Governador discursa na entrega de viadutos da rodovia Castello Branco

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Eu não estava no Brasil quando foi feita essa rodovia, correspondeu aos meus anos de exílio. Eu nunca […]

sex, 05/03/2010 - 19h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Eu não estava no Brasil quando foi feita essa rodovia, correspondeu aos meus anos de exílio. Eu nunca soube direito quando foi feita essa que agora se chama Castello (Branco) – e eu não sabia que era de (19)68, achei que era dos anos (19)70, porque eu cheguei só em (19)78, saí em (19)64, então para mim não existia, eu vi quando cheguei. São 40 anos em que a estrada ficou banguela – e nós tivemos a fortuna de poder fazer essa obra. São 1,7 quilômetros de viaduto, não é brincadeira, ao custo de 55 milhões de reais – e nós fizemos através da nossa concessão. É uma obra, como todo mundo disse aqui, que vai salvar vidas. É obra da segurança no transporte.

E, olha, em São Paulo ainda tem muito o que fazer em matéria de estrada, mas é bom a gente lembrar qual é a situação. As 10 melhores estradas do Brasil – pesquisa da Confederação Nacional de Transportes, que não é uma entidade paulista – as 10 melhores estradas são de São Paulo. Setenta e cinco por cento das estradas de São Paulo, de todas,20 mil quilômetros, sem incluir vicinais, considerado em situação boa ou ótima.

Quando eu digo que tem muito para fazer, é porque tem 25%. Mas é importante saber que nós percorremos três quartas da partes do caminho – e na nossa gestão temos privilegiado colocar as estradas existentes em boa situação, desde duplicações como a Bauru-Marília, até uma infinidade de outras.

Mas o fato é que nós avançamos bastante e vamos continuar avançando neste ano, como avançamos no ano passado. Apesar da crise, nós fizemos o maior investimento da história de São Paulo, que prossegue neste ano, que ajudou muito – não apenas para resolver gargalos ao nosso desenvolvimento como este, que hoje eliminamos – mas também para o emprego, porque só uma obra como esta deve ter rendido aí uns 250 empregos enquanto foi feita. Como a gente vive tocando as obras, existe uma população empregada flutuante em todo o Estado de São Paulo.

É um orgulho para mim poder vir aqui hoje fazer essa inauguração, dar o nome do (Antonio) Jamil (Cury, ex-prefeito de Botucatu). É um orgulho também estar aqui nesta região bem administrada, como se vê por estes 3 Municípios: Botucatu, Pardinho e Itatinga, que é onde nós estamos. Nós estamos agora em Itatinga, e aqui nós expandimos muito as estradas vicinais,  foram quatro. Duas já entregues, duas em andamento, fora as que estão programadas, que aí inclui Pardinho, inclui Botucatu. E no caso de Botucatu são 6 trechos contemplados.

Temos muita coisa em andamento. Eu não gosto nem de falar, mas o meu assessor, que faz a minha pauta, escreveu aqui: Botucatu é uma das cidades desse porte no Estado, que concentra uma das diversas marcas da sua gestão, da minha. Aqui haverá um AME, um Ambulatório Médico de Especialidades; um Hospital Estadual; uma unidade da Rede (de Reabilitação) Lucy Montoro; um Poupatempo; um Parque Tecnológico e um novo Fórum. Agora os prefeitos vão todos sair correndo atrás de mim, mas o que eu posso dizer é que essas obras são todas regionais.

Aqui veio comigo a Linamara (Battistella, secretária Estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência), mais porque nós estivemos juntos agora em Avaré. Em Avaré inauguramos uma Vila Dignidade, que é uma experiência nova em São Paulo e no Brasil. É uma vila de moradias para idosos – idosos que não têm família, que não têm recursos para se manter, que ficam jogados para lá e para cá, que passam a ter uma casa, que ocupam vitaliciamente, para o resto da suas vidas. E ficam todos com convivência – tem área para exercício físico. A Prefeitura pode concentrar o atendimento, é muito mais fácil, e essas casas foram projetadas junto com a Secretaria da Linamara, em matéria de acessibilidade 100%.

Nós estamos fazendo um trabalho muito importante em São Paulo. São mais de 4 milhões de pessoas que têm problema de mobilidade física, seja visual, seja da perna, seja… enfim, de nascimento, derrame, acidente – por múltiplas razões, por idade… Então, nós criamos uma rede de centros de tratamento, de reabilitação, de hospitais de reabilitação no Estado de São Paulo. Vão ser 11 ou 12 em uma primeira etapa. Já temos um em plena operação, lá na Capital de São Paulo, no Morumbi com Santo Amaro. Começamos por lá não foi por nada… é que nós compramos um hospital falido, quebrado, já muito bem aparelhado, e negociamos um bom preço, conseguimos um preço ótimo, compramos e botamos para funcionar imediatamente.

Mas está sendo feito outro (centro de reabilitação) em São Paulo. Aí vamos ter em Santos… Campinas fica pronto logo, em vários lugares, entre eles Botucatu, Rio Preto… Isso é uma coisa extraordinária, porque é trabalho de reabilitação que não é feito diretamente por médico, não. Os fisiatras pilotam o trabalho. E nós vamos fazer um também em Botucatu. Quem que vai tomar conta? A UNESP (Universidade Estadual Paulista). Isso vai ser uma revolução, inclusive porque todos os Municípios da região vão ser atendidos lá. Eu já tenho falado sempre para os prefeitos: dependendo do tamanho da cidade, cria uma Secretaria, uma coordenadoria, ou uma pessoa que seja. Em Pardinho basta ter uma pessoa… uma cidade pequena… mas que cuide da questão dos deficientes, esteja ligada nisso, que esteja de olho em toda a questão da acessibilidade na rede que nós estamos montando em São Paulo, de reabilitação. A Secretaria dá todo tipo de assistência possível nesse caso. Nós temos até ônibus, mas infelizmente é limitado, um ônibus aparelhado para fazer até aparelho de prótese, até para ajustar e tudo o mais.

Aliás, nós premiamos em São Paulo o pessoal que se desempenhou no Pan-Americano e nas Olimpíadas, os deficientes físicos, nós premiamos. Tem gente lá com uma perna só, com uma perna artificial, que ganha de qualquer um de nós aqui – na corrida, acho que até na capoeira. O que mostra as possibilidades que existem hoje com a tecnologia, com atenção e com o carinho que deve ser dado a essas pessoas. Estou apenas me alongando sobre esse tópico porque talvez a maioria não soubesse dessa nossa rede, da importância que isso tem.

Mas aqui também vale a pena sublinhar aquelas questões que eu apontei. O Pólo Tecnológico de Botucatu, que é muito importante, olhando para o futuro… nós destinamos 4,7 milhões de reais. E já a UNESP de Botucatu também está tendo uma ampliação, orçada em 8,3 milhões de reais, que deve ser concluída em abril. E a FATEC (Faculdade de Tecnologia) daqui também está sendo ampliada – estamos gastando 3 milhões de reais a mais para ampliar a FATEC e aumentar o número de alunos, e de especialidades. No que a FATEC hoje forma? Informática, Logística, são vários cursos. Agronegócio e radiologia também? Que beleza. Você sabe que eu estudei Engenharia no Brasil, não Medicina, mas me comovem mais as coisas da Saúde. Porque fazer profissionais da Saúde é realmente fundamental. A Saúde, basicamente… é equipamento até certo ponto… saúde é, sobretudo, gente. A saúde melhora quando nós temos bons profissionais, que têm incentivo, que têm gosto para trabalhar.

Mas as FATECs formam tecnólogos, são 3 anos de curso superior. Nós encontramos 26 (unidades). O Alckmin levou de 9 para 26, e nós levamos de 26… já são 50. É possível que, até o fim do ano, não apenas dobre, como vai ultrapassar a duplicação. Mas não é só isso. Às vezes o pessoal tem a ideia de que aumentar algo é aumentar o número de unidades. Falso. Porque nós estamos aumentando as vagas também. Esse é o caso das ETECs (Escolas Técnicas). Nós estamos aumentando as vagas das ETECs em São Paulo, em duas vezes e meia, as Escolas Técnicas. De 70 e tantos mil alunos para mais de 170 (mil). Não estamos aumentando o número de ETECs, em duas vezes e meia – é menos de duas vezes. Mas o importante é aumentar o número de vagas, isso é o que interessa.

Em matéria educacional, o que importa não é o número de unidades – o que importa é o número de alunos. Alunos de qualidade, porque são padrões de excelência os das ETECs  e os das FATECs. O pessoal consegue emprego fácil. Nas FATECs, nossas… Quanto dá aqui? 96%. Imagina terminar um curso de 3 anos… praticamente 100% consegue trabalho – e um trabalho especializado, porque passa 3 anos (estudando). Outro dia, em Sertãozinho, eu inaugurei uma FATEC que é de solda, eu não imaginei que solda… – é um negócio que você põe aquela máscara, o sujeito fica lá derretendo chumbo, a gente via quando era criança, proibiam de olhar, e que em um mês aprendia aquilo – agora, imagina curso superior, ficar 3 anos com solda. Vamos formar especialista de nível internacional.

E São Paulo está fazendo isso em muitas áreas. No caso das Escolas Técnicas, nós já damos uma profissão para os jovens, logo de cara. Depois ele pode ver o que vai fazer, se continua no ramo, se vai para outra coisa, mas já tem um emprego. A proporção aí é de 8 em 10, que conseguem trabalho. E, no nível Médio, melhora o rendimento no Médio e melhora o rendimento na ETEC. Há uma interação virtuosa nesse caso. Mais ainda: nós estamos também implantando, disseminando mais o Ensino Médio dentro das ETECs, e é o melhor Ensino Médio público do Brasil, conforme se vê nos exames que são feitos. E nós estamos também aumentando aí, porque o Ensino Médio é o gargalo do sistema educacional de São Paulo. Tem vários gargalos, mas esse é o principal. Portanto, a região aqui está muito bem atendida nessa matéria. Eu devo ter aqui o número, só por curiosidade. Nós ampliamos uma FATEC nova em Bauru, uma ETEC nova em Lençóis Paulista. Mas, vejam só: são 7 ETECs e 3 FATECs já em funcionamento. Não é pouca coisa para uma região, em um sentido amplo.

Aliás, aqui também estamos com a licitação pronta do Poupatempo de Botucatu, que também vai poupar o tempo de toda a região. Isso é um serviço que poupa tempo mesmo – poupa mesmo, de verdade. É uma coisa que funciona. O (secretário estadual de Gestão Pública, Sidney) Beraldo tocou muito rapidamente os Poupatempos, nós estamos ampliando a capacidade do Estado em 50%. O (ex-governador Mario) Covas levou uns 3 ou 4 anos para fazer o primeiro, porque não existia, uma dificuldade tremenda para vencer os obstáculos, o processo, como é que fazia etc. Nós levamos à velocidade máxima, mas recentemente teve problema no Tribunal de Contas. Porque havia uma modalidade de licitação que era tudo junto, da reforma até a operação – e naturalmente tinham que ser empresas consorciadas que tem… são coisas diferentes a serem feitas. Algum espírito de porco entrou com uma representação no Tribunal e acabou suspendendo essa modalidade de licitação, o que faria com que tudo ficasse… Imagina, uma licitação, depois outra, coisa para 10 anos. Mas aí nós conseguimos resolver agora, me disse o Beraldo hoje, o problema no Tribunal de Contas e vamos deflagrar todas as concorrências que já estavam preparadas, como é o caso daqui de Botucatu.

Portanto, a região vai estar atendida também pelo Poupatempo, como vai estar também pelo Ambulatório Médico de Especialidades (AME), que é um serviço de primeira. Alguém aqui já conhece algum que está funcionando, de alguma Prefeitura da região? Acho que ainda não, mas isso vai funcionar aqui. São ambulatórios com mais de 15 mil consultas por mês, com mais de 30, 40 mil exames de imagem e laboratoriais por mês. Quebra de uma vez por todas o outro gargalo que a gente tem na Saúde, que é a demora para consultas. que é uma dor de cabeça permanente. Sem falar de um trabalho lateral que nós fizemos, o Beraldo que coordenou como secretário de Gestão, que nós passamos para a Secretaria de Gestão, o IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual).  

Sidney Beraldo, secretário estadual de Gestão Pública: Nós estamos investindo 250 milhões de reais no IAMSPE e isso possibilitou nós credenciarmos 1.700 médicos e aumentarmos em 30% a oferta, inclusive aqui na região. 

Governador José Serra: Principalmente no interior, porque estão todos longe do Hospital (do Servidor Público Estadual). Mas, enfim, são muitas coisas para falar, e eu vou encerrando por aqui, deixando o meu abraço. Nós contamos muito com esta região para o desenvolvimento de São Paulo, porque é uma região que progride, é uma região importante e São Paulo precisa dela e o Brasil também. E quero dizer também que continuem contando conosco, com o nosso Governo, com os nossos secretários e comigo, pessoalmente.

Um grande abraço!