Governador inaugura prédio da Fatec de Sertãozinho

Sertãozinho, 1º de outubro de 2009

qui, 01/10/2009 - 20h24 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar meu boa tarde a todos e a todas aqui de Sertãozinho e da região. Queria cumprimentar o prefeito, Nélio Costa; a Edna (Garcia da Costa, secretária municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania de Sertãozinho); o Rogério (Magrini dos Santos), que é o presidente da Câmara (de Vereadores de Sertãozinho); a (maratonista) Maria Zeferina Baldaia, que é campeã da Maratona (da Cidade de São Paulo) de 2002 e da (Corrida Internacional de) São Silvestre de 2001; o vice- prefeito Cláudio Benelli; os deputados federais que nos falaram aqui: o (Antônio) Duarte Nogueira e o Fernando Chiarelli; os deputados estaduais Rafael Silva e (Luís Felipe) Baleia Rossi, que tanto suporte nos têm dado na Assembléia Legislativa (do Estado de São Paulo); nosso ex-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, que cuida de toda a área do Ensino Técnico e Tecnológico, Geraldo Alckmin; o Mauro Arce, que é secretário (de Estado) dos Transportes; coronel (Luiz Massao) Kita, que é da Casa Militar; e os prefeitos: a Dárcy Vera, de Ribeirão Preto, que nos acompanha, os prefeitos de Viradouro, Barrinha, Dumont, Jardinópolis, Pitangueiras, Jaboticabal, Brodowski.

Queria cumprimentar também os ex-prefeitos de Sertãozinho que nos dão a honra da presença. O Waldir Trigo, meu amigo de tantos anos, um dos fundadores do PSDB… O Trigo entrou no PSDB junto com 4 outros deputados, em meados de (19)88, o que tornou a eleição seguinte, que era em (19)90, muito difícil para quem era oposição na cidade, no Estado e no País – e não se arrepende. É graças a gente como ele que nós construímos o nosso partido. (Cumprimento ainda) a Maria Neli (Mussa Tonelo), que foi prefeita também aqui, Pedro Pinotti e o Zezinho Gimenez, que foi o último prefeito. Queria saudar aqui também a Laura Laganá que é (diretora) superintendente do Centro Paula Souza, que é o braço do Estado na área do Ensino Técnico e Tecnológico. Queria também cumprimentar o diretor da FATEC (Faculdade de Tecnologia), o José Roberto Garbin.

Queria cumprimentar a Banda Marcial do colégio (Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor) José Negri, que nos recebeu, os garotos e garotas, os vereadores, secretários municipais, diretores, coordenadores e professores do Paula Souza… alunos… tem aluno aqui da FATEC? Olha aí. Gostam do curso? São futuros tecnólogos em soldagem, segundo a Laura. Agora, vai aprender soldagem… 3 anos estudando soldagem… deve aprender tudo. É o melhor do Brasil. Vocês vão ser os melhores soldadores do Brasil, o que não é pouca coisa. Eu, de solda, só entendo do maçarico e de um pedacinho de metal lá que derrete. Eu imagino a sofisticação que deve ser o processo atualmente… E, enfim, saúdo a todos e a todas.

Olha, é enorme a alegria por vir aqui porque… já foi dito, o (deputado) Rafael Silva começou dizendo, a importância do ensino, e do ensino profissionalizante. No Brasil, a partir dos anos (19)70, (19)80, até os (19)90, houve um certo preconceito com o ensino profissionalizante, o que é um erro. Quando vocês olham países como a Alemanha, o Japão, a Coréia do Sul, Israel, que são alguns dos países mais educados do mundo, vocês vão ver que há uma integração entre o ensino e a empresa. Não é que todo ensino tenha que estar integrado com a empresa. Não vai ter filosofia integrada com a empresa, não é? Enfim, muitas disciplinas não são, mas uma grande parte é. E eu fico sempre muito chateado quando vejo gente fazendo um curso de Direito em uma faculdade paga em São Paulo – termina com dificuldade e não passa no exame da OAB. A OAB é a Ordem dos Advogados (do Brasil), que faz um exame duro, e é correto que seja assim. Só pode exercer a profissão (de advogado) quem passar no exame da OAB. Sabem qual é o índice de reprovação em São Paulo? 80%. De cada 5 jovens que se formam em Direito, 4 não podem exercer a profissão de advogado. E gastaram uma nota para fazer a faculdade.

Quando a gente tem ETECs (Escolas Técnicas) se desenvolvendo, o adolescente de 15, 16, 17, 18 anos, já pode ter uma profissão. No caso da FATEC (Faculdade de Tecnologia) são 3 anos. Forma tecnólogos altamente especializados, que vão ganhar bem porque têm especialização, que é muito maior do que em uma faculdade de Engenharia. Eu suspeito que alunos de FATECs às vezes vão ganhar mais que engenheiros. Eu estudei Engenharia, não cheguei a terminar porque eu tive que sair do Brasil na época do golpe de (19)64. Mas eu passei dois anos estudando de tudo, menos Engenharia. Eram outras disciplinas, uma coisa muito mais dispersiva. Aqui é um curso concentrado. E nós formamos gente que o mercado de trabalho está demandando imediatamente. Aliás, não é coincidência que raramente eu encontre alguém, da minha época de engenharia, que trabalhe como engenheiro. É raro. Uma parte virou economista, administradores, isso, aquilo. Tecnólogo, não. Esse é um super especialista. E vai ficar nisso mesmo, porque o mercado de trabalho tem uma demanda precisa.

Como disse o Alckmin, nós estamos duplicando o número de FATECs. Eu outro dia brinquei… mas não é só o Lula… que o pessoal disse: “O Serra falando do Lula e tal”. Não, mas não é não. Está cheio de político que fala isso. Nós fizemos tantas FATECs quantas foram feitas desde o descobrimento. Porque se tem 26, faz mais 26, ou seja, a gente está fazendo tantas quanto foram feitas desde que o Brasil foi descoberto, em São Paulo. O Alckmin, quando foi governador, fez um salto triplo até, levou de 9 para 27, as FATECs. E nós estamos levando para 52 – ou seja: em poucos anos nós mudamos a realidade do ensino tecnológico em São Paulo, porque a quantidade altera a qualidade. Nas ETECs nós vamos levar para quanto, Laura? Por enquanto, 183 mil matrículas. Quanto tinha em 2006? 74 mil. Quer dizer, então vocês veem o salto triplo que se deu nessa matéria. É incrível isso.

E nós estamos abrindo oportunidades para os jovens. Não há impedimento, depois, de fazer a universidade, ou de um curso superior como a FATEC, mas já tem uma profissão. O fundamental é ter profissão. Até porque a garotada vai aprender melhor aquilo que gosta ou não gosta. Porque esse é um problema. Eu entrei na faculdade com 17 anos, era muito difícil entrar. Eu entrei porque era bom de Matemática e era ruim em Latim. Eu não fiz Direito porque eu não me dava bem com Latim e na época tinha Latim no exame de Direito. Mas na verdade minha vocação não era Engenharia, minha vocação era outra, que eu nem sei se eu descobri, mas tenho impressão de que é Economia, porque depois eu fiz dois mestrados, doutorado em Economia. Mas por quê? Porque eu entrei muito cedo na universidade e não tinha experiência profissional.

A ETEC dá essa experiência. A FATEC também não é contraditória com fazer pós-graduação, com… enfim, ir se aperfeiçoando. Eu vou dizer uma coisa para vocês: é difícil a gente dizer o quê que é mais importante – coração, estômago, rim, fígado, cérebro. Tudo é crucial para a vida humana. Então, no Governo também é difícil a gente dizer o quê é mais importante. Mas eu vou dizer: o meu orgulho mais especial da nossa obra de Governo é o Ensino Técnico e Tecnológico. É o salto que nós demos em São Paulo. Aqui tem uma ETEC que é uma extensão, mas nós vamos transformar numa ETEC própria. Já tem até um prédio. É o prédio onde estava funcionando provisoriamente a FATEC. Eu acho até que depois devia trazer para cá, para a gente economizar na Secretaria… assim não precisa ter duas Secretarias, faz uma escala aí.

Portanto vai ter também uma ETEC. Atualmente quais são os cursos daqui?

Laura Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza: Logística e Contabilidade.

Governador José Serra: Logística e Contabilidade, duas disciplinas chatíssimas, mas muito importantes. Contabilidade não tem nada mais chato, mas a gente depende dos contadores e dos contabilistas. Agora, aqui hoje nós temos também outras coisas para falar. Uma delas é o que nós fizemos agora em Ribeirão Preto, de anúncios, fizemos um investimento importante no meio da cidade de Ribeirão Preto, no complexo Castello Branco, e outras obras viárias. Aqui é uma região muito integrada, porque aqui são vasos comunicantes. Cada lugar que recebe um investimento beneficia o outro. Muitos investimentos em Ribeirão, na área médica, na área da saúde…

Eu estava dizendo para a Dárcy… Ela estava me dizendo: “O problema aqui é a saúde”… Vai ser sempre a saúde. Por quê? Porque saúde é um setor onde a oferta cria a demanda. Aumentou a oferta de serviços, aparece mais demanda. Porque é uma demanda muito reprimida e também porque vai se renovando. Vão acontecendo sempre coisas novas. A gente vai vivendo mais, mas vai tendo mais despesas na área da saúde, que cresce mais do que proporcionalmente. Sempre vai ter atraso. O importante é que hoje seja melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. Nós fizemos um hospital geral em Ribeirão Preto, novo. Estamos fazendo um hospital da criança, com 250 lugares. Estamos criando a UTI. Pegamos lá uma maternidade, como é mesmo o nome? Mater, que praticamente estadualizamos. Enfim, muita coisa. Tem também problemas falsos da saúde.

Aqui houve uma certa onda, ridícula, com relação à questão do transplante, como se fosse tirar. Não, nós reorganizamos o sistema de transplante. São Paulo é o (Estado) que mais faz (transplantes) no Brasil. A fila que era do interior manteve a fila do interior. Ninguém alterou fila de nada. Então, apenas houve uma centralização, não houve diminuição. Pelo contrário, nós diminuímos filas de transplante…, saiu muito pequenininho na imprensa… em 92% a diminuição de fila de transplante de córnea, por exemplo, 92%. Se fosse o contrário, seria manchete. Imagina: aumentou 92% a fila, seria um escândalo. Então, nós estamos aprimorando o sistema.

Mas eu gostaria ainda de chamar a atenção para a questão do nosso interior. Quando alguém vem de outro Estado, o quê diz logo de cara? “Ah, eu percebi que estava em São Paulo por causa das estradas.” Nós temos o melhor sistema rodoviário e viário do Brasil -, e aqui é praticamente todo paulista. Mais ainda: hospitais. Nós temos mais hospital per capita, leitos, do que qualquer outra região do nosso País. E hospitais de grande qualidade. Temos parcerias com as organizações sociais. Uma coisa muito bem sucedida num sistema público. Porque temos parceiros como a Universidade de São Paulo, a Universidade (Estadual) de Campinas, a Universidade Estadual Paulista, a Universidade Federal de São Paulo, as Santas Casas, Santa Marcelina, Santa Catarina. Serviço gratuito, às vezes com um melhor atendimento, inclusive, uma produtividade muito maior e mais barato o atendimento por paciente. Este é o nosso padrão.

Eu não comecei nada disso. O que nós fizemos foi dar continuidade sem continuísmo. Por quê? Porque sempre tem coisa nova para fazer. Você tem inovações para fazer. Cada Governo muda também, dentro – graças a Deus – de um padrão de continuidade que é o que tem permitido a São Paulo se manter firme no rumo do desenvolvimento. Nós, neste ano, apesar da crise, mantivemos 20 bilhões de reais de investimentos. Só na região de Ribeirão Preto nós estamos refazendo 1.150 quilômetros de estradas vicinais. Eu não quero nem falar, porque 8 são aqui em Sertãozinho. Eu estou com medo agora que os prefeitos – faz de conta, os prefeitos vão ser condescendentes e não vão me cobrar isso no final – mas não foi feito por causa dos belos olhos dos ex-prefeitos, de ninguém, foi feito porque era necessário, porque tinha demanda. E a gente trabalha sempre nessa base.

É isto. Eu queria aqui deixar a certeza com vocês de que nós estamos trabalhando pela região, nós estamos trabalhando também por Sertãozinho. Contem conosco, contem comigo da mesma maneira que nós contamos com vocês.

Muito obrigado!