Inauguração de exposição de Benin

Discurso do governador José Serra aconteceu na quinta-feira, 16, no Museu Afro

dom, 19/08/2007 - 15h43 | Do Portal do Governo

O governador José Serra recebeu na noite de quinta-feira, 16, no Museu AfroBrasileiro do Parque Ibirapuera, Capital, uma comitiva da República do Benin, liderada por Yayi Boni, presidente do país localizado no oeste do continente africano. O encontro marcou a abertura da exposição com trabalhos de artistas beninenses selecionados pelo curador da mostra, Emanoel Araujo.

Queria cumprimentar os embaixadores de Benin e do Brasil; senhores secretários; senhores ministros; membros da comitiva e do Corpo Consular; demais autoridades do Estado. Um a braço especial ao nosso Emanuel Araújo, curador do Museu AfroBrasil, o principal autor deste museu magnífico, que o presidente do Benin e sua comitiva conheceram hoje.

Senhor presidente:

O mar nos separa. O sangue nos aproxima. E alma nos une. Se nas artérias de grande parte dos brasileiros corre sangue africano, em todos nós a África está presente por intermédio de muitas palavras, da música e de formas de religiosidade. Entre os povos daquele continente que mais contribuíram nesse processo, destacam-se os do Benin. Ao mesmo tempo em que nos transmitiam  sua cultura, seus valores e suas tradições, eles contribuíam com seu trabalho para construir os fundamentos do nosso País. E depois impulsioná-lo no caminho do desenvolvimento.

Mas nossa dívida com o Benin não se esgota aí. Ela se vincula também ao fato de ser sido o primeiro país do mundo a reconhecer o Brasil como uma nação livre e soberana.

De certa forma, o Benin foi o oficiante da cerimônia do nosso batismo como país independente. As relações entre os nossos dois países desafiam as classificações tradicionais. Filhos de Benin chegaram ao Brasil escravizados. Conquistada a liberdade, muitos deles retornaram à sua pátria e levaram consigo nomes abrasileirados, traços da nossa arquitetura e muitos dos nossos hábitos.

Há quase dois séculos, esses afro-brasileiros, chamados agudás, constituem o traço de união entre o Benin e o Brasil, formando uma comunidade que muito nos orgulha. Por tudo isso, é uma grande honra ……. e de sua excelentíssima esposa, a senhora Chantal de Souza Bonin. Ela mesma agudá.

É também uma grande satisfação porque esta visita nos oferece também a oportunidade desta magnífica exposição. A mostra reitera o vigor das artes plásticas do Benin, que foram tão importantes para a definição da arte moderna no século XX, como estão sendo também para a arte contemporânea, neste começo do século XXI. Para muitos brasileiros, esta amostra representará a ocasião para, através do Benin, aproximarem-se de suas raízes ancestrais. Mas, para todos nós, ela será um ótimo espaço para conhecer melhor uma das mais fortes matrizes da nossa cultura e da nossa identidade nacional.

Que esta exposição contribua, portanto, para a construção de um futuro comum de cooperação, desenvolvimento e fraternidade entre o Brasil e o Benin.

Muito Obrigado.