Inauguração do Hospital Cândido Fontoura

Discurso aconteceu nesta terça-feira, 9, na Água Rasa, zona leste da Capital

ter, 09/10/2007 - 19h08 | Do Portal do Governo

O governador José Serra inaugurou nesta terça-feira, 9, as obras de ampliação e modernização do Hospital Infantil Cândido Fontoura, na Água Rasa, zona Leste da Capital. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Boa tarde a todos e a todas. Queria dizer da minha alegria de vir aqui à Mooca. Eu devo ser o único que conheceu o hospital na época em que foi construído. A diretora não tinha nem nascido ainda.

É bastante interessante vir aqui, voltar aqui. Virou um novo hospital, mas ao mesmo tempo tem muito do antigo também. É uma obra muito bem feita: como o Ministro Temporão sublinhava, fez-se uma construção alegre, ajustada ao mundo infantil, e eu tenho certeza de que a qualidade corresponde e vai corresponder a este meio ambiente agradável.

Queria cumprimentar o ministro Temporão; o prefeito da cidade, Gilberto Kassab; os deputados estaduais aqui presentes, o Uebe Rezek, que é médico, e o João Barbosa; ambos têm nos apoiado bastante nas questões de saúde e em outras na Assembléia Legislativa; o secretário Luiz Barradas Barata; os vereadores Carlos Alberto Bezerra, que é médico, e a Marta Costa, que é uma batalhadora, também nesta área; Januário Montone, secretário municipal da Saúde; Ana Maria Chaddad, que nos falou, a diretora do hospital; os subprefeitos da Mooca, Eduardo Odloak; de Aricanduva, o Vicente Marques; da Penha; o José Araújo Costa; e de Ermelino Matarazzo, o Eduardo Camargo Afonso.

Finalmente, queria cumprimentar os membros do corpo clinico, administrativo, funcionários, colaboradores do hospital e também as voluntárias, que têm um papel tão importante no nosso Estado e no nosso País, na melhoria, no acolhimento da atenção hospitalar.

Aqui foram investidos praticamente R$ 23 milhões, no sentido de ampliar praticamente todos os serviços do hospital e introduzir novas modalidades. Não vou detalhar muita coisa, mas vale a pena registrar que aqui foram instalados o novo centro cirúrgico e uma nova unidade de UTI pediátrica. Foram também construídas unidades de neonatologia, UTI neonatal e central de esterilização de materiais. A reforma realmente foi ampla e geral. Agora, o pronto-socorro, com capacidade para atender 12 mil pessoas por mês, terá seis consultórios e também vai desafogar bastante esse setor que é crítico aqui na cidade de São Paulo.

Na retaguarda de emergência, o número de leitos aumentou 50%, de 14 para 22. A UTI duplicou, passando de 14 para 28 leitos, e o número de cirurgias vai crescer 80%. O ambulatório vai passar de 10 para 13 consultórios, o número de salas cirúrgicas de dois para quatro e todo o hospital foi informatizado.

Vamos ter também uma UTI móvel aqui, e cada ala passou a ser identificada por uma cor diferente. Painéis coloridos com temas infantis foram espalhados pelo hospital.

Enfim, foi uma obra lenta porque foi feita junto com o hospital funcionando. Começou no governo Alckmin, há mais ou menos dois anos, passou pelo governo Lembo e coube a nós a sorte de promover esta inauguração. Trabalharam aqui 146 operários.

Queria sugerir ao Barradas uma coisa que o Kassab fez nos CEUs que tem inaugurado: juntou todos os operários que trabalharam e tiraram uma foto que ficou estampada em uma parede lá, e vai ficar para sempre. Eu acho que vocês podiam adotar isso na área da saúde, nessas obras que você não pára de fazer. Vai ter muita oportunidade para fazer isso.

Nós estamos dando uma batalha grande pela saúde em São Paulo.

Talvez a principal inovação seja fazer 30 novos AMEs – Atendimento Médico de Especialidades – no Estado de são Paulo. Nós estamos fazendo, eu disse isso ontem, na frente de todos os deputados e de todos os prefeitos, nós temos dez AMEs, ou dez ambulatórios que vamos reformar para ficarem mais eficientes, maiores. E 30 novos.

A localização é técnica, não é política. Nenhum deputado indica onde vai ser e onde não vai ser. É legitimo fazê-lo, mas às vezes não corresponde à distribuição geográfica – o que nós necessitamos – porque tem que ser em todo o Estado de São Paulo.

Mas é evidente que todos participam disso, os prefeitos, os parlamentares, e isto vai enfrentar um ponto de estrangulamento que é crítico na saúde do nosso Estado: as consultas. A população reclama muito do atraso de consultas, de ortopedia – ortopedia é o que eu mais ouço – não sei nem se é o pior de todos. Mas de ortopedia reclamam muito, e em várias especialidades, inclusive aqui na cidade de São Paulo.

Nós inauguramos o do Santa Marcelina refeito, que entra naqueles dez que foram refeitos. E vamos ter essa distribuição por todo o Estado. Eu tenho certeza de que daremos um salto grande.

Além disso, temos assumido hospitais novos, como foi o caso do Hospital de Cotia e o de Itanhaém. E de maneira descentralizada. Nós temos que descentralizar no Estado para encurtar a distância de onde as pessoas moram para o seu atendimento. Isso significa melhorar muito a humanização de todo o sistema.

E estamos caminhando muito firmemente nessa direção, cumprindo integralmente a Emenda Constitucional. Aliás, os recursos que são próprios do Estado, no ano que vem vão crescer 10% para a área da saúde. E, mesmo assim, apesar desse crescimento, de todo esse gasto, está faltando dinheiro, porque as necessidades são muito amplas e crescentes na área da saúde.

Por isso, é que nós vemos com muito bons olhos o anúncio hoje feito aqui pelo ministro Temporão do reajuste da tabela por mil procedimentos que vão beneficiar estes reajustes, principalmente as Santas Casas. São Paulo tem – eu acho – 57% dos leitos do SUS do Estado são filantrópicos.  É o único Estado que tem essa proporção. De São Paulo para o Sul, essa proporção é maior do que no resto do Brasil. Mas aqui é onde está no ponto máximo.  E vai trazer um benefício grande.

Nós, a propósito, criamos um programa de ajuda – o Pró- Santas Casas – que vai prosseguir no ano que vem, mas não tem sido suficiente.

Portanto, recebo hoje com alegria este comunicado do ministro Temporão.

Eu, quando estava no Ministério da Saúde, dizia sempre que no Ministério eu não era de nenhum partido que disputa eleições. Como era o caso do meu partido, do PSDB. Mas no partido da saúde, era onde eu militava como ministro. Eu militava no partido da saúde.

E aqui faz parte do mesmo partido que eu o ministro Temporão: somos os dois do partido da saúde. Da mesma maneira que o prefeito Kassab. Ele é o único médico dos t rês, mas o partido da saúde admite leigos, como é o nosso caso.

Estamos trabalhando por isso, inclusive na questão da regulamentação da Emenda 29, que foi uma Emenda que nós promovemos no ano 2000 e foi aprovada com muito esforço. Ela precisa ser regulamentada de maneira positiva, para se evitar que sejam feitos gastos que não são de saúde nos orçamentos da Secretarias do Ministério da Saúde. E também para que a proporção dos recursos alocados à saúde, principalmente no caso dos Estados, possa se elevar de maneira consistente para cumprir o mandamento constitucional. Esse é um ponto muito importante que deve ser debatido e resolvido nas próximas semanas.

Bem, é isto. Queria, além do mais, sublinhar uma ação que nós estamos fazendo nesta área, em São Paulo, que é na área de medicamentos. Nós aumentamos. Outro dia, nós anunciamos o aumento do Dose Certa, que vai passar a ter 67 medicamentos, estava 40 e poucos. Aumentamos 50% o Dose Certa, que é um programa de distribuição gratuita de medicamentos e conta com recursos também do Ministério da Saúde.

Nós criamos isso na nossa época de ministério, que era um real por habitante – isso já teve algum reajuste – o Estado e o município entram com dois terços. Mas o fato é que, aqui, a gente tem expandido mais isso. E mais ainda para os municípios mais pobres, mais carentes, nós aumentamos 50% do volume de medicamentos, para dar uma ajuda extra a todos os municípios, de todo o Interior. E temos seis anticoncepcionais, que também podem ser encontrados nas estações de Metrô: três são pílulas, dois são injetáveis e um é o DIU. Eu suponho que o DIU não seja entregue em estação de Metrô. Mas é a primeira vez que se faz uma distribuição maciça de anticoncepcionais para apoiar o planejamento familiar, pela área governamental, dessa maneira capilar, em todo o Estado de São Paulo.

Enfim, eram essas as palavras que eu queria dizer aqui, agradecendo o dizendo a honra de termos acompanhado o ministro da Saúde, o prefeito Gilberto Kassab, que é um grande e admirável parceiro do nosso trabalho aqui na cidade de São Paulo, e também alguns – chamarei assim, técnicos – que hoje estão com o Temporão e trabalharam comigo no Ministério da Saúde. Tinha até uma secretária minha que virou fotógrafa do Ministério e está aqui. Eu não vou apontar, para ela não ficar envergonhada. Mas eu fiquei surpreso, ela era secretária e de repente virou fotógrafa do Ministério. Queria também dar o meu abraço a eles. É gente boa.

Muito obrigado.