Governador participa de inauguração de fábrica de trens do Metrô e CPTM

Governador José Serra: Queria me congratular com o município pela posta em marcha desta produção. Quando eu vim aqui, em fevereiro, eu fiquei desconfiado. Vou dizer com toda franqueza aos diretores […]

qua, 24/03/2010 - 15h17 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria me congratular com o município pela posta em marcha desta produção. Quando eu vim aqui, em fevereiro, eu fiquei desconfiado. Vou dizer com toda franqueza aos diretores da CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles), eu fiquei desconfiado. Aliás, quando ele ganharam a concorrência, eu fiquei desconfiado. Desconfiado no sentido de que eles seriam capazes de produzir os trens no Brasil

É porque era o que nós queríamos, porque isso gera empregos aqui. Tive uma conversa até meio, não diria atritada, mas veemente neste sentido, logo no inicio, depois quando eu vim aqui, recomendei ao (secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz) Portella que já estava fazendo isso, ele estava com todo essa otimismo estonteante, mas também estava preocupado que mandasse gente para cá do metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) para acompanhar, xeretar, para ver o andamento da produção. E hoje com muita alegria eu dou o meu abraço a torcer. Funcionou! E as encomendas são muitas, para mim sempre foi um dado humilhante o Brasil ter retrocedido na produção de material ferroviário, e é tão humilhante quanto agora, me dá orgulho o fato de que (o Estado de) São Paulo responde por 70% da demanda interna de material ferroviário em todo o nosso país, esse é um dado que me orgulha e que tem como contrapartida o emprego. Metrô, CPTM, os investimentos que nós estamos fazendo geram 40 mil empregos no Estado de São Paulo, 40 mil, isso empregos diretos. Essas pessoas compram, essas pessoas gastam também e isso tem efeitos de encadeamento, é para o conjunto da nossa sociedade.

Essa questão do emprego, para mim é uma preocupação essencial que não se trata só de emprego, trata de bom emprego. Existem empregos e empregos. O que nós queremos são empregos de qualidade, aliás, esta é a razão pela qual estamos investindo como nunca se fez na nossa história e já vínhamos de uma seqüência de expansão desde o (ex-governador Mário) Covas passando pelo (ex-governador Geraldo) Alckmin, na formação e treinamento dos trabalhadores.

Nas Escolas Técnicas de São Paulo (ETECs), nós estamos promovendo uma ampliação, é um curso de um ano e meio, tem aqui em Hortolândia e nós estamos expandindo. Nós encontramos setenta e poucas mil vagas, vamos deixar mais de 170 mil até o final deste ano, ou seja, mais 100 mil vagas para a garotada que está no ensino médio adquirir uma formação profissional em um ano e meio.  

Agora mesmo eu vim do lançamento de uma ETEC, que vai ser de multimídia de vídeo e áudio, que não existe escola técnica desse tipo, pois nós estamos fazendo. Temos 84 especialidades diferentes nas escolas técnicas em todo o Estado de São Paulo. Esta região aqui, que é a região de Campinas, é a mais atendida do Estado nessa matéria. Para vocês terem uma idéia, aqui na região nós temos 30 escolas técnicas e sete Faculdades de Tecnologia (FATECs) já em funcionamento. E a ampliação do número de vagas, inclusive, é mais que dobro, porque não apenas fizemos novas, no caso das ETECs, das FATECs, como também ampliamos as vagas nas escolas e faculdades existentes. Lançamos nesta semana um programa Estadual de Qualificação dos Trabalhadores Desempregados (PEQ). Treinamos 28 mil em 2008, 40 mil no ano passado, e neste ano 60 mil. São 140 milhões de reais do Estado para treinamento daquele que perdeu o emprego.

 E quem não tem seguro-desemprego tem o auxílio para poder viver enquanto estuda cursos que vão elevar o seu padrão de qualificação e facilitar a retomada do emprego, a retomada de uma renda decorrente do seu trabalho. E muitas outras coisas nessas áreas. Muitas outras coisas a ponto de, eu acredito, sem qualquer triunfalismo, estarmos fazendo uma verdadeira revolução no nosso país, nessa matéria.

Cursos bons, cursos objetivos, feitos de maneira econômica, porque é o que facilita também a expansão, e com muita qualidade mesmo, como atesta o fato de que de cada cinco trabalhadores, cinco formados em Escolas Técnicas, quatro conseguem emprego imediatamente. No caso das Faculdades de Tecnologia, que são três anos, formam tecnólogos, nove em cada 10 conseguem emprego imediatamente. Portanto, isso mostra a nossa preocupação, uma preocupação que se estendeu até as tecnologias mais novas. Nós tivemos um programa, o Emprega São Paulo, que já empregou de maneira registrada, verificada, cerca de 180 mil pessoas. Cadastramos 60 mil empresas que vão para a internet e ensinamos o pessoal que está procurando emprego a entra também com a sua oferta de trabalho, eles se juntam, nós avisamos até por torpedo, em telefone celular, daquele tipo de pré-pago estilo de pai de santo, só recebe. Porque tem aqueles que não foram notificados, os notificados devem ser uns 100, 150 mil.

Enfim, é a preocupação nossa recorrente com essa questão. Portanto, no caso do metrô que nós estamos fazendo da CPTM, o maior investimento da história, nós nos preocupamos com a outra ponta, qual é a outra ponta? Que gera empregos, gera qualificação, e eu vejo com muita alegria que aqui hoje essa fábrica em pleno funcionamento. Além de todas as encomendas que já havia, que já estava em andamento, 17 trens para o metrô, 48 para a CPTM, 65 composições, para vocês terem uma idéia, isso custa 1,5 bilhão de reais.

A CAF em um consórcio ganhou também uma concorrência para 36 novos trens, 36 novos trens que é o (contrato) que eu assinei aqui. É uma parceria público-privada (PPP), que vai custar 1,6 bilhão de reais de investimentos, 36 trens que vão para a região mais carente de São Paulo, que é o que vem da estação Júlio Prestes, no centro, até Osasco e Itapevi, diga-se de passagem duas prefeituras do PT (Partido dos Trabalhadores). E no meu Governo nós não olhamos cor de camisa partidária, eu só olho camisa de time de futebol. Aliás, uma prova disso é as nossas parcerias em Hortolândia. Eu fui eleito em primeiro turno em 2006, tive a satisfação de ser o primeiro governador eleito, na primeira noite. Tive perto de 60%, enfim, cinqüenta e tanto por cento, próximo de 60.     

Hortolândia foi um lugar que eu tive a menor votação de São Paulo. Isso não entrou em nenhuma contabilidade política, nós não fazemos toma lá da cá, não tem nada disso. Eu me orgulho de que fizemos muitas coisas aqui na região. E quero dizer, ele falou aqui da SP 101, que faz parte de uma concessão, querem duplicar até Capivari. Isso já está programado para o ano que vem. Isto já está aqui no meu relatório que está programado para ser feito em 2011 pela concessionária, e aí não tem erro. Porque não é que precisa fazer uma licitação, que pode encrencar, isso e aquilo, etc. Ela vai entrar diretamente na obra. Em relação a vicinais, aqui na região nós investimos em 1240 quilômetros de recuperação das vicinais. São 400 milhões de reais e Hortolândia tem um trecho beneficiado, sem falar também dos programas de pavimentação.

Aqui fizemos um terminal metropolitano, um viaduto sobre a linha férrea, que eu vim inaugurar aqui, me lembro, um outro em Sumaré. E que é parte do corredor noroeste que foi começado pelo Alckmin, uma obra de ordem de 150 milhões que passa por vários municípios. Na habitação, temos aqui um investimento importante em andamento, na ordem de 22 milhões de reais. Isso é um programa que também tem como parceiro o Governo Federal. 70% são recursos estaduais, do Governo do Estado. E, além de 6 milhões que aplicamos. Esse dinheiro é habitação e urbanização de qualidade. Nós inauguramos aqui também uma nova estação de tratamento de esgoto.

 Uma desgraça aqui em Hortolândia era não ter esgoto tratado. Significa também não-coletado, porque ninguém coleta esgoto, se não tem tratamento a coleta vai ficando para trás. Nós já fizemos a estação para tratar todo o esgoto de Hortolândia. Agora é a fase da ligação nas casas, que é uma obra subterrânea. Investimento em saneamento não rende muito na política, porque estação de tratamento cheira mal, e a tubulação até as casa vai embaixo da terra. Agora, portanto, não é uma obra visível, é uma obra invisível, mas é uma obra tão invisível, quanto presente no dia a dia da vida das pessoas, inclusive nos índices de saúde, de mortalidade infantil, que fatalmente cai quando a gente faz o tratamento de esgoto, no padrão de vida, no meio ambiente, é uma coisa que tem muita importância. E nós aqui tiramos esse atraso, como estamos fazendo em muitos lugares de São Paulo, seja pela SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) seja por aqui, seja pelo programa que o Alckmin criou que nós até expandimos, que é o programa Água Limpa.

Água Limpa que fazemos nas cidades menores do Estado. Mas, outra questão relevante é a ampliação da ETEC, como eu disse essa região que é a grande região de Campinas é a mais contemplada do Estado. Eu abri aqui, nós abrimos, dez novas ETECs. Não é brincadeira! 10 ETECs a mais, e 3 novas FATECs. Tem 30, nós abrimos 10, ou seja: avançou um terço, avançou 50%, além de que aumenta também o número de vagas onde nós não abrimos. Eu acho que a CAF tem todo o interesse neste tipo de programa, e cooperará também pelas empresa, coopera não no custeio, mas às vezes no equipamento, nas palestras, nas visitas e tudo mais.

Bem, mas a nossa grande satisfação aqui é verificar também o desenvolvimento empresarial na região. Tem uma outra empresa, que o Alckmin e o (vice-governador Alberto) Goldman receberam outro dia, que vem para cá, a SAMI.A SAMI é (uma empresa) de equipamentos pesados, você vê que Hortolândia, eu sempre digo que o prefeito (Ângelo Perugini) é um sortudo e sortuda é a população de Hortolândia. Porque veja, ele é um bom prefeito, mas tem muitos prefeitos bom, tem muitos prefeitos bons em São Paulo, mas o pessoal vem para cá, para Hortolândia, então ele dá a sorte também, ele é sortudo. Sorte é uma coisa importante também na vida pública. Eu quero dizer no caso aqui da CAF, nós instituímos e foi essa a motivação principal, o programa de incentivo a expansão e modernização do transporte ferroviário no Estado, nós criamos um programa neste Governo e suspendemos o lançamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que é um imposto estadual que incide em desembaraço alfandegário da importação, incluindo três locomotivas e vagões. Vocês sabem que isso foi essencial para o projeto. Aqueles que vão para o transporte público, bem como partes das peças e componentes a serem empregados na fabricação, manutenção ou reparos de trens. Esse foi um incentivo, uma guerra fiscal, um incentivo legal e muito importante.

Da mesma maneira, nós diferimos o lançamento do ICMS na saída interna de trens, locomotivas ou vagões que vão para CPTM e para o metrô, ou seja, em vez de arrecadar, nós estamos renunciando isso para poder estimular a redução e o próprio investimento. E, por último, dispensamos o pagamento do imposto, evidentemente vedando o aproveitamento o crédito relativo a entrada do bem. Isto é, essas foram medidas cruciais também para essas instalação, e todas as vezes que uma empresa nos procura dizendo: “eu quero ir para aquele município, vai gerar emprego, vai fazer isso, vai fazer aquilo, a gente senta independentemente de quem é, no município.”

Na maioria das vezes eu nem sei o que o prefeito aqui, que partido pertence, nós acolhemos, discutimos e fazemos tudo aquilo que é possível dentro das instituições do país que não é guerra fiscal, mas que fomenta o desenvolvimento da produção e do emprego no nosso Estado, portanto eu me preencho muito, aqui no dia de hoje. Eu que acompanhei na época, eu estava até exilado, eu voltei ao Brasil em (19)78. Fique exilado de 64 a 78. E eu vi essa indústria chegar no auge e começar a entrar em decadência. Aliás, aqui havia um galpão, a CAF veio, construíram mais, mas aqui tinham também instalações, pelo menos de construção civil já feitas. E é muito interessante a gente ver isto se refazendo. E agora, olha, o trem que vai atender o pessoal, a turma que vai para Osasco-Itapevi, na verdade, o que o metrô está fazendo, é uma espécie de bolsa-transporte. Porque nós estamos passando renda para as pessoas. Renda através do que? Do conforto, do tempo menor e da segurança.

Porque o trem modernizado junto com o sistema vai permitir encolher o tempo, o intervalo entre os trens de nove para cinco minutos, até cinco minutos. É um trem que tem câmera de segurança. Eu até brinquei uma vez com o Portella, vai ser o lugar mais seguro de São Paulo. Cada vagão tem uma câmera. E a câmera eu já vi como é que é no metrô, tem lá uma sala e fica todo mundo olhando a câmera. Uma vez nós assistimos um sujeito bater, antigamente batia carteira, bater o celular de uma mulher, passou a mão no celular dela. E aí saiu andando gostosão, esperto, tirou a camisa e trocou a camisa. Nós vimos tudo pela televisão.

O cara, achando que estava escondido, trocou a camisa e foi saindo. Na hora da saída pegaram o celular e ele foi ter que dar as explicações à polícia. Essa é a segurança do metrô e CPTM. Cada vagão vai ter uma câmera. Quatro, quer dizer, uma em cada canto. É um exagero até. Quer ficar seguro vai lá. Como eu, eu sou injustamente chamado de hipocondríaco, eu não sou hipocondríaco, mas tenho fama. Devo ter sido o único ministro da Saúde na história que não sabe aplicar injeção, não aguenta ver aplicar injeção por um lado, e por outro é hipocondríaco. Mas, eu sempre que entro em um posto de saúde, etc. eu tiro uma pressãozinha. Outro dia fiz audiometria. Aproveita, já que está perto, para ver os novos equipamentos, as novidades que tem a esse respeito.

Mas no caso dos trens eu acho realmente fabuloso. Tem ar condicionado, menos barulho, acessibilidade para quem tem algum tipo de deficiência física, até para quem é surdo. Para quem tem deficiência visual, tem som. Enfim, um conjunto de facilidades incrível, ou seja, vai ser mais breve, mais confortável e mais seguro.E nós estamos fazendo isso para quem? Para os trabalhadores, porque quem anda são os trabalhadores. CPTM e metrô transportaram quanto, digamos em 2006, quatro milhões, vai para quanto no final deste ano? 7,5 milhões. Esse é o salário indireto, essa é a bolsa transporte, melhor que isso não há em matéria de transporte.

Vocês aqui em Hortolândia, alguns como disse o prefeito devem ser de Sumaré, de outro lugar, então tem um certo problema de condução. Não sei se a fábrica manda levar, tem que mandar. Mas o problema não é tão angustiante nessa região, como é na capital, como é na grande São Paulo, que um trabalhador gasta em média quatro horas para ir e voltar do trabalho, e não ganha nada, só amolação. Então, nós estamos investindo para que ele tenha mais horas liberadas, com mais conforto. Vai pelo corredor noroeste que deve ser bom para a empresa que deve dar o ônibus. Bem, por último o prefeito falou do viaduto, o que aconteceu com esse viaduto foi o seguinte: tinha uma convênio e as prefeituras tinham a sua parte. E a Prefeitura de Sumaré não cumpriu a parte dela, não  fez as desapropriações, então o convênio expirou. Como o prefeito é do PT, colega do Perugini, é conversar com ele para fazer resolver esse assunto, que o viaduto já resolveu, o viaduto virá porque nós vamos refazer o convênio.

Queria agradecer a vocês muito, pelo acolhimento, pelo calor da recepção, calor físico do meio ambiente, e o calor humano. O calor humano não esquenta, ele refresca. Muito obrigado!