Governador inaugura obras de saneamento na região do ABC

São Bernardo do Campo, 11 de setembro de 2009

sex, 11/09/2009 - 20h27 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o prefeito (de São Bernardo do Campo) Luiz Marinho; o vice-prefeito (de São Bernardo do Campo), Frank Aguiar; os deputados estaduais Orlando Morando, Alex Manente, o José Augusto (Ramos); o nosso secretário (de Estado) dos Transportes, que nos acompanha, Mauro Arce; o coronel Luiz Massao Kita, secretário-chefe da Casa Militar; o Gesner de Oliveira, presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo); o Fernando Leça, presidente do Memorial da América Latina; e o nosso prefeito de Rio Grande da Serra, o (Adler) Kiko (Teixeira). Queria também cumprimentar os secretários municipais, vereadores, diretores e funcionários da Sabesp, moradores aqui da região…

Hoje nós viemos para uma boa inauguração. É um empreendimento, a adutora Vila Marchi, aqui no Grande Alvarenga, que está concluída e que vai eliminar a irregularidade no abastecimento de água aqui na região. É, portanto, um dia positivo, estamos avançando no sentido da melhora das condições de saneamento, aqui na região do ABC e muito especialmente em São Bernardo, aqui nesta região de São Bernardo que envolve mais ou menos umas 200 mil pessoas.

É muito importante ter presente que, nos últimos quatro ou cinco anos, os índices de atendimento na área de saneamento em São Bernardo melhoraram significativamente. O abastecimento de água era de 85%, passou a 91% das casas. A coleta de esgoto saltou de 73% para 77%. E o tratamento de esgoto, de 9% para 27%. Mas ainda falta muito. O fato de a gente ter avançado não implica que não falte mais a fazer – até daquilo que foi feito. E é este plano que nós já temos aqui em andamento. A população hoje afetada pela irregularidade baixou em São Bernardo nesse período, de 380 mil para 80 mil pessoas – uma queda vertical. Agora, 80 mil continuam com problema e nós vamos eliminar isso.

As perdas de água, para se ter uma idéia, eram incríveis, da ordem de 63%. Quer dizer: de cada dez litros, 6,3 eram perdidos. Essa proporção foi reduzida para 36% – quer dizer: de dez litros, 3,6. Mas ainda é muito alto, acima inclusive da média do Estado (de São Paulo) e nós estamos investindo pesadamente nisso, inclusive ajudando outros Estados a fazer isso. Porque a Sabesp está desenvolvendo uma tecnologia muito especial para isso. Já estamos trabalhando no Alagoas, temos convênios com vários Estados, inclusive com o Distrito Federal, com Brasília, para ajudá-los nesse processo. Não é um processo trivial, diminuir perdas. Parece fácil, mas não é. Isso exige, realmente, muita qualidade por parte da empresa. Mas estamos avançando.

O melhor é que com os investimentos até 2012 – portanto, para sorte do prefeito, até a duração do seu mandato – nós vamos investir aqui na região (do ABC) cerca de 488 milhões de reais. E a meta é a coleta de esgoto saltar de 77% para 90%, e o tratamento para 90%. Ou seja: vamos nos aproximar de um padrão praticamente ideal. Claro, 100% é o desejado, mas nós vamos elevar, muito próximo, a região muito próximo disso.

Por outro lado, a obra que nós inauguramos hoje… na verdade ela é parte de uma obra de três etapas. A primeira é essa adutora, Vila Marchi e Alvarenga, que custou 3, 6 milhões de reais. A segunda é mais 4,3 quilômetros… – a daqui tem 2,3 quilômetros – fazer mais 4,3 (quilômetros) da mesma adutora. O investimento é de 9,1 milhões de reais da Sabesp, com financiamento da Caixa Econômica e do Fundo de Garantia (FGTS). As obras já estão em andamento há um ano e, portanto, devem ser concluídas em meados do ano que vem. Em meados do ano que vem avança essa adutora mais do que fez até agora. E, finalmente na terceira etapa, a construção de um reservatório chamado reservatório Alvarenga, que vai realmente regularizar toda a questão do abastecimento. É um investimento elevado, da ordem muito próxima dos 21 milhões de reais. E é um reservatório com capacidade pra 10 milhões de litros de água, o que vai permitir a regularização definitiva do abastecimento de água em toda esta região. Portanto, o investimento total no conjunto só aqui é da ordem de 33 milhões de reais.

Bem, é um avanço grande porque, na verdade, saneamento é um componente fundamental da Saúde. As obras de saneamento reduzem inclusive a mortalidade infantil, sempre. Eu fiquei me lembrando, quando eu era criança, adolescente, eu morava em uma região de São Paulo que era periferia, o Alto da Mooca. Hoje não é, mas naquela época era periferia, não tinha sistema de esgoto, não tinha coleta, não tinha calçamento e não tinha iluminação nas ruas – por definição periferia é isso. E eu me lembro que a garotada acabava brincando nos córregos, que era esgoto ao ar livre – e garoto não tem muita idéia disso, do que é que era. Às vezes a bola caia lá (no córrego), ia lá pegava, às vezes saia briga, e rolava-se em cima da água. Fiquei lembrando que eu já algumas vezes, em brigas, acabava rolando dentro daquela água. Por sorte nunca aconteceu nada, mas você não imagina o perigo que é para a saúde das crianças.

Portanto, saneamento é Saúde e é também Meio Ambiente – a gente tem que olhar essa coisa mais amplamente. Por isso nós estamos com um plano enorme para as duas grandes represas de São Paulo, que é a Billings e a Guarapiranga. O da Billings – como é o nome mesmo gente? Pró-Billings – envolve 150 milhões de reais. Mas há um programa conjunto, inclusive com o financiamento externo do Banco Mundial, do BID, que é de 1,2 bilhão de reais, para uma obra muito mais ampla, que envolve reassentamento, regularização, que envolve cuidar, digamos, das redes de esgoto, de captação, etc., que hoje comprometem estas represas que abastecem a região da Grande São Paulo. E nós estamos trabalhando firmes na regulamentação da Lei da Billings, que a Assembléia Legislativa (do Estado de São Paulo)… Foi iniciativa do Governo, mas a Assembléia cooperou bastante e estamos trabalhando agora nessa regulamentação, que deve sair até o fim do mês, presumo.
Tinha um mês de prazo… Até outubro. Portanto, este é outro aspecto crucial da vida aqui da região do ABC e não apenas de São Bernardo.

Bem, nós estamos com uma grande obra aqui em andamento, esperamos concluí-la logo, que é o Trecho Sul do Rodoanel (Mário Covas), que vai também ter obras complementares. Por exemplo: a (avenida) João XXIII, lá em Mauá, que vai ligar o Rodoanel Sul a Mauá, e obras que não têm a ver diretamente com o Rodoanel, mas são importantes, como a (avenida) Jacu-Pêssego, que vai ligar a região do ABC, através de Mauá, à Zona Leste de São Paulo e a Guarulhos, sem passar pelas vias tradicionais. Vai abrir uma fonte de expansão de emprego muito significativa. Este era um investimento da Prefeitura de São Paulo, que não tinha bala para continuar e nós pegamos, o Governo do Estado, para levar adiante e para concluí-la.

Por outro lado, há outras obras, também na área viária, importantes como as intervenções na SP-31, na Índio Tibiriçá, que sai do Caminho do Mar e vai até Suzano – eu me lembrava que tinha algo a ver com Suzano – e a duplicação da Estrada Galvão Bueno, aqui em São Bernardo, para a qual o Governo do Estado repassou recursos à Prefeitura. A obra foi paralisada, o prefeito estava me esclarecendo, por questões da Eletropaulo – não é isto, Luiz Marinho? – e vai ser retomada. E é uma obra que nós entregamos os recursos para a Prefeitura de São Bernardo mesmo realizar diretamente.

Ao mesmo tempo, temos os planos com relação ao transporte ferroviário, pelo lado da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a Linha-10 Turquesa, que estarão se desenvolvendo até o ano que vem. Neste segmento inclusive, o importante é a integração entre esta linha, Turquesa, e a Linha-2, a Linha Verde do Metrô, que será entregue, até a estação da Vila Prudente, até março do ano que vem. Mas na verdade a efetivação, vai ser com a estação do Tamanduateí, que vai também ser entregue no primeiro semestre do ano que vem. Bem, isto é muito importante do ponto de vista da integração da região com a economia do Estado e a economia brasileira.

E nós, também aqui na região, estamos dando ênfase numa coisa muito importante, que é o Ensino Técnico e o Ensino Tecnológico. Já criamos aqui duas Fatecs, duas Faculdades de Tecnologia, uma em Santo André e outra em São Caetano, que eu mesmo fui inaugurar. E vamos inaugurar uma nova Fatec aqui em Diadema e uma nova Etec, Escola Técnica, em Mauá. Sem falar de investimentos na Saúde, no qual ressalta o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), que é para consultas, para romper um estrangulamento muito importante na área de Saúde de São Paulo. A área de Saúde de São Paulo tem avançado espetacularmente, mas tem pontos de estrangulamento. Um deles é consulta, que é muito difícil de fazer. Por isso, nós criamos esse Ambulatório Médico de Especialidades. São 40 no Estado até o ano que vem. Depois vai ter mais 13 ou 15. É composto de consultórios de especialidades. Um AME típico tem 20, 30 especialidades e faz 15, 20 mil consultas por mês, faz mais de 5, 10 mil exames por mês. É uma agilidade enorme, um alívio grande para os hospitais – porque hoje muita gente vai para o hospital porque não tem para onde ir. Hospital não é lugar de consulta, mas (como) não tem aonde ir vai para o hospital, de modo que desafoga o hospital.

Desafoga as Prefeituras, em cima de quem também vêm as pressões para consultas, e melhora o sistema de Saúde como um todo. E são obras regionais, no sentido que a gente não faz em todos os Municípios, a gente vai localizando de maneira a que os diferentes Municípios tenham acesso – e os prefeitos se acertam no sentindo de transportar as pessoas, de marcarem as consultas e tudo mais.

Enfim, continuamos com o nosso trabalho, que é um trabalho em São Paulo sempre bastante complexo, bastante difícil. Nas outras unidades da Federação, São Paulo é tido como um Estado rico e sem problemas. A gente sabe que, pelo contrário, o Estado é cheio de problemas, é complexo. O importante é que hoje seja melhor do que ontem e amanhã do que hoje. Isso nós estamos fazendo no nosso Estado, graças a Deus, inclusive mantendo o maior nível de investimentos da nossa história neste ano – inclusive os da Sabesp – e no ano que vem. A Sabesp investiu na administração passada, de 2003 a 2006, 3 bilhões de reais. Agora nós estamos investindo mais de 6 bilhões de reais, quer dizer, nós duplicamos os investimentos da Sabesp, e isso significa água, esgoto, meio ambiente, sem falar de todas as outras coisas em relação ao meio ambiente.

Queria agradecer aqui a acolhida. E espero que no ano que vem consigamos concluir, como vai acontecer, porque a Sabesp vai cumprir isso, as etapas dois e três, que vão resolver definitivamente o problema de água nessa região – que já melhorou, inclusive, a partir dessa adutora, bastante.

Muito obrigado!