazer a recuperação – Sidnei – das estradas que vão para Minas: Claraval e Ibiraci, que estão aqui encostadas em Minas Gerais.

A parte mineira, as cidades lá vão ter que fazer, porque não vamos fazer também obras em Minas. OAécio é amigo, tudo bem, tal, mas também não dá para fazer obras em outro Estado. Ea estrada entre Ribeirão Corrente, Cristais e Jeriquara, que vai ser pavimentada. São 14,6 quilômetros. É uma SP.

Portanto, são anúncios que eu queria aproveitar – estando aqui com a comunidade de Franca – para fazer. Nós estamos trabalhando, trabalhando muito, e desde o primeiro dia.

Eu me lembro de uma citação de um autor que eu só li praticamente quando estava no Curso Científico. Naquela época, tinha Científico e eu fiz o Científico. Não, eu não fiz o Clássico, eu fiz o Científico. Tinha o Clássico também. O clássico era para quem queria saber Latim, coisas assim, que é o que você fez. Eu fiz o Científico porque, infelizmente, eu era craque de Matemática. Se eu gostasse de Latim, teria virado advogado. Eu não sei o que daria como advogado.

Aliás, o Engler é professor de Matemática, o que prova que Matemática também é capaz de ter uma abertura boa para a vida pública e para a política. Mas por que eu estava dizendo isso? Agora que é a história. Hem? O que é? Ah, não. Platão, Platão. E nós tínhamos um curso de Filosofia no primeiro ano do Científico. Não, no terceiro ano. E é uma coisa que me ficou na cabeça. Depois eu fui dando volta, outro dia até reencontrei uma citação de Platão que diz o seguinte: “O fundamental para qualquer empreendimento – inclusive governo – é começar direito, começar trabalhando”.

Isso nós fizemos. Modéstia à parte, eu fiz isso na Prefeitura de São Paulo e no Governo do Estado. Os prefeitos sabem disso, não houve descontinuidade, não houve aquele negócio de dizer: “Não, passa seis meses tomando pé, etc.”. Nós achamos que governo não deve ser objeto de aprendizado. Claro que todo mundo aprende, mas não é possível que vire curso de pós-graduação, de graduação, as pessoas chegam lá sem saber o que fazer, e demoram anos para aprender. Quando estão aprendendo, já terminaram o mandato e vão ganhar bem na área privada, mas a área pública não se beneficiou disso.

Portanto, estamos trabalhando desde o primeiro momento, e vamos trabalhar até o último momento. Agora, há pouco, na televisão, me perguntaram sobre a candidatura a presidente. Eu disse: “Olha, esse é um assunto que está na mídia de hoje, a mídia gosta”. Todo dia, eu tenho o clipping e tem lá as notícias. Onde aparece o meu nome, em geral, vem separado e 80% das notícias tratam de candidatura.

Mesmo ontem, Sidnei, o que eu falei lá no encontro de calçados – que modéstia à parte foi muito importante, sobre os problemas que o setor está vivendo – não saiu na imprensa. O que saiu foi Serra é candidato, a Dilma é candidata, isso, aquilo, etc. Na verdade, era um questão fundamental e eu estou concentrado (…). A imprensa, legitimamente, está concentrada na questão político-eleitoral de 2010 e eu, legitimamente, estou concentrado no Governo do Estado. Quer dizer, em trabalhar para honrar o mandato que me foi entregue – no primeiro turno – com 58% dos votos, e aqui em Franca com mais de 75%, não foi? Hem? 67%.

É praticamente na mesma. A aprovação aqui é muito alta também. É uma responsabilidade muito grande e nós temos que trabalhar bastante para poder honrá-la. Trabalhar em todos os lugares de São Paulo, que é o que nós estamos fazendo em Franca, na região de Franca, na região de Ribeirão, cuja prefeita se encontra aqui, dá a honra da sua presença, em todas as regiões do Estado. Vocês podem ir para qualquer região e vocês vão ver que o governo está presente – como nunca esteve.

Os prefeitos são pressionados para fazerem as coisas. Ao contrário de estarem indo atrás, nós é que vamos atrás, na maior parte das vezes, dos prefeitos. Por exemplo, o caso de Serrana, onde vamos ter um hospital estadual. O hospital não saiu a tempo. Por quê? Porque nós estamos cobrando da Prefeitura. A Prefeitura é que tem que andar mais depressa nisso e nós estamos em cima, porque a Prefeitura precisa entregar o prédio. E isto se repete no conjunto do Estado.

E vamos continuar trabalhando assim nesse ritmo. Contamos muito com vocês, contamos com Franca, com Ribeirão, com toda a região. Quero dizer a vocês que continuem contando conosco, que continuem contando comigo, pessoalmente.

Muito obrigado.